29- Aniversário pt 2.

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Meredith

Depois de 2 horas rodando o shopping inteiro percebi que não tinha nada que eu pudesse comprar para Addison e que significasse algo. Me sentei em um banco da praça de alimentação com meu milk shake e comecei a me desesperar. Eu iria estragar com tudo. Chegaria lá com a maior cara de pau sem ela ter me pedido para ir e sem presente nas mãos. Talvez eu devesse desmarcar tudo. Talvez eu devesse ir para a aula. Não posso correr o risco de cutucar os sentimentos instáveis de Addison dessa maneira.

Ela tem estado bem. Bem demais para ser verdade. E eu poderia estragar com tudo isso .

Pego meu celular afim de ligar para Amélia e dizer os meus motivos para não ir, quando o mesmo toca e o nome de Amélia aparece na tela.

Amélia: Meredith?
Meredith: Oi, Amélia, eu ia ligar pra você agora mesmo.
Amélia: Então... a Addison meio que me expulsou de lá. Ela foi amorosa, mas ela está triste e eu pude ver isso. Acho que eu sou a última pessoa com quem ela pode passar o dia hoje, tenta você, tá legal?
Meredith; mas...
Amélia: Ok, agora eu preciso desligar, estou indo para casa de um amigo nosso, qualquer coisa me liga, estou por perto, beijos, Meredith.

E desligou.

Amélia só pode estar ficando louca! Eu não seria a maluca que tentaria ir lá e ficar ao lado de Addison, não mesmo!

Ou será que seria?

Agora estou entre a cruz e a espada. Não tenho muito a perder, ou tenho? Eu e Addison não temos um relacionamento. Ela disse que é recíproco, mas o que? O que é recíproco? A paixão? O desejo? O amor? Amor? Não, com certeza não. Nós não temos nada. Talvez seja por isso que eu não deva ir lá. Mas por outro lado meu subconsciente insiste que eu deva ir lá, encarar a fera solitária presa dentro de seu castelo.

Pego minha bolsa e me encaminho para fora do shopping. Addison precisava de tudo, menos ficar sozinha no seu aniversário. Ela poderia ter com quem gritar, com quem expor o ódio, a raiva, a tristeza. Ela poderia me enxotar de lá, ela poderia me xingar, terminar o que nem temos, mas pelo menos ela teria alguém para fazer isso. E esse alguém hoje seria eu. Amélia já está mais que acostumada a ser esse alguém, e convenhamos que eu morro de pena dela.

Pego um táxi e me encaminho para o prédio de Addison. Chegando na portaria informei meu nome e o porteiro já me deixou entrar, dizendo que eu já estava autorizada. Amélia pensa em absolutamente tudo!

Vou até o elevador e escolho o último andar, onde é somente a cobertura de Addison. A cada andar meu coração disparava mais e mais. Isso foi um erro. Um tremendo erro. Droga. Ela vai me matar. Ela vai me matar.

O elevador se abriu e eu dei de cara com a porta imponente do apartamento de Addison, nunca senti medo de uma porta na minha vida, mas hoje, por incrível que pareça, o que mais temo é que ela seja aberta.

Toco a campainha e espero tendo borboletas voando alegremente no meu estômago. Bom, pelo menos elas estão alegres, diferentemente de mim.

Um minuto depois a porta é aberta e dou de cara com Addison, a mesma estava usando uma calça jeans, uma camisa grande social branca para fora da calça, com os 3 primeiros botões abertos me dando uma maravilhosa visão do seu decote, seus cabelos estavam presos em um coque bagunçado, seus pés estavam descalços e seu rosto estava surpreso.

- Meredith - não consegui distinguir pelo tom da sua voz se eu estava encrencada ou não.

- Addison, eu... - travei.

- Aconteceu alguma coisa? - seu olhar ainda estava surpreso.

- Não, não. Aliás... - tomei coragem - Sim! Aconteceu! - respirei fundo podendo ver uma das suas sobrancelhas se arqueando - Quando pretendia me contar que hoje é o seu aniversário?

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