A Besta da Insônia

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A janela semiaberta, o gélido ar adentrando como um invasor, tremores nas pernas, subindo como uma faca até o coração

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A janela semiaberta, o gélido ar adentrando como um invasor, tremores nas pernas, subindo como uma faca até o coração.

Paralisado, a respiração amiúde. Com muito esforço, tento sobreviver todas as noites.

Os comprimidos adornavam o leito escuro. Eu precisava dormir. Meu médico me dara a garantia de vida. "A insônia mata", ele dizia. E aquilo me apavorava ainda mais.

A insônia mata, a insônia mata, a insônia...

Algo rodeava meu quarto, sempre na hora de me deitar, impedindo-me de dormir. As mãos estalavam, como que planejando algo, o som dos ossos se colidindo com abrupta violência. Um som horrível.

Sem me mover, eu, enfim, o vi. Sentado na batente da janela, fitando-me. Tinha a feição mais perturbadora que já vi na vida. As órbitas como o precipício, escuros, muito distantes, mas ao mesmo próximos de mim. Os vastos cabelos embolotados, agora se arrepiavam, esperando dar o bote. Sua mandíbula era como a de um animal mitológico. Um odor azedo, típico matinal, advinha de seu hálito quando expirava.

"Não durma", dizia sussurrando. "Nem ouse".

Aproximou-se da cabeceira da cama. Meu medo agora era inarrável.

Estático, eu continuava,

Senti por fim o seu tato. Seus polegares se afundando em minhas pálpebras e eu apenas gemia, aceitando o sofrimento.

Por favor, apenas termine logo com isso.

FIM

Autoria: Jim Patrik

Autoria: Jim Patrik

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