Ulisses titubeou, mas não teve coragem de atirar no pobre garoto de deficiência física. Não queria fazer como fez aqueles meninos, tirando a vida em meio a pedradas, o infeliz menino de rabo de jacaré chamado Alfredo, o primogênito de Armélio Costa, que tanto amava nesta vida. Na época, Ulisses jurou ao velho Armélio que não tivera culpa pela a morte do menino, e de fato não teve, não incitou a violência e nem mesmo estava por perto. Mas acontece que Ulisses fez pouco caso para aquele crime, e foi exatamente isto que enputeceu o velho Armélio costa, a inercia do delegado em tratar do caso, deixando de lado, como se fosse normal tirar a vida de um ser humano. Isto enraiveceu o velho Armélio, por isso incitou às pobres crianças a cometerem os assassinatos. A serem monstros, a odiarem a sociedade. A adorarem SHEBU O DEUS DA INCESTUOSIDADE E ZOOFILIA.Para Ulisses, o menino porco não passava de uma vítima, ali, naquele quarto, chorando como cabra prenha. Jumbo era uma vítima do pai fanático que praticava sexo com a filha e com os animais do seu pasto em nome de sua seita diabólica.
O nascimento de Jumbo e Rango fora este misto de loucura e ritualismo. O caso de zoofilia, praticado por Armélio Costa, era algo que vinha de pai para filho. Todos tinham o costume doentio de transar com animais e, até mesmo, casar-se com eles. O casamento era outra coisa repugnante de se narrar. O casório parecia mais com um ritual onde os noivos e convidados trajavam roupas pretas, segurando velas e proferindo palavras ininteligíveis. Só então vinha o acasalamento onde os animais excitados praticavam sexo com homens ou mulheres. As fotos não negavam tais bestialidades. Aquelas fotos aterrorizadoras de homens e animais fazendo orgia no pasto, em meio à escuridão. Homens desfrutando excrementos de animais, a mais repugnante coprofilia; serpentes sendo inseridas no ânus de pessoas adeptas à seita, o sangue de galinhas pretas escorrendo de seus pescoços e servindo de lubrificante para praticarem a sodomia. Cavalos penetrando em mulheres, colocando todo o seu absurdo membro na genitália destas.
Depois que Jumbo percebeu que o seu satânico pai havia de fato morrido, este se desesperou como um gorila na jaula, bem que Ulisses pensou em dar voz de prisão para o pequeno animal. Mas, que diabos! Como dar voz de prisão a alguém que nem mesmo sabe o que isto significa?! Jumbo era um animal irracional que só sabia matar, matar e matar. Nada mais que isto. Dar voz de prisão! Até riu disto, sozinho. Aconteceu que Ulisses estava apavorado. Não podia mais ficar ali, ameaçando o monsto com a sua arma que parecia mais com uma de brinquedo. "Chega de carnificina por hoje", pensou. "Preciso levar este menino vivo daqui. Ele não será mais um Alfredo da vida". Mas o porco, fraco, partiu para cima de Ulisses, o policial apenas lhe desferiu mais coronhadas derrubando o pobre coitado que estava bastante debilitado devido aos tiros, coronhadas e facadas que havia levado.
Ulisses não teve coragem de atirar mais uma vez naquele infeliz animal. Parecia indefeso lamentando a morte do pai doente.
Então morreu, prostrado no progenitor.
Fim
Autoria: Jim Patrik
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ESPECTROFOBIA (Contos de Terror)
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