Indubitavelmente, Roni se tornava o principal suspeito de ter matado o garoto Eric. Assim, Arthur e John se dirigiram às pressas para o colégio onde os garotos estudavam para falar com o professor e treinador da equipe de futebol, Robert Vieira. O homem estava justamente na quadra de esportes com alguns garotos prestando respeito pela morte do menino Eric. Arthur fez um sinal ao professor e este prontamente assentiu.
— Boa tarde. Senhor Robert Vieira, não é isto? — disse John.
— Sim, sou eu mesmo. Presumo que seja sobre o menino Eric?
— Sim senhor. Sou o policial John e este é o detetive Arthur. Queremos lhe fazer algumas perguntas.
— Sabe, — disse o homem, pensativo. — ainda não acredito no que aconteceu. Ainda não caiu a ficha. É como se ele fosse aparecer a qualquer momento ali com a sua chuteira me cumprimentando.
— Eu sei como é, senhor. Presto minhas condolências. Nós vamos lhe fazer algumas perguntas, espero que o senhor colabore com a gente.
— Sim, com toda certeza.
— Acho que o senhor deve saber, treinador — disse Arthur. —, que o menino Eric não era bem visto por um de seus alunos do time de futebol.
— Não bem visto?
— Sim, você sabe como é. Rixa, desavenças, quem é o melhor, coisas desse tipo.
— Não, senhor. Desconheço tal divergências.
— Ora, treinador. Pensei que fosse colaborar com a gente.
— E vou. Com toda a honestidade.
— Então, honestamente falando, o senhor devia estar por dentro das desavenças entre Eric e Roni, não estou certo?
— Roni? Roni e Eric?
— Sim. Ambos tinham um desentendimento, estou errado?
— Ah, sim, sim. Bom, mas foi algo superado por Roni. No começo ele não aceitava ficar no banco de reservas, mas depois acabou deixando pra lá. O próprio me disse que largaria os treinos para se empenhar mais aos estudos. E é o que faz hoje. Largou o time e se dedica aos desafios de Química.
— Então ele não treina mais no seu time? — perguntou Arthur.
— Não. Como eu disse, largou. Às vezes o vejo pelo corredor do colégio e trocamos algumas palavras. É um ótimo garoto. Mas parou mesmo com o futebol.
— Mas e as brigas? Sabemos que brigavam muito. — disse John.
— Ah, coisa de garotos. Já perdi a conta das brigas que separei.
— Ok, treinador. Acho que é só isso mesmo, não é, Arthur?
— Sim, é só isso mesmo. Muito obrigado. — agradeceu Arthur.
— De nada, senhores.
Algumas peças começavam a não se encaixar, pensou Arthur.
— Estranho. — comentou com John. — Se Roni estava tão obcecado assim com a vaga no time, por que desistiu de tudo para entrar no desafio de Química? Vamos sublinhar esta parte e continuar com a investigação.
No dia seguinte, Arthur convocara Roni e a menina Ana Tereza para serem interrogados. O primeiro a chegar foi justamente o garoto que mostrava total desconforto na espera dos investigadores.
— Desculpe a demora. — disse Arthur e John, adentrando à sala.
— Tudo bem, senhores policiais. Puxa, eu estou muito nervoso.
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ESPECTROFOBIA (Contos de Terror)
TerrorSe você gosta de explorar o desconhecido; fantasmas, demônios, lendas urbanas, vampiros, aqui é o lugar certo. Seja bem vindo às mais assustadoras histórias de horror. Atenção! Plágio é crime. Todos os contos estão autenticados.