Todos os dias eu limpava o estábulo emporcalhado por fezes que eu não tinha noção de onde vinha. Eu abrigava dezenas de animais, todos bem limpinhos e tosados conforme meu encarregado pedia. Acontece que estas fezes fétidas impregnavam todo o lugar outrora salubre. Não podiam ser meus bichos, pois não tinham este costume. Ate suspeitei de que algum deles estava com mal da barriga, com diarreia, sabe, mas não foi o caso, pois nosso veterinário frequentava regularmente nosso espaco, então a debilidade dos bichos não era algo de se narrar aqui.
E, pelo diabo, nem as fezes de nossos bichos fediam tanto assim como aquela imundície.
"Não pode ser", eu me questionava. "Quem poderia estar fazendo aquela nojeira? Só pode ser algum folgado filho duma égua".
Foi quando ouvi um barulho, certa noite, vindo lá do pasto. Os bichos estavam todos em alvoroço, como se um predador estivesse para atacá-los. Então peguei minha carabina e alguns cartuchos e corri para o estábulo.
Estava, como de costume, um breu. Os insetos noturnos foram a trilha sonora macabra ate o meu funesto destino: o estábulo. Eu estava morrendo de medo, não vou ser um frouxo aqui e negar a minha fragilidade. Então, com o candeeiro na mão, entrei na estrebaria. Os animais continuavam frenéticos, como se soubessem que seriam abatidos por algo sobre-humano. Mantendo a calma, ou tentando mantê-la, iluminei o lugar, mas não conseguia avistar a tal peste, demônio, predador, ou sabe-se la o que que rondava por ali. Foi quando ouvi um grunhido hórrido um de um suíno espandadiço.
"Oinc, oinc, oinc".
"Por Deus!" Exclamei aflito. Eu não tinha porcos, pelo menos ainda não.
Com a carabina nas mãos, me senti mais seguro em seguir aquele gemido do porco e o desagradável odor que advinha deste a exalar mais ainda conforme o miserável se locomovia.
Do lado do bebedouro dos cavalos, enfim achei o maldito e: por Deus! Era a coisa mais absurda e desprezível que já vi em toda a minha vida. O desgraçado do animal continuava a se defecar, imundo, horrendo, e foi fácil segui-lo devido os rastros de dejetos pútridos, fétidos e nauseante. Mas a minha surpresa foi algo extranatural quando o visualizei, parado como um porco preste a ser abatido. O desprezível animal era na verdade uma criatura humana. Sim, um homem de difícil descrição. Seria um quadrúpede, um bizarro homem oriundo dos pântanos mais loduosos que podiam haver pela região? Juro que não sei dizer aqui, ainda mais pela forte ansiedade e pânico que estivera acometido. Estava realmente fora de minha pobre sapiência descrevê-lo. Mas ainda assim apontei a carabina em sua direção, mas... ó meu Deus! Tive tanta pena daquele ser bisonho que recuei. O anômalo animal devia ter entendido o meu compadecimento, então correu, rosnando, grunhindo, então a onomatopeia foi se esvaindo em meio à escuridão, ao matagal que circundava nossa região.
Fim
Autoria: Jim Patrik
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ESPECTROFOBIA (Contos de Terror)
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