Todos gostaram da ideia e uma música foi posta. A bebida foi servida pela a irmã de Jonas que servia os visitantes com uma bandeja. De repente foi até à cozinha para jogar um lixo fora. Quando ia pisando no pedal da lixeira para suspender a tampa e jogar o lixo, esta foi interceptada grosseiramente por Jonas que a empurrou violentamente.
— Por que fizeste isso, Jonas? — questionou sua irmã.
— Desculpe irmã. A verdade é que não me sinto bem, mesmo. Deixe que eu jogue este lixo aí. Não se preocupe.
Os visitantes, visivelmente embriagados, dançavam com passos pesados sobre o piso de Jonas. O piso começava a oscilar.
Jonas, enfim, se apercebeu que seu sobrinho havia sumido da sala de estar e da cozinha. "Que capeta", disse. "Onde ele deve estar?".
O garoto de dois anos havia ido, justamente, no esconderijo improvisado da amante de Jonas: no quarto. Quando a amante viu o garoto, correu para o único banheiro da casa que se localizava de frente ao quarto de Jonas.
— Onde fica o banheiro? — perguntou Ruy a sua noiva.
— Ah, você pode ir direto naquele corredor que você vai parar lá. Fica de frente para um quarto.
— Obrigado!
Jonas procurava o garoto pelos três quartos da casa. Encontrou-o justamente no seu. Temeu por achar que o garoto houvesse encontrado sua amante. "Ela deve estar bem escondida", pensou ele puxando a criança pela a sua orelha. De repente viu Ruy no corredor dirigindo-se ao banheiro.
O... banheiro! — sorriu Ruy.-
Pois não. – sorriu forçadamente Jonas.
Quando Ruy abriu a porta do banheiro e ligou a luz, viu a amante de Jonas toda encolhida sentada ao lado da privada.
— Mas o quê você faz aqui, moça? — perguntou ele.
— Bom...bom...eu sou doméstica da casa. Senti-me mal e vim ao banheiro, porém minha dor ainda não passou.
— Bom, desculpe-me. Vou me retirar.
— Não, fique a vontade, amigo. — disse ela.
Ruy sabia, e agora tinha certeza, de que havia alguma coisa errada na casa.
Ao passar pela a cozinha, sobre os olhares de Jonas que estava na sala, Ruy avistou no chão várias gotas de sangue que vinham desde a sala até à cozinha, perto da lixeira. Ruy seguiu aquelas gotas sorrateiramente, e Jonas esbugalhava os seus olhos olhando-o. Ruy viu então, ao lado da lixeira, uma faca molhada de sangue.
"Que estranho. Muito estranho."
Jonas sentiu o seu coração querer sair pela a boca. Ruy virou-se e voltou para a sala de estar.
— Acabei de vê sua secretária no banheiro, Jonas. Acho que ela está passando mal.
— Secretária? — perguntou juntos os pais e os sogros de Jonas.
— Mas você nunca teve uma secretária, filho! — disse a mãe de Jonas.
— Bom, eu e Rose não estamos com muito tempo para cuidar da casa. Por isso contratamo-la.
— Apresente ela a nós, filho. — disse a mãe de Jonas.
— Sim, sim. Vou chamá-la.
— Vocês sabiam que o ganhador da loteria de hoje é de nossa pequena cidade? — disse o sogro de Jonas.
— Nossa! Não sabíamos. — disseram alguns.
— Hum, será que foi a Rose que ganhou e resolveu fugir do país? — disse a cunhada de Jonas.
Todos sorriram, beberam e dançavam em cima de um cadáver sumariamente degolado.
— Aqui está a moça. — disse Jonas apresentando a sua amante aos demais. — Ela se chama Ana.
— Prazer, Ana. — cumprimentou os convidados.
— Isto não é veste de doméstica. — disse a cunhada de Jonas no ouvido de Ruy.
Mais uma vez, por um incrível instinto que só os detetives possuem, Ruy percebeu um bilhete jogado bem próximo da poltrona em que estava sentado. Simulando atar seu cadarço, Ruy ajuntou aquele folheto. Quando vislumbrou do que se tratava, jogou-se consternado na costa da poltrona. Ruy começou a ligar os fatos: Primeiro a demora para Jonas recepcioná-los, segundo o mal estar e vômitos de Jonas e a funcionária, terceiro as gota de sangue pela casa, e quarto, e crucial condenação, o bilhete premiado da loteria. Sim, a sua noiva havia ironicamente acertado: Jonas matou a sua esposa para poder ficar com o premio de 50 milhões da loteria.
Agora era Ruy que pingava horrores.
Os dançantes dançavam insaciavelmente. De repente uma viga do piso se moveu. Ruy contemplou um dedo, com a unha pintada de vermelho da esposa. Estremeceu. Então, disfarçadamente, chutou aquele dedo de volta para debaixo da viga.
O piso estava para desabar completamente, mas Jonas não podia ser um mal educado e pedir para que os pais e sogros parassem de dançar. Desta vez vieram mais dedos da defunta para fora.
A criança, o sobrinho de Jonas havia novamente sumido.
Os dançantes sorriam e jogavam bebidas no chão.
De repente o pai de Jonas se escorregou e caiu no chão, e justamente na hora o piso desabou e Ruy sacou sua arma com uma destreza impecável dando voz de prisão para Jonas.
Todos os presentes ficaram petrificados com a cena. Ruy, então, tirou as vigas e pôde ver a mulher degolada.
— Meu Deus! – gritaram todos abismados com a cena.
— E a sua cabeça? — perguntou Ruy. — Onde você jogou?
De repente a criança chega até à sala, segurando a cabeça da mulher, sua tia, e a joga como uma bola de boliche.
A maioria da sala desabou em desmaio.
Autoria: Jim Patrik
VOCÊ ESTÁ LENDO
ESPECTROFOBIA (Contos de Terror)
TerrorSe você gosta de explorar o desconhecido; fantasmas, demônios, lendas urbanas, vampiros, aqui é o lugar certo. Seja bem vindo às mais assustadoras histórias de horror. Atenção! Plágio é crime. Todos os contos estão autenticados.