Um Dia te Desenhei

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      Em um evento de exposições de quadros, a advogada Sandra se espantou ao ver um quadro com a sua imagem suspenso na parede sobre os olhares atentos dos admiradores

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      Em um evento de exposições de quadros, a advogada Sandra se espantou ao ver um quadro com a sua imagem suspenso na parede sobre os olhares atentos dos admiradores. Como alguém poderia expor a sua imagem sem ao menos lhe notificar?! Intrigada e aborrecida, foi até o responsável do evento para lhe pôr a par da situação.

– Boa noite! – disse ela ao responsável.

– Boa noite, moça. Em que posso ser útil?

– Você poderia me dar uma informação sobre um quadro?

– Sim, pois não. – disse o homem.

– Muito bem. Antes de tudo, quero lhe informar que irei processar o responsável dele, pois, sem o meu consentimento ele usou a minha imagem em me expôs de modo negligente, isso é grave e, portanto, irei tomar as medidas cabíveis, pois sou advogada.

– Ok, moça. Tranquilize-se. Escute, aprecie nossas artes, mais tarde averiguaremos isto. Pode ser? Você está tumultuando o meu espetáculo com algo supérfluo.

– Supérfluo? Você deveria conhecer os preceitos e as regras do evento ao qual você dirige. Exposição de imagem é crime e dá cadeia.

Impaciente, o homem pediu para que Sandra lhe mostrasse o quadro que tanto a incomodava. Ao ver o quadro, o homem ficou admirado, pois a imagem era de uma semelhança inconfundível com a da moça. Apenas um grande artista inspirado o pintaria.

– Muito bem, moça. Devo afirmar que o quadro é de uma semelhança inacreditável com você. Louco eu seria se negasse este fato. Por sorte sua e, acho, azar dele, o responsável deste quadro se encontra em meu evento. Venha. Vou leva-la até ele e vamos acabar com este alvoroço todo. – Por favor. – disse Sandra

O responsável pelo o evento levou então Sandra até ao homem que o havia pintado. Este estava com alguns amigos apreciando outras obras e contemplando uma taça de vinho.

– Posso falar com você, Pedro Enzo? – disse o responsável do evento.

Pedro ficou absorto, não acreditando com o que presenciara.

– Muito Bem, senhor Enzo. Esta senhorita alega que você tenha usado a sua imagem em nosso evento. Não posso de forma alguma refutar isto, pois o que eu vi foi a sua imagem e semelhança. Deixarei vocês a sós para entrarem em um acordo. Com licença. – disse o homem, aliviado.

Este se afastou e os dois conversaram em um canto reservado, a pedido de Sandra.

– Você, como um profissional – começou Sandra –, se é que posso lhe chamar assim, deveria estar ciente de que usar a imagem de outrem sem entrar em contato com este, sem estar com o consentimento deste, é crime. Como ousa usar minha imagem, moço?

Pedro Enzo olhou estupefato para a moça.  Seus olhos refletiam surpresa e felicidade. Fez gestos inarticulados, mordeu o lábio inferior e disse:

– Não sei como lhe explicar isto! Na verdade nem sei se isto tem uma explicação.

– Para tudo há uma explicação, moço. Para tudo. – redarguiu Sandra.
Pedro apenas lhe olhava admirado.

– Mas nem tudo. – insistiu ele.

Sandra olhou para Pedro e disse:

– O que quer dizer?

– Quero dizer que nunca lhe vi, apenas sonhei com você.  – disse Enzo olhando fundo nos olhos de Sandra.

Sandra olhou para ele com um olhar de desdém e deboche, e disse:

– E você acha que eu vou acreditar nisto? Essa é a desculpa mais estúpida que eu já ouvi em toda a minha vida. Fique ciente que amanhã – continuou Sandra, seriamente – enviarei a você um documento judicial. Espero que assine e que em breve nos vejamos no tribunal. Boa noite!

Ao entrar em seu carro, Sandra disse a si mesma: “quem cala consente”.

Continua...

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