Festinha Macabra

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— Beba este copo d´agua

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— Beba este copo d´agua. Relaxe e conte pormenorizadamente o que você viu, senhor Bira. — disse o detetive Moura com seu hálito forte de tabaco e café.

— Foi irreal. Completamente irreal, senhor. — disse o policial.

— Comece a digitar, senhorita Ruth. — disse o detetive.

— Eu e o meu parceiro Dote estávamos nos dirigindo para a estrada da Jiboia branca, pois havíamos recebido denúncias de que o menino Renan Jesus estava por aquela localidade, na companhia de alguns estranhos, quando uma garota surgiu exasperadamente na frente de nossa viatura pedindo ajuda, dizendo que todos iriam morrer, para que a gente corresse o mais rápido possível, pois ele iria matar todo mundo. Rapidamente pedi reforços para aquele local de pouca luminosidade.

— Quem irá matar todo mundo? — perguntei à garota.

Ele está louco, por favor, corram!

“Percebendo que seria inútil o diálogo com a menina, eu e Dote que, como todos vocês sabem, é um policial novato, portanto, sedento a ação, corremos para o lugar indicado que, para a nossa surpresa, era fazenda da família Jesus, um lugar esquecido por Deus.

De princípio, não tínhamos ligado o envolvimento com o menino Renan, uma ingenuidade imperdoável esta nossa. Soubemos esta manhã do repentino desaparecimento do garoto Renan, denunciado por sua tia a quem tem a guarda, depois da morte fúnebre dos pais.

“Avistamos, então, as chamas, e a correria naquela proximidade era agonizante. Alguns garotos estavam com queimaduras graves, e todos estavam com a feição de desespero.

— O que motivou o incêndio? — perguntei a um garoto ao sair da viatura.

— Eu não sei, senhor policial. Mas eu sabia que aquilo era uma ideia idiota. - disse o menino, aos prantos.

— Que ideia? — perguntei, aflito.

— A de levar Renan até a fazenda onde ele morava. Hoje está fazendo um ano do crime na casa, então todos da escola programaram uma festa, uma surpresinha para ele.

— Vocês jovens realmente não têm juízo. Onde está a piedade de vocês? Cadê a compaixão? — disse Dote, furiosamente.

“O menino engoliu a saliva, e disse:

— A casa é realmente mal assombrada, senhor!

— Mal assombrada? Agora essa!

— Sim. Mal assombrada. Eu vi com meus próprios olhos.

— O que você viu? Conte desde o começo.

— Sobre a casa mal assombrada na fazenda, este foi um dos pretextos de se fazer a festa. Quem tem coragem de ir a uma festa mal assombrada? Cartazes com esta frase foram espalhados por todo o colégio esta manhã e causou um grande alvoroço. A maioria topou. Os garotos que programaram, no caso, a turma de Bill, sequestraram Renan esta manhã quando este saía do colégio e o levaram para a fazenda onde lhe amarraram por umas longas horas.

— Chega, chega, chega! — disse eu. — Vamos, Dote, vamos ver o que está acontecendo.

Continua...

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