Namjoon entrou na confeitaria mesmo na dúvida se deveria realmente fazer aquilo, porém não poderia se esconder para sempre de Seokjin, certo? E, estava no horário dos seus remédios e já tinha se acostumado com o leite morno e biscoitos que comia todos os dias.
Seokjin atendia um cliente, então Namjoon foi em silêncio para o seu lugar no balcão, com cuidado retirando seu porta-comprimidos e pegou os remédios referentes a quinta-feira.
— Joonie!
O analista poderia confessar que estava com medo do outro o ignorar ou algo do gênero — o que era loucura, claro —, então ficou contente quando Seokjin se aproximou, inclinando-se no balcão e lhe beijando os lábios.
— Eu tinha prometido mais beijos.
— Ontem só Jinyoung estava por aqui — comentou Namjoon, sorrindo fracamente. — Aconteceu alguma coisa?
— É... foi pelo mesmo motivo pelo qual precisei desmarcar nosso encontro — Seokjin sabia que deveria falar sobre Taehyung, mas não tinha coragem. — Por falar nisso, eu tenho um presente para você — o confeiteiro anunciou, abaixando um pouco para pegar o pequeno vaso de planta, que continha um pequenino cacto, enfeitado com um bonito laço azul. — É um pedido de desculpas.
O moreno sorriu observando o vaso e a pequena plantinha. Ele não pode deixar de fazer uma correlação ao fato de que aquele cacto parecia com Seokjin e ele: algo pequeno, que com cuidado poderia se tornar maior; o analista pensou em verbalizar o pensamento, porém achou meloso e clichê demais, então desistiu.
— Gostou?
— Ah, claro que sim! — Namjoon falou, levantando o olhar para o outro, com um sorriso. Naquele momento o moreno se lembrou do buquê de flores e como este agora estava com Jungkook; sentiu-se culpado naquele instante. — É tão lindo... Eu vou cuidar direitinho, okay?
Seokjin sorriu, apoiando o cotovelo no balcão e o queixo na palma da mão. Namjoon era tão fofo ele morria de vontade de conhecer mais, de ouvir as histórias que ele tinha para contar. Era fácil se ver apaixonado pelo moreno e sendo feliz. Diferente do que tinha com Taehyung, que era conturbado e intenso, não necessariamente ruim o tempo inteiro, mas definitivamente complicado.
— Você parece um pouco triste — comentou Namjoon, não resistindo a levar a mão ao rosto do mais velho. — Espero que esteja tudo bem.
O confeiteiro sorriu novamente para esconder a vontade que estava de chorar naquele momento. Era ruim querer tirar toda a dor de Taehyung? De se ver por vezes esperando alguma ligação de algum hospital informando que seu amigo tentara suicídio? Céus, agora definitivamente queria chorar.
— Estou... com uns probleminhas, hm... familiares. — Era quase aquilo, pelo menos era isso o que pensou o confeiteiro. — Mas, eu tenho que ser forte, para segurar as pontas. Ele... Essa pessoa precisa de mim.
— Eu sinto muito, Jin — o mais alto proferiu, esticando uma das mãos até conseguir segurar a do confeiteiro com carinho.
— Obrigado, Joonie. Você é um anjinho.
— E você um deus grego.
O mais velho riu, batendo de leve no ombro do moreno, que piscou um dos olhos, em um ar de brincadeira. Seokjin novamente se inclinou para mais um beijo. O que estava fazendo? Não tinha muita certeza, mas gostava.
— Não vão chamar sua atenção por ficar beijando os clientes na hora do expediente? — Namjoon provocou, sorrindo ladina para o confeiteiro.
— O chefe, eu, não se importa — brincou o mais velho. — Mas Jinyoung não pode.
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Seesaw
FanfictionYoongi gostava da calmaria. O som dos pássaros de manhã na sua janela, o barulho das ondas no mar e o ruído do teclado sendo digitado. Não era muito, porém vivia bem daquela maneira. Até conhecer Jung Hoseok. Kim Namjoon vai todo dia na mesma confei...