Capítulo 3

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AVISO DE GATILHO: Depressão, alcoolismo, pensamentos depreciativos e suicidas.


Namjoon sentia-se idiota, porém lá estava ele novamente entrando na confeitaria, mesmo já sabendo a resposta para a sua pergunta rotineira. Porém, não conseguia evitar, mesmo que estivesse fazendo papel de bobo.

— Olá! — A voz animada do mais velho chegou a Namjoon, que sorriu fracamente, sentando-se no balcão do lugar. — O mesmo de sempre?

Kim Seokjin era o homem mais lindo que Namjoon já havia colocado os olhos na vida. O rosto do dono do estabelecimento era perfeitamente simétrico, anguloso e com olhos precisos. A boca avermelhada e o cabelo pintado de loiro — era um adendo recente —, e a altura que quase chegava na sua, com somente dois centímetros de diferença, completavam a visão que o jovem analista amava ter todos os dias.

— Sim, o de sempre...

Leite morno e alguns biscoitos de chocolate eram o de sempre. Então, enquanto o Seokjin ia atrás do pedido, Namjoon pegou sua bolsa e tirou o seu porta comprimidos, abrindo o que estava referente a "Terça-feira" e retirando todas as cápsulas do local e deixando em cima do balcão.

O mais alto poderia ir em qualquer lugar antes de seguir para o trabalho, na realidade tinha uma cafeteria um quarteirão à frente que vendia a sua combinação preferida de café com menta, todavia desde que descobrira a pequena confeitaria apertada entre dois prédios e seu belo dono, não se viu capaz de ir a outro local.

— Prontinho — disse Seokjin, colocando o pedido em cima da mesa. — Você cortou o cabelo. Gostei.

Por vezes, Namjoon odiava o dono da confeitaria, pois era tão gentil com ele que fazia as bochechas do mais alto corarem no mesmo instante. Sentia-se um adolescente perto daquele homem, porém, não conseguia evitar. Não com aquele perfeito sorriso na sua frente.

— O-obrigado...

O loiro piscou um dos olhos e foi até outro cliente que tinha acabado de chegar, logo pedindo um segundo para buscar o bolo encomendado que estava na parte de dentro da loja. Namjoon sorriu para si mesmo, pois sempre que estava no local, Seokjin deixava-o vigiando o estabelecimento. Não era um acordo e nem nada do tipo, porém depois de um ano indo ali havia uma certa confiança de ambas as partes.

— Volte sempre, senhor — Seokjin falou momentos mais tarde. — Se puder, depois deixe um feedback no site da loja.

O homem concordou com a cabeça e saiu sem mais nada falar, fazendo Seokjin enrugar o nariz e reclamar baixo da falta de educação.

— Os biscoitos estão bons?

— Não são uma torta de nozes...

Seokjin riu da piada interna deles, mal sabendo que Namjoon nem gostava de nozes. Há um ano, quando o mais alto viu o confeiteiro, começou a gaguejar e para não piorar a situação, inventou que queria uma torta de nozes, que não faz parte do cardápio. Então, durante vários meses, a desculpa do moreno para ir até a loja, era procurar pela torta de nozes. Até que somente desistiu e começou a pedir pelos biscoitos.

— Como anda o trabalho, Joonie?

O moreno odiava com o apelido sempre fazia o seu estômago pular no lugar. Ele era tão idiota.

— Cansativo — disse Namjoon, suspirando fundo e sorrindo fracamente. — O chefe 'tá cada vez mais mal-humorado.

— Ah, já descobriu qual o problema dele?

— Sim... Ele está se separando da esposa e resolveu descontar na gente.

— Que escroto — disse o confeiteiro, apoiando os cotovelos no balcão. — Odeio gente que faz esse tipo de coisa.

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