Capítulo 53

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Aviso de gatilho: violência extrema


Era madrugada quando Jimin escutou o barulho na cozinha.

Park não estava conseguindo dormir e por isso resolvera gastar seu tempo com alguma série boba de super-herói. Mas, o som estranho de algo se chocando contra o piso da cozinha o fez desligar a televisão, ficando atento a qualquer outro som. Onde estava Pitoco quando se precisava dele? Foi o que o moreno pensou, calculando que o cachorro provavelmente estava dormindo em algum lugar da casa.

Ele então se colocou de pé e a passos silenciosos — pelo menos esperava que fossem sem som —¸ seguiu para a cozinha. O cômodo não era grande, então assim que entrou no lugar, não identificou nada de diferente, somente a janela que jurou ter fechado, aberta.

Park suspirou fundo, pensando que já estava ficando paranoico, quando escutou Pitoco latindo, do andar de cima. Ele nem pensou em mais nada, somente pegou uma das facas que ficavam a amostra no conjunto que tinha em cima da bancada e correu escada acima.

Assim que alcançou o topo da escada, escutou além de Pitoco latido, seu irmão gritando por ajuda, o que o fez entrar ainda mais afoito no quarto de Jaemin, encontrando-o nos braços do seu tio, que parecia prestes a pular da janela do cômodo, que também estava aberta.

— Jay, larga ele!

Jimin não pensou em mais nada, somente se jogou contra o homem, vendo-o largar Jaemin em cima da cama de qualquer jeito. O mais baixo então puxou o tio pela camisa e acabou indo ao chão com ele, escutando os gritos do irmão e os latidos fortes do cachorro, que somente não fazia mais por ter medo do enfrentamento.

O rapaz tentou usar a faca, mas percebeu que esta estava caída no chão, um pouco afastada, então focou em tentar socar Jaebeom, contudo sentiu o outro lhe acertar primeiro o rosto com o punho. Mas, Jimin não podia desistir, pois significava que Jaemin seria levado pelo Park mais velho, por isso forçou o corpo para cima e acabou rolando no carpete até perto da afiada arma.

Novamente, sentiu a face sendo acertada por um soco, porém, foi a distração que Jimin precisou, pois conseguiu alcançar a faca e sem demora, ficar na lateral do corpo do tio. O homem gritou de dor e caiu para o lado, mas o Park mais novo precisava acabar com ele de uma vez por todas, por isso sem demora se jogou contra o tronco do mais velho e novamente abaixou a faca.

Uma vez.

Duas vezes.

Três vezes.

Tantas vezes, que Jimin perdeu a conta, mas ele não podia parar, nem com o sangue do tio encharcando a sua roupa, rosto, cabelo, carpete e o pelo de Pitoco — que agora uivava alto —, assustado demais com o que estava acontecendo naquele quarto.

A faca subia e descia da barriga do outro, mas não podia parar; ele levaria Jaemin, então não podia parar. Sinceramente? Era bem fácil continuar esfaqueando alguém depois da décima vez, a pele não parecia mais fazer nenhuma resistência contra a lâmina de inox afiada.

Quando sentiu o braço cansado, Jimin levantou o rosto e sorriu para o irmão, que estava agarrado a Pitoco — que tinha subido na cama e sujando tudo de sangue —, com os olhos arregalados e a respiração pesada.

— Deu tudo certo, Jaemin — garantiu Jimin, rindo novamente enquanto sentia um respingo de sangue escorrendo da sobrancelha até o seu olho. — Estamos seguros agora.

**

Jimin acordou assustado tateando a cama em busca de Jungkook, mas percebendo que estava sozinho ali.

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