Capítulo 19

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AVISO DE GATILHO: conversa sobre depressão, ansiedade, sobre alcoolismo, traumas passados, sobre suicídio, sobre tentativas de suicídios.


Seokjin acordou atrasado e somente teve tempo de mudar rapidamente a roupa e beijar a testa de Taehyung antes de correr para o se carro e buscar Namjoon para o encontro que teriam. No dia anterior, as coisas tinham sido confusas, mas esperava que tudo desse certo agora.

Namjoon estava sentando no meio fio, mexendo no celular quando Seokjin parou o automóvel. O analista o fitou sorrindo e se levantou, entrando no carro de uma vez.

— Cheguei atrasado — disse o mais velho, suspirando fundo. — Me desculpe.

— Tudo bem... Foram somente alguns minutos — Namjoon afirmou, inclinando no banco na direção do mais velho. — Um beijo deve resolver as coisas.

O confeiteiro sorriu, buscando os lábios de Namjoon e logo forçando o corpo uma pouco para frente, enquanto apertava a nuca do mais alto para deixar sua língua prensar a do outro contra ao céu da boca.

— Uau... eu perdoo tudinho mesmo dessa maneira — brincou o mais alto, sorrindo. — Obrigado por me dar uma outra chance... Esse será um bom encontro, eu prometo.

— Ninguém está julgando isso, Joonie — garantiu o mais velho, ligando o carro. — Vamos tomar café e nos divertir. E só.

Parecia uma boa ideia. O analista gostava daquela possibilidade: somente se divertir. Só a divindade sabia como precisava daquilo, ainda mais para enfrentar o trabalho no dia seguinte.

O local que escolheram era especialista em brunch e por mais que Seokjin pudesse fazer todos aqueles doces e tortas no seu estabelecimento, gostava da ideia de comer fora; era bom conhecer novos lugares, ainda mais com a bela companhia de Namjoon.

— Taehyung chegou bem em casa ontem? — Namjoon logo perguntou, mordiscando um pedaço do waffle.

O confeiteiro fitou o outro e suspirou. Novamente Taehyung estava na conversa sem estar ali; o que aquilo significava no final das contas? Talvez fosse cedo para tentar explicar aquele fato.

— Sim... Parecia animado de reencontrar o amigo de infância — explicou o mais velho, bebendo o suco de laranja. — Você tem algum amigo de infância, Joonie?

Hm... Não — disse o mais alto, balançando os ombros. — Meus pais se mudavam muito a trabalho, então nunca tive um lugar fixo que desse para fazer amigos, sabe? Era muito complicado.

— Poxa, isso deve ter sido horrível para uma criança.

— Um pouco; as coisas somente melhoraram quando eu era adolescente — afirmou o analista, sorrindo. — Mas ainda assim, nenhum amigo da época... Só Amber. Eu a conheci antes da faculdade, na parada LGBT que teve aqui em Seul. Tinham umas meia dúzia de pessoas. — Namjoon riu com a lembrança. — Viramos amigos de cara.

— Uau... Isso é muito bom — comentou o confeiteiro. — Eu nunca fui na parada gay... Talvez eu devesse ir.

— É uma experiência única — explicitou o mais alto. — Mas meu sonho é ir na de New York ou na de São Paulo, no Brasil... Dizem que você sai de lá renovado, uma nova pessoa.

Seokjin não pode evitar que o sorriso singelo surgisse em rosto. A cada nova palavra de Namjoon, ele tinha vontade de descascar todas as camadas do mais alto e assim conhecê-lo por completo, tanto corpo quanto a alma. De certa forma, sentia que seu coração parecia estar abrindo espaço para uma nova possibilidade e era assustador ao mesmo tempo que animador; confusão era o que resumia a mente do confeiteiro naqueles últimos dias.

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