Aviso de gatilho: homofobia, ataque de ansiedade, autoflagelação
Seokjin queria ir direto para o hospital, mas no dia anterior tinha recebido uma ligação da mãe, pedindo para ele antes passar na casa da família para conversarem. Ao botar os olhos na antiga casa da família, seu interior se contorceu de maneira desconfortável e ele desejou não ter ido, ou de estar na companhia dos namorados, pois estes sempre o faziam se sentir seguro, mas agora que estava ali, tinha que ser forte e continuar.
O loiro foi recebido pelos empregados e ele os cumprimentou de forma polida, isso até encontrar sua antiga babá. A mulher estava exatamente como ele se lembrava, claro que os anos cobravam o seu valor, entretanto o sorriso gentil era o mesmo e ele não resistiu a correr e abraçar a senhora com carinho.
— Seokjinnie, meu menininho... Como você está lindo!
— A senhora é mais linda!
— Oh, menino. Sempre galanteador — a senhora disse, sorrindo ao passar a mão pelo cabelo de Seokjin, que estava inclinado na direção da antiga babá. — Essa casa não é a mesma sem você, meu querido.
— Eu sei, seus cabelos brancos diminuíram depois que eu fui embora, não é? — brincou, rindo junto da mulher que negava com a cabeça.
Os dois ainda mantiveram uma breve conversa, até o mordomo — não era o mesmo com o qual Seokjin cresceu vendo e sendo seu amigo —, avisar-lhe que sua família o aguardava na sala principal.
— Eu venho me despedir da senhora antes de sair tudo bem? — Seokjin garantiu beijando a mão da mulher, e sorrindo antes de se virar para seguir o mordomo.
Os corredores eram os mesmos e até os quadros, mas não parecia mais o local onde riu, brincou com o irmão, comemorou aniversários e descobriu por que não conseguia parar de encarar o motorista da família. Não parecia mais um lar.
A sala continuava a exibir dourado, como se ela própria reluzisse ouro, todavia Seokjin resolveu ignorar aquilo e focou na sua mãe e no seu irmão sentados no grande sofá, bebericando um chá com biscoitos, como se fossem os ingleses que sempre tentaram ser, mas nunca conseguiram.
— Você está atrasado.
Foi a primeira coisa que ouviu da mãe pessoalmente. Não se viram por cinco anos e aquela era a primeira coisa que ele ouvia da própria mãe. O rapaz riu pelo nariz, um som sem emoção.
— Não estou. Cheguei no horário marcado, ainda que eu não quisesse vir. Não é a senhora quem quer me ver, é o papai e ele não está aqui.
O Seokjin de antes não respondia muito os pais, contudo depois de anos não sentia mais aquela ligação que deveria ter com eles. Era estranho perceber aquilo, pois gostaria de ter a família ao seu lado, mas cada vez parecia que aquele era um sonho muito distante.
— Sempre abusado. Sinceramente... — A mulher não esboçava emoção de que estava feliz em rever o filho, apenas uma leve irritação, simplesmente sorvendo mais um gole do chá.
— O que a senhora quer? Diga de uma vez, não quero perder o horário de visitas.
— Sente-se — falou a mulher, indicando o sofá de frente ao que estava com o filho mais velho. — Temos assuntos importantes para tratar.
O confeiteiro tinha certeza que não tinha assunto nenhum para conversar com a família, mas assim fez, quase se assustando com a funcionária que logo entrou no local, oferecendo-lhe chá e biscoitos. Ele aceitou os doces, somente para comparar com o sabor dos deles.
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Seesaw
FanfictionYoongi gostava da calmaria. O som dos pássaros de manhã na sua janela, o barulho das ondas no mar e o ruído do teclado sendo digitado. Não era muito, porém vivia bem daquela maneira. Até conhecer Jung Hoseok. Kim Namjoon vai todo dia na mesma confei...