Existia algo em cemitérios que Seokjin nunca soube ao certo como o fazia se sentir. Nunca saberia explicar, mas por vezes ficava extremamente triste em pisar em tais locais, contudo outras vezes sentia paz, como se todos os espíritos daquele solo estivessem bem e vivendo em seus paraísos. O confeiteiro torcia para aquele pensamento estar correto e que a alma do seu pai se encontrasse em um bom lugar, desfrutando o seu descanso eterno.
— Ele sempre falou como achava o mausoléu exagerado — comentou Sook, deixando as flores brancas no local onde o corpo de Chungho estava enterrado. — Tenho certeza que ele reclamou para caramba quando viu onde estavam o colocando.
Seokjin sorriu, pegando a mão que a mãe lhe oferecia.
— É, realmente parece algo que ele faria — afirmou o confeiteiro, suspirando fundo. — Mas acredito que ele já esqueceu isso e está sorrindo para outras coisas.
— É o que espero, filho. — Sook suspirou fundo. — Sinto falta dele. Éramos grandes amigos, sabe?
— Sinto muito, mamãe.
— Não sinta, filho. Nós colhemos o que plantamos e seu pai se redimiu no final, não foi? Aposto que ele foi em paz. — Sook sorriu. — E eu fico feliz por vir finalmente visitá-lo. Sua... Quer dizer, Micha não me deixou ir ao enterro no dia.
— Eu não sabia disso...
— Agora já passou — disse a mulher, movimentando os ombros de forma sentida. — Chungho está bem, é o que importa.
Seokjin concordou com a cabeça e abraçou a mãe pela lateral do corpo, sentindo o corpo da mulher se apertar ainda mais contra o dele. Ambos sentiam falta da figura de Chungho, porém estavam contentes por toda a verdade que veio a tona com o testamento que o homem deixou. Ele realmente tinha se redimido no fim da vida.
— Vem almoçar comigo, filho? — Sook perguntou minutos depois, quando saíam do cemitério. — Tenho algumas coisas para te contar.
— Hum... Toda misteriosa — brincou o mais alto.
Os dois se encaminharam para um restaurante simples, mas que tinha um cheiro delicioso de comida caseira e era tão aconchegante e morno por dentro que os faziam se sentir em casa.
— Ah... Eu adorei esse lugar, mãe! O que vamos comer, hein?
— O que Sohye colocou como prato do dia...
— Oi?
Sook sorriu envergonhada até Seokjin entender que aquele restaurante era da amiga da mãe.
— Ué? Vocês não iam viajar ou sei lá? — Seokjin riu. — Mudaram de ideia?
— Então, o sonho de Sohye era cozinhar o resto da vida? — A mais velha balançou os ombros. — E a gente nem gosta de viajar mesmo.
— Entendo.
Seokjin estreitou os olhos, nada comentando, mas com a mente a mil. Sua mãe estava tão estranha e agora ela tinha os olhos por todos os lados como se procurasse alguém e então sorriu largamente quando encontrou o que queria. Era Sohye, que se aproximava com um avental pendurado no pescoço e um chapéu de chef na cabeça.
— Amor... Er, Sook — disse a chef, disfarçando com uma tosse. — Você veio!
— Eu disse que viria — afirmou Sook. — Agora vocês finalmente podem se conhecer.
Seokjin franziu o cenho, afinal havia escutado o que a mulher tentou disfarçar, mas não comentou, apenas se levantou e cumprimentou a amiga de sua mãe com cordialidade.
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Seesaw
FanfictionYoongi gostava da calmaria. O som dos pássaros de manhã na sua janela, o barulho das ondas no mar e o ruído do teclado sendo digitado. Não era muito, porém vivia bem daquela maneira. Até conhecer Jung Hoseok. Kim Namjoon vai todo dia na mesma confei...