Capítulo 11

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O horário do almoço estava se aproximando e Yoongi começou a arrumar suas coisas para poder encontrar Hoseok. Antes, seus dias no intervalo consistiam em comer as barrinhas e voltar para a mesa de trabalho, porém agora se via sempre animado de encontrar o Jung. Há tanto tempo não tinha um amigo que não fosse o irmão que as coisas pareciam tão mais alegres; sabia que era uma reação do seu cérebro, entretanto não deixaria de aproveitar as recompensas que ganhava do seu corpo.

Yoongi olhou para a própria bolsa e imaginou se deveria levá-la ou somente carregar o que tinha trazido para Hoseok. Por fim, sacudiu os ombros e resolveu que o melhor era levá-la, afinal tinha tudo o que precisava dentro dela.

Min, em seguida, olhou no relógio e percebeu que faltavam dois minutos para o almoço e tudo ficaria extremamente barulhento, então ele pegou o seu fone antirruído na bolsa e o colocou no ouvido, logo pegando suas coisas para seguir para a cozinha.

O analista estava distraído e um pouco ansioso de encontrar Hoseok, pois queria saber se ele iria gostar ou não do que tinha feito, então quando uma dor lhe atingiu o ombro esquerdo ele nada entendeu. Não estava machucado, pois sabia a diferença, porém alguém tinha encostado nele. Min acreditou que estavam tentando falar com ele e por isso tirou o fone de ouvido, contudo se arrependeu no mesmo instante.

Seu sistema sensorial reconhecia todos os sons e toques ao mesmo tempo, então algo que para os neurotípicos era comum, indolor e por vezes agradável, para Yoongi perturbador, além de doloroso. Por isso, sem o fone de ouvido antirruído, tudo chegou ao mesmo tempo em Min e seu cérebro não sabia lidar com todas as informações juntas daquela maneira.

O moreno se sentiu tonto, sem equilíbrio e não conseguia se lembrar para onde ia em primeiro lugar. Ele então tentou colocou o fone para o ajudar pelo menos um pouco, porém foi empurrado, um, duas, três vezes; na quarta, Yoongi correu sem nem olhar para trás.

***

Hoseok tinha começado a assistir Bates Motel e estava ansioso para discutir as coisas que percebera com Yoongi, então assim que deu o horário do almoço, ele se despediu de Jimin e praticamente correu para a cozinha. Estava animado para conversar com o moreno.

Ele já não trazia mais comida que precisasse esquentar ou pelo menos dizia para si que não era necessário e somente abria seu recipiente e comia o seu almoço.

A mesa vazia na frente de Hoseok era algo normal por no máximo três minutos, então no quinto, Hoseok já estava preocupado. Mas era loucura, certo? Talvez o elevador estivesse atrasado ou o outro estivesse terminando algo que estivesse trabalhando, correto? Eram coisas comuns de se acontecer.

Nove minutos depois, Hoseok já estava pegando sua bolsa para em seguida rabiscar um bilhete caso Yoongi aparecesse: "Você demorou e fiquei preocupado. Não se preocupe que qualquer coisa, eu volto aqui." E, por fim, Jung se levantou e saiu a procura de Min.

Primeiramente, Hoseok olhou no andar da cozinha, mas não se estendeu muito e logo seguiu para o elevador, apertando o décimo primeiro andar e torcendo para que Yoongi somente tivesse esquecido do almoço ou algo do gênero, mesmo que sua mente dissesse que não tinha sido aquilo que havia acontecido.

O andar estava vazio e Hoseok percebeu que não sabia qual era a mesa de Yoongi, mas de alguma forma continuou a andar pelos cubículos e assim que viu um lugar mais afastado, sem ninguém em volta, sua mente gritou que era onde o analista ficava e sem pensar em mais anda seguiu para lá.

A mesa era simples e bem arrumada e com um sorriso Hoseok passou os dedos por ela, observando que tinha uma espécie de arranjo de plástico próximo a uma pilha do que pareciam ser relatórios. Jung franziu a testa, afinal não imaginou que Min gostava daqueles enfeites e com a curiosidade lhe dominando, ele arriscou pegar o que parecia ser uma flor de plástico vermelha e uma inscrição no vaso que a ela estava ornamentado.

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