Capítulo 28 - Henrique

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Henrique

Logo a reunião dos jovens começaria e eu estava sentado ao lado do Altar com a Bíblia nas mãos, enquanto os jovens chegavam, pouco a pouco os lugares eram preenchidos, mas eu sabia que mesmo que estivesse crescendo, meu maior objetivo naquele momento era fazer com que eles se firmassem, não queria que eles se comprometessem comigo ou em participar de uma reunião, mas que eles se comprometessem com Deus, porque só quando tínhamos um pacto com Ele é que a nossa vida de fato mudava.

E se eles tivessem um pacto com Deus, eu sabia que eles sempre estariam ali e não seriam aquele tipo de jovens que vem uma vez e nunca mais volta. A palavra de Deus era uma semente e precisava cair em uma boa terra.

Mas eu sabia que para extrair essa qualidade de jovens nascidos de Deus, eu precisava de uma quantidade e para ter quantidade eu precisava de ajuda e isso eu pensava há vários dias. Aquela igreja era pequena e só tinha eu como obreiro para ajudar os jovens, eu não podia contar com os demais, pois cada um tentava fazer da melhor maneira a missão que Deus havia confiado em suas mãos que era diferente da minha.

Se eu não podia contar com os obreiros por enquanto, eu deveria fazer com que aqueles jovens tivessem o desejo de serem obreiros, eu deveria contar com eles.

Eu batia a caneta nos lábios e encarava a parede pensativo quando a mão de Daniel passou em frente ao meu rosto:

-Obreiro? O senhor está me escutando?

-Oi... -Balancei a cabeça e tirei os óculos que usava apenas para ler. -Desculpe, fazia muito tempo que você estava falando comigo?

-Estava com a cabeça longe, em... -Ele sorriu. -Desculpa atrapalhar o senhor, eu só queria avisar que a Vitória veio.

-Vitória?

-A jovem que a gente foi na casa e tudo mais, que a irmã dela até vomitou no senhor.

-Ah sim... A irmã dela veio?

-Não... Nem quando a Vitória vinha sempre nas reuniões ela vinha. Uma vez ou outra depois da irmã insistir bastante, ela aceitava, mas nunca pegou firme.

-Entendo... Deveríamos chamar ela qualquer dia.

-Ela trabalha naquele bar perto da rua Sonho.

-Sim, eu já vi ela algumas vezes lá. -Mas nunca tive coragem de convida-la, completei em meus pensamentos. Eu não era tímido, mas toda vez que ela me dirigia o olhar eu ficava desconfortável, por isso, nunca conversava com ela, mesmo que a garota puxasse assunto comigo.

-Vitória disse que ela canta também.

-Canta?

-Sim, e se for do mesmo nível que Vitória, então a mulher canta mesmo.

-Vitória então canta?

-Ela canta e dança. Na verdade, antes dela se afastar, ela era líder do projeto Cultura que cuida dessas coisas aqui.

-Sério? -Uma ideia surgiu na minha mente. -Será que ela toparia ser líder novamente?

-Líder? O senhor tem certeza? -Daniel olhou para mim com a testa franzida, como se o que eu houvesse acabado de falar era uma loucura.

-Se ela leva jeito para coisa, não vejo o porquê não. -Sorri animado. Certamente Deus estava me ajudando, trazendo pessoas para ampliar os horizontes.

-Ela acabou de voltar...

-E será um motivo para ficar.

Me levantei e caminhei até ela, sem sequer consultar a Deus o que Ele achava daquilo, comuniquei para Vitória que gostaria muito que ela me ajudasse, fazendo com que ela aceitasse logo de primeira.

Eu estava construindo um caminho, mas não estava nem próximo de ajudar a alma de Vitória a encontrar O de Jesus.

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