Eros

Uma nova Cinderela (parte 16)

Vermelho e preto. Era tudo que eu vi. Um quarto imenso com as paredes pretas. Sem janelas. Muitos espelhos. E vermelho. Vermelho nas cortinas. Vermelho na cama redonda. Vermelho nos abajures. Vermelho no carpete. Cordas e correntes.
Com as mãos no rosto, meus olhos arregalados percorreram todo o ambiente.
- Entra! Sinta-se à vontade. - Eros estava se divertindo com a minha reação. - Já viu de perto algum assim? Um quarto vermelho?
Eu não consegui nem responder. Eros tomou a iniciativa e começou pelo lado esquerdo.
- Aqui temos cordas, correntes, laços. - Ele se aproximou do que parecia ser um guarda roupa. E empurrou a porta de correr para o lado. Dentro pendurados cordas com diversos nós, algemas prateadas, algemas douradas, chicotes, barras, cadeados, prendedores.
Pequenos pontos de luz vindos do teto davam um charme ao ambiente.
Eu fiquei tão impressionada que mesmo me aproximando dos objetos e pegando na mão não conseguia acreditar no que estava vendo.
- Você já usou todas essas coisas? - eu, agora, via Eros de uma forma nova. Um novo lado dele. Sempre percebi nele uma áurea misteriosa. Estava impressionada demais.
- Você não viu nada, meu anjo! - Eros empurrou a outra porta do guarda roupa. Dei dois passos e vi meu reflexo num dos espelhos espalhados pelo ambiente.
Neste lado do guarda-roupa, dezenas de plugs anais. Bolinhas metálicas com correntinha.
- Isso aqui você coloca la dentro e é só caminhar. - Eros explicava com tanta calma que parecia um professor na escola ensinando quanto é dois mais dois. - Você está realmente impressionada. - Eros comentou com um riso discreto.
- Estou. Não vou negar. - abri uma das gavetas. Vários vibradores e masturbadores. De todas as cores. De todos os tamanhos. Um pênis de borracha de meio metro. Uns em formato de polvo, outros com cabeças de coelhinhos. Uns pesados. Outros leves.
Peguei um na mão.
- É só ligar no botãozinho, na parte de baixo.
Apertei o botão e começou a tremer na minha mão.
- Gostou? - Eros colocou suas mãos ao redor da minha cintura. Me abraçou com carinho e deu um beijo na minha buchecha. Aconchegou seu rosto no meu ombro. Seu rosto tocando no meu.
- Você já usou tudo isso? - eu estava muito curiosa. Imaginei Eros trepando com outras garotas no recinto.
- Não. Há muita coisa aqui. E volta e meia eu compro coisas novas. Gosto de explorar o prazer máximo do corpo. Gosto de sentir prazer e de dar prazer.
- Mas há chicotes e algemas. Isso parece um pouco doloroso. - eu queria entender mais de Eros.
- Às vezes há prazer em sentir dor. Claro que não em esquartejar alguém. Deixo eu ver como posso te explicar. Sabe quando vicê faz sexo e quer mais força? Quer que te apertem com força? Quer fúria? Quer ouvir palavrões? Quer ser insultado?
- Sei. - falei bem baixinho. Meus olhos presos nos vibradores.
- É mais ou menos isso. Nada é feito sem à vontade do outro. O objetivo é sentir prazer.
- Estou chocada.
- Eu imagino. As pessoas tem medo de pensar sobre como os outros fazem sexo. Tem medo e desejo por sexo. É muito tabú.
- O que você mais gosta de fazer, Eros? - continuamos abraçados. Eros conduzia meu corpo para ir até o guarda-roupa ao lado.
- Eu gosto, em primeiro lugar, de você, e em segundo, de fuder.
Deus! Como esse homem é fogoso.
- Aqui temos vendas. Eu gosto, acho excitante não ver. Dá um friozinho na barriga. Temos uns chicotezinhos de couro. Alguns grandes. Outros mais delicados e pequenos. Algumas jóias. Muitas máscaras. - Eros pegou uma e colocou sobre os olhos. A máscara de couro preto deixava Eros ainda mais misterioso e gostoso. - Consegue imaginar eu pelado só com isso?
Senti minha buceta piscando. Devia ficar irresistível. O cacetão balançando, pesado, para lá e para cá, ao caminhar.
- Aqui no meio o principal. A cama redonda. - Eros passou a mão sobre os lençóis vermelhos. Espelhos em pé. De dois metros de altura estavam posicionados ao redor da cama. - Consegue imaginar você pelada deitada sobre essa cama nos vendo fudendo nos espelhos? Em ângulos diferentes? Até mesmo lá do teto?
Olhei para cima para ver o espelho no teto.
Meu corpo estava começando a enformigar. As borboletas na barriga se mechendo. Eu queria tudo isso que Eros dizia.
- Tem até câmera profissionais para filmar. Já imaginou sendo atriz pornô?
- Uau! - já tinha imaginado sim. Mas morria de vergonha que alguém visse depois. Durante o sexo o fogo nos cega. Faz a gente fazer coisas que não temos coragem de pronunciar depois.
- Aqui tem o famoso X.
Me aproximei da parede. Sete espelhos ao redor do X. Duas barras cruzadas com quatro algemas.
- É lindo. - o dourado das barras me cativou. Luzes de led fortes apontavam para o X.
- E alí no fundo tem duas portas. Uma para você e outra para mim.
- Como assim?
- São closets, bebê. O primeiro está cheio de peças de roupas masculinas e o segundo femininas. Quer entrar para ver?
- Eu posso?
- Claro que sim. Nós poderíamos até usar agora. - Eros deixou a ideia pairando no ar. Ele ficou em silêncio esperando que eu falasse algo.
- Eu quero. Mas não sei se é uma boa hora.
- Tati, toda hora é uma boa hora para gozar.
Eu encarei Eros. Sem dizer uma palavra caminhei até o closet feminino. Abri as cortinas e atravessei. As luzes se acenderam automaticamente.
- Estarei esperando você aqui. Apenas de máscara. Com o pau latejando. - ouvi a voz de Eros vindo do lado de fora do closet.
Eram muitas roupas. Dezenas em couro. Centenas de figurinos. Bombeira, policial. Couro. Muito couro. Algumas totalmente transparentes. Casacos de peles. Dezenas de lingiries. Calcinhas com pênis por dentro e por fora. Colares de jóias. Máscaras em todas as cores. Óculos. Batons. Muita maquiagem. E milhares de sapatos. Botas caríssimas. Saltos altos deslumbrantes.
Rápido, comecei a tirar minha roupa. Eu queria impressionar Eros. Queria ser a sua maior fantasia. Queria fazê-lo tremer de tanto tesão. Gozar no teto.
Meus pelinhos do corpo se arrepiaram de tesão. Comecei escolhendo a lingirei e depois a fantasia. Peguei vários modelos na mão. E então no fundo encontrei o que buscava. Foi paixão à vista. Sabia que seria fatal.