Capítulo 15

19.9K 985 44
                                    

Era muita coisa para assimilar. Alguns minutos atrás éramos apenas eu e Eros. Meu deus grego. Esse pedaço de mal caminho. Gostosão. Pirocudo. Seus 27 centímetros e meu capôzinho de fusca. Paixão avassaladora e sexo. Muito sexo. Muita pirocada na cara.
Agora éramos seis. Eu, Eros, Shirley (mãe de Eros e minha futura sogra), Paulo (um senhor com cara de bondoso e meu futuro sogro), Erik (irmão de Eros e meu cunhado) e Sharon (a namoradinha de infância de Eros).
Tirando eu e Eros. Os quatro já estavam sentados ao redor da mesa da cozinha. Eros colocava a cesta de pãos na mesa. Pegava os frios na geladeira.
- Pode deixar que daqui eu assumo. - sussurrei ao pé do ouvido de Eros. Erik procurava algo na talevisão para assistir. O volume lá em cima. Ele trocava de canal tão rápido que se via apenas flashes de luzes.
A chaleira elétrica já tinha a água fervendo.
- Os senhores desejam tomar chá, café, água, alguma bebida em especial?
- Eu quero café, preto, sem açúcar. - Shirley levantou a mão, balançava os dedinhos no ar. - Erik, você quer comer iogurte? Tomar um leite? Comer um sanduíche? - Shirley acaraciava o braço do filho. Erik não piscava os olhos da tv.
- Quero cereal.
- O.k. E o senhor, deseja o quê? - eu tentava ser o mais delicada possível. Profissional.
- Não vai beber álcool já de manhã, Paulo. - Shirley fuzilou o pai de Eros com uma olhada só.
- Quero um suco de laranja. É possível?
- Sim, senhor. - senti um toque sobre a minha bunda. Não acreditei que fosse o que eu pensava. Mas era. Eros estava tocando minha bunda. E com todos ali. Tive que me segurar para não dar bandeira. Fiquei encabulada. Eros apenas dava seu sorrisinho mais safado. - E você, senhorita Sharon, gostaria de beber algo?
- Uma água com gás, por favor!
Meu Deus! Quem bebe água com gás de manhã? Eu não consegui esconder que fique surpresa.
- Sim, senhorita. - Eros tinha a mão tão pesada sobre a minha bunda que eu me sentia prestes a cair para frente. - E o senhor? - me virei para encará-lo. Pigarreei. Mas continuei firme. - Deseja algo?
- Hummmmm. - Eros parecia se deliciar com meu constrangimento. Ele retirou sua mão sobre meu popozão. - Acho que eu quero aquele chá que eu estava tomando antes.
- Qual chá, senhor? - fiquei confusa.
- Aquele chá especial.
Chá de buceta. Ao entender bati no copo com água com gás e derramei sobre Sharon.
Eu fiquei lívida.
- Ó meu Deus! Mil desculpas. - eu corri pegar um pano para secar.
- Não foi nada.
- Que desastrada. - Erik comentou.
- Bota desastrada nisto. - Shirley complementou.
- Não foi nada, mãe. - Eros apresentava a maior tranquilidade do mundo. Parecia se divertir com tudo isso. Eu fiquei um pouquinho braba com a situação toda.
- Você vai trabalhar hoje na firma ou em casa. Diga que vai ficar em casa. Trabalhe do escritório. Por favor, amor.
- O.k. mãe. - Eros respirou fundo.
Eu apenas tentava secar a blusa social da Sharon. Ela tentava me acalmar dizendo que não havia sido nada.
- O que você achou da surpresa? - Shirley deu uma bicada no café e apontou com os olhos para Sharon. - Faziam anos que vocês não se viam.
- Ah sim, mãe. Sharon está deslumbrante. - as palavras de Eros me cortaram ao meio.
- Eu não sabia se deveria vir. A sua mãe insistiu tanto. Disse que você até tinha mencionado meu nome para ela.
- É mesmo mãe? - Eros foi ácido.
- Claro, que sim! Não se lembra? Deve ser muito trabalho, querido. - Shirley parecia não se abalar com investidas assim.
- E vocês pretendem ficar muito tempo? - Eros foi tão frio que eu me senti mal pela mãe dele.
- Nossa, é assim que você trata a sua mãe? - Shirley parecia prestes a explodir. - Só estávamos com saudades de você.
- Eu sei, mãe. - Eros parecia um cachorrinho de orelhas abaixadas. Eu apenas continuei passando pano no chão. - É que eu estou sempre trabalhando. E não quero entediar vocês.
- Eu sei meu anjo. Mas vamos ficar pouco tempo. Só até a festa de aniversário da firma. Mas se você se sentir incomodado. Por favor! Me diga. Nós podemos ficar num hotel. - Shirley bancava a vítima. A pobre coitada.
- Claro que não. - Eros arregalou os olhos. - Eu amo vocês. Sintam-se à vontade. Eu vou apenas trabalhar no escritório. Sintam-se à vontade. - Eros estendeu a mão para a mãe. Ela seguroi firme. E abriu um sorriso. - Amo vocês. Nós podíamos almoçar fora? O que acham? Depois que eu acabar o trabalho, levo vocês até um restaurante novo e badaladíssimo que abriu semana passada.
Os quatros ficaram empolgados. Sharon já procurou no seu celular de última geração no instagram o tal restaurante. Shirley estava ansiosa para passear pela cidade. Disse que queria rever algumas amigas também.
- Tati. Você poderia fazer a gentileza de levar o chá especial para o meu escritório? - Eros tocou no meu braço.
- Sim, senhor.
Eu arrumei a bandeja e levei o bulês de chá, xícara, pires e biscoitinhos para o escritório.
A sala com janelas enormes, vasos de plantas, pontos de luzes de led em corredores pelo teto de gesso. Estante com milhares de livros. Me fascinava. No meio a mesa de madeira com Eros sentado numa poltrona. Tão lindo. Tão gostoso.
- Feche as portas.
Eu deixei a bandeja sobre a mesa e voltei e fechei as portas. Estávamos nós dois trancados dentro do escritório.
- Você tem certeza que não quer contar que é minha namorada?
Ao ouvi Eros falar a palavra "namorada" senti minhas pernas temerem. Era ainda emocionante para mim.
- Tenho. Acho melhor assim.
Eros se levantou. Com as mãos nos bolsos da calça, caminhava como se estivesse desperdiçando tempo entediado. Um leão girando ao redor da sua presa.
Eros colocou as suas mãos ao redor da minha cintura. Só vi seu rosto pendendo em encontro ao meu. Me entreguei ao seu beijo. Senti meu corpo ferver.
- Melhor não. Alguém pode entrar aqui. Principalmente seu irmão.
- Ahhh. - Eros franziu as sobrancelhas. - Acho que eu tenho uma solução para isso. Me acompanha?
Eros foi até a estante e apertou algum botão ao lado da estante de livros. A estante se moveu para o lado e ele abriu uma porta falsa.
- Meu Deus! Não me diga que você esconde uns corpos aí dentro? - eu estava chocada.
- Corpos não têm. Mas aposto que tem algo tão surpreendente quanto. Vamos?
Eu fui. Com o coração na mão. Eros esperou eu ir na frente dele.
A sala secreta estava escura.
- Apenas continue caminhando.
Eu fui com medo de tropeçar e cair no escuro.
- E agora... - a voz de Eros no escuro era ainda mais sexy.
As luzes se acenderam. Eu levei as mãos à boca. Estava perplexa. Fascinada. Não sabia se ria. Se gargalhava. Tão indescretível e fascinante.

ErosOnde histórias criam vida. Descubra agora