- Você me acha parecida com ela, Eros? - eu precisava fazer esta pergunta.
- Em algumas coisas sim. Em outras não. Ela também tentava me alegrar. Ela também queria apenas me fazer se sentir bem. Eu só aprendi que isto era o que realmente importava depois que a perdi. Sabe quantas pessoas realmente se importam com o bem estar de quem está ao seu lado? Muitas poucas. Está todo mundo muito ocupado consigo mesmo. Descartando pais e filhos. Amigos e namorados. Desperdiçando tempo.
- Eu sei que sou ríspida, na verdade grossa. E que não faço parto do seu mundo, Eros. Somos muito diferentes. Quando eu vi sua mãe dizendo que iria tirar você da empresa aquilo me magoou tanto. Eu sei o quanto o seu trabalho é importante para você. Eu só não quero ser um problema para você. Não quero que você abdique da sua vida, da sua família, do seu trabalho por mim. E se depois você se arrepender.
- Aí é que está. Você não vê Tati. Mas eu passei anos abdicando de mim pelos outros. E você chegou e me fez lembrar que eu posso rir. Que eu ainda posso ser feliz. E que nós merecemos ser felizes. O tempo está passando. E se eu morresse hoje? Sabe quantas vezes eu já me fiz esta pergunta? Então, por favor, vamos ser felizes. - Eros levantou a taça de água. - Por esta noite, prometa para mim. Nem que seja apenas uma grande ilusão. Vamos sentir a brisa do mar.
Eu me levantei, dei a volta na mesa e sentei no colo de Eros. De primeira achei que ele iria ficar muito chocado. Mas depois ele me beijou com intensidade. Dane-se o que os outros estavam vendo e pensando.
Sua língua entrou na minha boca e encontrou um lugar para repousar por um longo minuto. Ao abrir os olhos e não me contive. Queria tê-lo seu corpo mais uma vez dentro de mim. Seus olhos pegavam fogo.
- Eu serei sua pela eternidade, Eros. Sempre estarei aqui. Para você.
- Eu sei. - ele sussurrou. Sua mão percorria pela minha coxa.
Eu me levantei e voltei ao meu lugar.
- O que você está achando da pizza? - Eros mudou o rumo da conversa. Ele queria leveza e eu também.
- Maravilhosa. Adorei a de calabresa. Sempre amei uma calabresa bem grandona. - passei a ponta do salto pela perna de Eros por baixo da mesa.
- Você adora ficar me tentando, né?
- O que foi? Que foi que eu fiz? - eu me fingi de louca. Debochando do meu garanhão.
- Sabe que eu chuparia seus mamilos agora mesmo? - Eros franziu as pálpebras e mordiscou seu lábio inferior.
- Sei. É por isso que eu gosto de você. É a pegada.
- Aposto que nenhum homem te chupou como eu te chupei.
- Eu te daria um sete.
- Um sete? Eu sou um onze. - Ele estava indignado.
Eu gargalhei.
- Depois eu faço essa nota subir no grito.
- É o que veremos.
Da cozinha vinham as pizzas doces. Eu já estava com a barriga explodindo de tanto comer.
- Meu Deus! Eu não aguento mais tanto comer!
- Você quer parar?
- Está louco? Justo agora? Melhor parte é as doces. - segurei faca e garfo pronta para o próximo round.
O cheiro era fabuloso.
- E como está a Larissa? Conseguiu falar com a sua mãe?
- Sim, eles estão ótimos. Disseram para te mandar milhares de beijos. E a Larissa fez até um desenho para você.
- Que linda! Aposto que vou amar. Vou mandar emoldurar.
- Esses dias ela pediu se você seria o futuro padrasto dela.
- Isso só depende da mãe dela. Por mim já está tudo certo.
Eu fiquei sem resposta.
- Sério? Eu achava que todo homem tinha pavor de mulher mãe solteira. Que eles bajulavam as crianças com o objetivo de chupar suas mamães.
- Na verdade eu chupo a mamãe para poder bajular a criança.
- Ah. Seu bobo! Fica ainda tirando com a minha cara. - Eros ria a ponto de se engasgar. Tive que estender o braço para dar umas palmadas nas suas costas. - Não vai morrer não. Você ainda não pagou meu salário este mês. E depois quem vai me chupar à beira do mar. Só vi um mendigo lá em baixo. Eu até já pensei em dar para um como uma nova experiência, mas ando meio receosa de homens por alguns minutos.
Eros arregalou os olhos. Inclinou seu corpo sobre a mesa. Apoiou suas mãos na beirada.
- É sério? Você quer dar uma na praia?
Eu bebi o último gole da champagna. Coloquei a taça sobre a mesa.
- Óbvio.
- Então vamos terminar esta pizza logo. Sempre quis dar uma na praia.
- Não acredito que o senhor Eros nunca fez isto.
- Por mais estranho que pareça, ainda não. - o garçom se aproximava a passos silenciosos. - Você deve me achar um depravado.
- Quem teria um quarto vermelho dentro de casa se não fosse um depravado? - retruquei sorrindo.
- Os senhores desejam mais alguma coisa? - o garçom cruzou as mãos sobre a barriga.
- Você pode fazer uma pizza para eu levar junto?
- Sério que você vai querer levar uma pizza junto? - Eros estava interessado.
- Não é para mim. É para o chofer. Ele está lá parado nos esperando. Deve estar com fome. Talvez tenha uma mulher e filhos esperando ele em casa.
- Ele é gay.
- Então deve ter um marido e filhos lhe esperando. - ergui os ombros.
- Você não existe, Tati.
- A pizza fica pronto em alguns segundos. - o garçom se afastou sorridente.
- Eu acho que ele viu sua perseguida. Meu capôzinho de fusca.
Não lembrava deste detalhe. Estava sem calcinha.
- Eles devem achar que eu sou uma puta de beira de estrada que você arranjou para se divertir.
- Devem mesmo. - Eros deu uma gargalhada debochando da minha cara.
- Eu não sei qual a graça. Elas são mais espertas que eu. Eu dou de graça. Elas cobram.
- Não sei. Vai que isso faz parte de um plano para me dar um golpe. Algo planejado à longo prazo. Não cobro agora, depois tiro quase tudo.
- Quem te contou meu plano? Sua mãe?
- Aposto que ela vê assim.
- Prometo não te pelar todinho. Não desse jeito.
A pizza estava pronta e embalada. Só nos restava se levantar e ir embora. Eu agradeci a recepcionista. Ela nos conduziu até a porta e eu dei um tchauzinho para os cozinheiros e o garçom.
- Tava uma delícia, rapazes. Top!
Eros apenas segurava na minha cintura.
- Tenham uma ótima noite.
E descemos a escada até a rua. Entreguei a pizza para o chofer.
- Para você.
- Não precisava senhorita. Muita gentileza da sua parte.
- E para onde os senhores desejam ir?
Eu olhei para Eros. Ele estava conseguindo ler meus pensamentos.
- Eu acredito que não precisamos mais dos seus serviços. Nós vamos caminhar pela praia e qualquer coisa eu ligo para um táxi ou um Uber.
- Ok. Senhor. Então tenham uma boa noite. E obrigado pela pizza, senhorita.
A limousine partiu silenciosa. Eu e Eros ficamos abraçados na calçada olhando para o mar.
- Vamos apostar uma corrida? Até o mar? Quem chegar por último chupa o outro primeiro?
- Gostei.
- Só que tem um detalhe. Tem que ser pelado.
Eros olhou em volta. Já eram altas horas da madrugada. Não havia ninguém por perto.
- No três.
- Um. Dois. Três.
Eu simplesmente chutei meus sapatos para fora dos pés e abri o zíper do vestido. Sem sutiã e calcinha foi rápido. Eros estava embolado soltando os botões da camisa.
Eu segurei minhas roupas. Apavorada. Peladona. Excitada e comecei a correr até o mar. Os pés descalços sobre a areia.
- Não vale! - Eros gritou.
- Anda logo! Vou te fazer me chupar até teus lábios ficarem roxos. E é melhor acelerar se não quiser gozar uma para um policial de novo.
Eu só ouvi Eros gritando e seus pés batendo sobre a areia se aproximando de mim. Ele corria em disparada com as roupas no colo. Eu estava quase tendo um ataque cardíaco. A respiração ofegante. O corpo cansando. Só vi o vulto do seu corpo sobre o luar. As balotas e o tico balançando de um lado para o outro.
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Eros
DragosteDepois de um casamento fracassado e uma gravidez não planejada, agora Tatiana aceita qualquer emprego para sustentar a sua filha. Ela é só mais alguém no mundo tentando neste momento sobreviver e seguir em frente. Depois de ser traída pelo pai de su...