Eros se arrumou tão rápido. Que me deu uma inveja. E ficou tão lindo. Seu corpo escultural atrás daquelas roupas lindas. Tive vontade de dar para ele de novo.
- Se você ficar se esfregando em mim eu não vou conseguir escolher qual das roupas vou usar. - Eros apoiava os dedos na minha cintura e fungava no meu pescoço, mordiscando o lóbulo da minha orelha, seus lábios acariciando minha nuca e meu ombro.
Eu ainda estava de roupão e toalha na cabeça.
- Já é quase meia noite, Eros. Me ajuda a escolher.
Ele apenas ria.
- Eu acho que você fica mais bonita nua.
- Isso é óbvio. Mas você quer que os outros me vejam nua também. - só reparei nas sobrancelhas dele se levantando.
- Você está me provocando. É isto?
- Não seja bobo. - balancei a bunda dando uma leve rebolada no seu pau. - Agora me diga. Qual você prefere? O preto com fenda nas costas, o dourado cheio de cristais brilhantes ou o vermelho comprido e decotado?
- Experimenta eles. Desfila para mim. - ele sussurrou no pé do meu ouvido. - Tem certeza que você não prefere ficar aqui?
- Prefiro. Mas eu nunca saio bonita. E estou com fome também.
- Eu também estou com fome. - Eros colocou a mão sobre a bariga.
- Eu gosto do dourado.
- Esse que parece lantejoulas?
- São cristais swarovskys. Assim você quebra meu coração. - ele gargalhou.
- Vou secar meu cabelo e já experimento o vestido. E o sapato você escolhe para mim?
- Então acelera. - homens sempre nos apressando.
Joguei o roupão sobre a roupa e corri na ponta dos pés até o banheiro. Peladona liguei o secador de cabelo. Eros estirado sobre a cama me esperava paciente.
Sequei o cabelo e penteei o mais rápido possível. Secando o cabelo espiei Eros na cama. Já tinha aberto a preguilha da calça e puxado o pau para fora.
- Isso é hora de bater punheta? - gritei por causa do barulho do secador.
- Estou entediado.
- Guarda para mais tarde. Podemos na volta ir dar uma volta na praia.
Eros franziu os lábios. E como uma criança birrenta guardou o pau de volta na cueca. Eu apenas ri.
- Eros, o vestido marca meu sutiã e minha calcinha. - eu girava na frente do espelho admirando o tecido marcando.
- Óbvio. Este tipo de tecido é muito delicado. O ideal é usar nada.
- Você está brincando comigo? - eu estava chocada.
- Geralmente se usa algum adesivo para tampar os mamilos e um tapa sexo.
- E onde eu vou arranjar isto a esta hora?
Eros ergueu os ombros e arregalou os olhos.
- Vá sem nada por baixo. Eu gosto disso. De saber que não tem nada por baixo. - Eros estava todo insinuante.
- Eu não sei se teria coragem. Alguém pode ver minha perseguida.
- O vestido é justinho, embora termine sobre as coxas, é só não escancarar as pernas que ninguém verá meu capô de fusca.
Eu olhei no fundo dos olhos dele e pensei por alguns segundos. Não haveria nenhum conhecido. E seria perigoso. E eu gosto do perigo. Então porquê não?
- O.k. - tirei o vestido com a ajuda de Eros, tirei o sutiã e a calcinha e coloquei o vestido por cima. O tecido tão delicado e fino que eu me sentia praticamente nua.
Passei delineador, rímel e não coloquei os cílios postíços. Não daria tempo. O cabelo ficou solto mesmo. Passei um batom rosa claro e seria isto mesmo.
- Já escolheu meu sapato?
Eros estava ainda estirado sobre a cama.
- Aquele alí! - ele apontou para a poltrona. Sobre ela um par de sapatos pretos de sola vermelha.
Não me contive e os cheirei. Novos, macios, lindos. E altos.
- Eu tenho medo de cair.
- Eu lhe carrego se precisar.
Eu não queria ser carregada. Não agora.
- Ou te ofereço meu braço para você segurar. - Eros já estava de pé me admirando.
Sentei na poltrona e coloquei os sapatos. No primeiro momento me senti desconfortável. Alguns passos e me senti uma deusa.
- São louboutains.
- São maravilhosos. Quanto você gastou nesses sapatos? Uns 500 reais?
Eros ficou quietinho. Eu continuei percorrendo minhas mãos sobre o tecido do vestido.
- Na verdade um pouquinho mais.
- Quanto? - agora eu estava curiosa.
- Devem estar uns 3 ou 4 mil.
- Meu deus! Você está doido gastar tudo isso.
Eros deu apenas um sorrisinho.
- Você vale à pena. - e ele me deu um beijo. - Vamos? - ele estendeu o braço. Eu aceitei.
Eros pegou a chave e saímos da casa.
- Venha.
- Nós não vamos com o seu carro?
- Não. Eu quis algo mais especial para hoje à noite.
Eros me conduziu até fora da proprieda. Ele todo paciente com a minha descordenação motora.
Na rua, uma limousine nos esperava. Preta. Gigante. Provavelmente não dobraria pelas ruas do meu bairro sem chamar a atenção.
- Você contratou uma limousine?
- Óbvio. Você merece. Nós merecemos. É o nosso primeiro encontro oficial.
Um senhor de terno, o chofer, esperava ao lado do carro.
Ele delicadamente abriu a porta para mim.
- Boa noite, senhorita.
- Boa noite. Como você está? - Não me contive. Estava tão feliz que queria puxar papo com o motorista. - Adorei a sua gravata. Desculpa a demora, tio.
- A senhorita é muito gentil em reparar. Estou ao seu dispor.
Achei chique, não nego.
Eros entrou pelo outro lado.
Eu estava deslumbrada com o luxo. Me senti dentro de uma sala de estar de luxo. Doces e jujubas em taças, morangos. E champagnha no baldinho de gelo.
Eros pegou duas taças e me alcançou uma. O carro começou a andar. Eu senti um friozinho na barriga.
- À uma noite mágica e insquecível. À meu capô de fusca. - Eros estourou a champagna. O estampido seco me fez vibrar.
Eros tentou colocar a bebida dentro das taças, mas acabou molhando minha mão. Eu peguei um paninho e sequei meus dedos.
E encostamos as taças num tilim gostoso e agradável. Ele sorria ao olhar para mim e eu sorria ao olhar para ele. Me senti uma criança no natal.
- Eu te amo. - ele sussurou depois de engolir o primeiro gole de champagna.
- Eu mais. - sussurei de volta.
Não me contive e fui até seus braços. Queria lhe beijar.
Eros colocou a taça sobre o apoio e me agarrou. Enfiou a sua língua dentro da minha. Senti seus dedos percorrendo pelo meio das minhas pernas.
- Aqui não seu, safado. - dei um tapinha de leve na sua mão. Estava doida para dar para ele. Já sentia os pelos do meu corpo se arrepiar. - Mais tarde! - arregalei os olhos para ele. E dei uma lambida nos seus lábios. Peguei com os dedos no seu queixo másculo e lindo e dei um selinho.
E tive um estalo. Uma ideia do nada.
- Tem teto solar?
Eros ficou me encarando e então entendeu o que eu queria.
- Claro que tem. Você quer olhar fora?
Balancei a cabeça freneticamente em sinal positivo.
Eros apertou algum das dezenas de botãozinhos e o vidro sobre a lomousine abriu.
- Eu posso? - eu estava com medo de fazê-lo passar vergonha.
- Claro.
Enfiei minha cabeça para fora do teto solar. Eros também.
O vento transpassando nossos rostos.
A vista da cidade, tão linda. A noite iluminada pelos postes e luzes de LED coloridas. As pessoas nas ruas caminhando. Motos buzinando. Carros para todos os lados.
- É como eu imaginava que seria. - gritei no ouvido de Eros. Ele me abraçava. - Eu quero gritar!
- Então grita, ué?
- Grita comigo?
- Sério, Tati?
- Óbvio!
- Sei não. Está bem.
- No três.
Ele me abraçou mais forte.
- Um. Dois.
Eu fechei os olhos e levantei a cabeça rumo ao céu estrelado. Só ouvi nossas vozes berrando.
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
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Eros
RomanceDepois de um casamento fracassado e uma gravidez não planejada, agora Tatiana aceita qualquer emprego para sustentar a sua filha. Ela é só mais alguém no mundo tentando neste momento sobreviver e seguir em frente. Depois de ser traída pelo pai de su...