Capítulo 63 - Julia

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Gatinhas e gatinhos,

Passei meu final de ano em Itaipuaçu e só voltei ontem. Lá, até no celular a internet era bem ruim. muito dificil de ter sinal.

Mas já voltei para casa e tem capítulo pra vocês. Estamos chegando ao final da nossa estória, faltam poucos capítulos.

Beijokas e BoaLeitura!!

Tudo que eu temi durante cinco anos está de volta. Todo o pesadelo que vivi nesse quarto está de volta. Imediatamente me encolho tentando me proteger de seu olhar, ainda estou usando somente a camisola que estava quando o Jorge me seqüestrou, e ainda por cima estou sem calcinha. Com certeza meu olhar transmitia todo o pavor que eu sentia agora, mas o dele, transmitia alegria.

Ele caminhava em minha direção, e a cada passo que ele dava, eu me encolhia um pouco mais, como se pudesse ultrapassar a parede. Quando ele chegou à cama, sentou-se ao meu lado. Eu queria me distanciar mais, mas eu já tinha chegado ao limite da corrente em meu tornozelo.

Ele continua me olhando e eu não suporto seu sorriso. Como ele pode fazer isso comigo outra vez? Como?

Fecho meus olhos e os mantenho bem apertados. Não quero vê-lo, quero acordar desse pesadelo, quero estar nos braços do meu amor. Por favor..

“ Minha princesa, senti tantas saudades de você.”

Todo meu corpo se arrepia quando ouço sua voz, minha espinha gela, estou apavorada, não quero que ele me toque outra vez, não quero mais ouvir sua voz.

Sinto algo deslizar por meu braço e ir descendo até minha perna, pela maciez, só pode ser a rosa que ele trouxe. Tento me encolher mais, mas não é possível.

“ Princesa, por favor, não faz isso comigo, eu estava com tanta saudade de você, olha pra mim.”

Sua voz era suave, mas não me enganava, a qualquer momento ele poderia se transformar naquele monstro que me bateu e me machucou no dia em que fugi. Levei minhas mãos aos ouvidos, não queria ouvi-lo. Foi quando senti suas mãos nas minhas, e meu corpo começou a tremer enquanto ele as afastava de meus ouvidos. Não queria que ele me tocasse outra vez.

“ Princesa, por favor, eu não vou te machucar, olha pra mim, eu preciso ver seus olhos de novo, por favor.”

Eu os abro, não o quero mais tocando em mim, mas agora eu preciso ser forte, não quero ver o Gabriel que ele se tornou quando eu tentei fugir, contrariá-lo não é uma boa idéia.

“ Como eu senti saudades de olhar pra você, de olhar em seus olhos, de sentir o seu cheiro..”

Ele tenta levar sua mão ao meu rosto, se inclinando para mim, mas eu desvio.

* Por favor.. Não me toque..

Digo num sussurro, e ele para seu movimento, me olha, desvia de meu rosto e leva sua mão aos meus cabelos.

“ Senti tanta saudade de ouvir sua voz. Cinco anos é tempo demais pra estar longe de quem se ama. Eu achei que não fosse agüentar aquele inferno.”

Ele falava como se fosse um reencontro feliz. Ele continuava a mexer em meus cabelos. Eu me sentia nua com seu olhar em meu corpo, eu estava só de camisola, pelo menos essa não era transparente. Quando eu senti que ele aproximava seu rosto do meu me desesperei.

* Por favor.. Por favor, não me toque..

“ Eu sei que você deve estar assustada com tudo o que eu fiz pra você quando tentou fugir. Me perdoa? Eu nunca mais vou te machucar, nunca mais vou te obrigar a nada, você nunca mais vai ver aquele Gabriel, ele morreu. Quero que você me conheça por completo agora. O Matheus.”

Doutor do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora