Capítulo 05

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Dei de ombros e voltei minha atenção aos documentos em minhas mãos. Quando ouvi a porta batendo forte, respirei fundo e joguei a cabeça para trás. Por mais que eu não suportasse Belinda, Dulce não podia ter feito aquilo. Nós não tínhamos uma política de não envolvimento com funcionários, eu apenas evitava isso.


Ela foi muito insinuante ao falar aquilo. Sua voz enrouqueceu do mesmo jeito de quando gritava meu nome enquanto gozava forte.


Um sorriso se abriu em meu rosto. Tinha que admitir que a garota era corajosa.


Enfrentar minha irmã não era pra qualquer um, mas não podia deixar assim. Tinha que repreendê-la.


Levantei-me decidido e abri a porta. Logo a cena que se apresentou à minha frente, me deixou confuso. Dulce guardava suas coisas dentro de uma caixa. Mas o pior não era isso. Ela sorria e balançava os quadris, ao ritmo de alguma música que só ela ouvia, talvez?


Estreitei meus olhos e parei a sua frente.


— Você pode me dizer o que é isso, Dulce?


Ela me olhou assustada e seu sorriso morreu. Ficando apenas seus olhos castanhos e desafiadores em minha direção.


— Estou arrumando minhas coisas, Senhor. — Não sei por quê. Mas o uso do senhor em seus lábios soou, pra mim, como um deboche.


— E posso saber o motivo? Não está satisfeita com a empresa?


Ela enrugou a testa e torceu o rosto lindo numa careta. Minha vontade era de agarrá-la e beijar aquela boca até amanhecer, mas me contive.


— Achei que seria demitida pelo que fiz em sua sala.


— Achou errado. Como sabe, nossa empresa não tem uma política de não envolvimento com funcionários. Mas não quero que fique espalhando por aí, já que foi algo sem importância. Não será demitida. Entendeu?


Percebi seu semblante confiante cair. Não podia fazer nada por ela. Tinha que deixar claro que aquilo não iria se repetir.


— Entendi, senhor.


E, mais uma vez, senti o deboche. Dulce não era inocente ou submissa como pensei. Estava mais para uma provocadora. E pra mim estava ótimo! Iria me manter à distância.


— Bom, vou até a cozinha tomar um café. Quero o contrato daquele programa novo em minha mesa quando voltar. E pode colocar suas coisas de volta no lugar.


Ela assentiu e caminhei para a cozinha. Lá encontrei algumas mulheres que conversavam, entusiasmadas.


— Bom dia, senhoritas.


Todas responderam em uníssono, meio gaguejando. Peguei minha bebida e caminhei para fora.


Quando retornei ao meu escritório, Dulce não estava em sua mesa. Abri a porta da sala e quase voltei me trancando para fora.


Dulce estava de costas organizando alguns papéis em minha mesa. Seu pescoço exposto pelo rabo de cavalo bem feito pedia para ser cheirado e acariciado. Deus, eu não podia ficar na mesma sala que aquela mulher. Instantaneamente vieram flashes do que fizemos em cima da mesa e na parede ao meu lado.


— Porra!


Ela se virou com os olhos arregalados.


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