Capítulo 20

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“Quando você se aproxima, meu corpo todo se acende. É meu vício mais gostoso.”


Dulce


Ele adormeceu. Fingi que estava dormindo e finalmente ele se entregou. Fiquei observando seu rosto relaxado, parecia até inofensivo, mas eu tinha provas que não era. Meu corpo denunciava o que fizemos. Sentia Christopher por toda minha pele, estava grudado, gravado em mim.


— Droga! — xinguei baixinho e me levantei.


Fiz menos barulho possível e me vesti. Estava suada e cheirando a sexo. Mas não podia ficar ali mais nem um minuto. Um desespero tomou conta de mim e estava a ponto de hiperventilar. E não era por causa do exercício excessivo. Tinha que me apressar.


Caramba, minha roupa estava toda na sala. Vesti-me rapidamente e com os sapatos nas mãos voltei para o quarto e dei uma última olhada no deus grego do sexo. Tinha que admitir, o cara era muito bom no que fazia. O melhor. Bem, ele nunca saberia disso.


Sorri e saí, quase com pena de deixar aquele monumento deitado, nu e sozinho.


Gente, vou contar... Ele é a perfeição! Se de terno o homem era um pecado, sem roupa era divino.


Desci rapidamente, meu carro estava estacionado ao lado do dele. Destravei o alarme, entrei e dei partida deixando para trás um cafajeste que acordaria muito puto.


Bom, o que poderia fazer? Dormir só na minha caminha com meus bichinhos de pelúcia, contudo o aconchego nos seus braços estava tão bom que eu quase desisti dessa “regra”. Mas não podia, estava baixando demais a guarda.


Quer um exemplo? Quando terminamos eu queria brigar, falar uma gracinha pra ele, sabe? Ser o que ele estava acostumado a ter de mim, porém não consegui. Seus olhos estavam tão límpidos de qualquer coisa, arrogância, sarcasmo... Ali só tinha pura satisfação pelo que vivemos. Então, apenas apreciei sua companhia. E quase tive um ataque de pânico por isso.


O percurso até minha casa nunca pareceu tão longo e cansativo, mas quando entrei, Fred me esperava no mesmo lugar de sempre, em frente à porta, sentadinho e com a língua para fora.


— E aí, garotão, sentiu falta da mamãe? Ah, sentiu sim. Vem, me deixa trocar sua água. Você já está de barriguinha cheia, né? — Ao chegar à área de serviço vi que sim, sua vasilha de comida estava vazia.


Terminei de ajeitar suas coisas e fui para o banheiro. Tirei a roupa e me observei no espelho.


— Mas que merda!


Se já não bastassem as lembranças muito vívidas em minha cabeça, meu corpo também me lembrava do que eu andei fazendo. E com quem. Tinha marcas vermelhas, arranhões, mordidas... Passei a mão por um vergão logo abaixo do meu seio e fechei os olhos relembrando o exato momento em que Christopher raspou sua barba por fazer em minha pele macia.


Uau, meu corpo se acendeu e arrepiou na hora. Abri os olhos e os arregalei.


— Tenho que tirar essas memórias da cabeça até segunda. Ele não pode perceber o quanto foi bom. Claro que ele sabia, porque, porra, era mesmo muito bom, mas eu não iria admitir. Nem morta!


Ok, eu tenho mania de falar sozinha às vezes. Resultado de me manter tão solitária. Escolha minha, claro. Mas de vez em quando seria bom ter alguma amiga para desabafar e falar mal dos homens. Pensei em ligar para Anahí, mas já estava tarde e a traidora me jogou ao tubarão.


Sorri com esse pensamento. E como eu fui bem comida... Entrei debaixo da ducha morna e deixei meu corpo relaxar. Sentia seus dedos em mim, seu pênis, a boca. Caralho, a boca...


Se existia um cara mais talentoso com os lábios, eu sinceramente não conhecia.


Boca macia, molhada, quente e gulosa. Uau, ele me engoliu inteira. Ai, iria ser mais difícil do que imaginei resistir ao safado gostoso.


Veja bem, não que eu não quisesse sexo com Christopher de novo. Queria sim, muito e várias vezes, mas quando e onde eu bem entendesse! Como eu disse, não era ele quem ditava as regras mais.


Terminei meu banho e me enrolei na toalha. Sequei minha pele com cuidado, pois estava sensível. Caminhei para o quarto, deitei em minha cama e agarrei meus ursinhos.


Meu último pensamento era que na segunda eu estaria fodida. Provavelmente o Brutus iria querer arrancar de mim o porquê de tê-lo abandonado. Homens como ele não eram deixados para trás.


Mas quem ligava? Eu não.


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