Capítulo 74

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"O que faria da minha vida sem você?
Estou no inferno novamente, pronto para ser torturado, ao seu dispor."

Christopher

Quando contei tudo a ela, juro que tremi na base. Dulce era imprevisível e mais uma vez me surpreendeu. Por isso eu a amava tanto. Sua maturidade em lidar com o assunto me deixou completamente pasmo e feliz. Não havia outra opção do que levá-la para casa e fazer amor enlouquecidamente com a minha provocadora.

Desgrudei dos seus lábios que beijava com volúpia e a encarei.

— Quero você na minha cama agora, Dulce.

Ela estava ofegante e seus olhos brilhavam de desejo.

— Mas e o escritório? Estamos em horário de trabalho, seu doido.

— Foda-se, eu sou o dono disso e saio a hora que quiser. E você vem comigo!

— Meu Deus, você é louco, mas eu te amo mesmo assim.

Ouvir aquilo me deixava no maior grau de felicidade, mesmo sendo chamado de louco. Eu ficava cada vez mais encantado com sua personalidade, coisa de doido apaixonado. Peguei sua mão, a arrastando escada abaixo. Parecíamos duas crianças prontas para fazer traquinagens.

Eu me sentia muito bem ao lado dela. Meu coração estava repleto e a perspectiva de ter o corpo quente da minha mulher junto ao meu me deixava em grande expectativa.

Quase não cabia em mim de tanta alegria. Paramos no meio do caminho e ficamos nos agarrando ali mesmo.

Que se danasse se alguém nos visse, eu queria aproveitar cada segundo da sua entrega total.

Separamo-nos rindo e voltamos nossa saga até o carro. No estacionamento destravei o carro e abri a porta para que ela entrasse. Nunca corri tanto em minha vida, a sorte era que o trânsito estava legal e não tivemos nenhum imprevisto.

Para ser sincero, não me importei com nada. Só pensava em tê-la de todas as maneiras possíveis. O elevador nunca demorou tanto, se não ficasse cansativo demais teria subido de escada, mas eu queria minha mulher com toda a disposição. O cansaço viria depois.

Destranquei a porta de casa e a imprensei contra a parede da sala. Deslizei as mãos por seu corpo levantando sua saia e blusa. Na verdade estava sem paciência alguma e arrebentei os botões delicados da camisa de seda que ela vestia. Mordi seu queixo e pescoço ao som dos gemidos e suspiros da Dulce. Até então eu estava de olhos fechados, quando os abri me deparei com uma pele macia e branquinha envolta por um tecido rendado vermelho. Puta merda, vermelho?

— Seu corpo já é perfeito, mulher. Com uma lingerie dessas... me enlouquece. Eu ainda serei internado por sua causa.

Sua gargalhada reverberou pela sala. Mas não pude dizer mais nada, porque ouvimos um pigarro tímido logo atrás. Dulce estava com o rosto corado e os olhos tão esbugalhados que pareciam saltar das órbitas.

Virei-me e dei de cara com Neide, a senhora que dava um jeito na minha casa.

Levei as mãos à testa e me amaldiçoei por ter esquecido que uma hora dessa ela estaria ali fazendo seu trabalho.

— Bom dia, Neide. — Minha voz saiu esganiçada e abaixei a cabeça, envergonhado. Ela era o mais próximo da figura materna que eu tinha, e fiquei realmente constrangido por ter sido pego com a boca na botija. Não literalmente, mas se ela demorasse mais alguns minutos...

— Bom dia, pequeno. Pensei que não viria para casa cedo. E quem é essa moça bonita?

Droga. Esqueci-me da Dulce. Olhei pra ela de esguelha e vi que fechava a blusa com a mão e arrumava a saia tentando se cobrir. Mas, apesar de tudo, tinha um sorriso debochado no rosto. Claro, Neide me chamou de pequeno. Ela me conhecia desde menino e não mudou sua maneira de falar comigo.

— Desculpa, Neide. Essa é Dulce, minha namorada.

O sorriso no rosto de Dul foi inesquecível. Ela se aproximou e estendeu uma mão para Neide, enquanto com a outra segurava sua blusa rasgada.

— Prazer. Bom eu não estou em bons trajes, se me der licença vou até o quarto me aprontar e volto.

— O prazer é meu, menina. Não tem que se desculpar, afinal meu pequeno é um menino incrível, quem seria louca de resistir? — Piscou para Dul fazendo-a corar e eu fui junto.

Logo Dulce se despediu educadamente e foi adentrando no apartamento me deixando sozinho com o olhar inquisitivo da minha antiga babá. Cara, ela me ensinou a ir ao banheiro sozinho. Quer algo mais constrangedor que isso?

— Muito boa escolha, meu menino. Mas essa moça não parece com a falecida Maite?

— Sim e não, Neide. É complicado...

Ela balançou a cabeça e suspirou.

— Bem, percebi que minha presença aqui é demais. Vou deixá-los a sós. Meu menino está apaixonado e precisa aproveitar a vida... A velha senhora está se retirando.

Pegou sua bolsa ao lado do sofá, passou por mim e deu-me um beijo no rosto.

Esperei-a sair e fiquei na sala por mais um tempo.

Meu tesão louco havia se esvaído com a presença da minha antiga babá, agora diarista. Mas o meu desejo por amar aquele corpo maravilhoso da minha provocadora continuava. Porém podia ser que Dulce não estivesse mais com vontade. Sei lá, pode ter esfriado ao ter sido pega no flagra.

Já estava frustrado e resignado com a comemoração que não iria rolar. Fui caminhando vagarosamente até meu quarto pronto para apenas conversar com minha garota, que na verdade não era tempo perdido, eu amava tudo nela.

Porém quando cheguei ao quarto quase caí para trás. Dulce estava sentada na minha cama com nada mais do que uma camisa minha. Linda, seus cabelos estavam soltos e volumosos, os olhos brilhavam e havia aquele sorriso de predadora em seus lábios gostosos.

— Eu a ouvi saindo e resolvi te esperar.

Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim.

— E aí resolveu me provocar um ataque do coração?

Ela riu e se levantou caminhando em minha direção, suas pernas nuas me davam ideias deliciosas, imaginava-me beijando sua carne macia enquanto suas coxas apertavam meu pescoço no alto do êxtase. Só de fantasiar fiquei duro prontamente.

Dulce parou a minha frente me encarando com fogo no olhar. Eu estava no inferno novamente.

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