— Acho que todo mundo resolveu me assustar hoje. Desculpa, estava deixando os contratos dos programas novos e já estou saindo.
Assenti e não falei mais nada. Coloquei a xícara de café em cima da mesa e me sentei. Sentir seu perfume era uma verdadeira tortura. E o calor do seu corpo chegava ao meu como facas afiadas perfurando minha pele. Queria sentir seu gosto novamente.
Estava distraído em pensamentos. Mas senti o peso do seu olhar, levantei os meus olhos e a peguei me encarando. Mordia a boca sensualmente e um sorriso malicioso enfeitava seu rosto perfeito.
— Sabe que sonhei com nossa transa aqui por todo o fim de semana? Tive até um orgasmo só de lembrar.
Fechei os olhos e aspirei profundamente. Grande erro! O cheiro dela me invadiu por inteiro. Já estava de pau duro quando entrei. Agora latejava dolorosamente.
— Quando eu a admiti como estagiária pensei que seria fácil, pois me parecia uma menina doce e inocente. Vejo que não há nada disso em você. — Sorri amplamente. — A não ser que é doce e gostosa.
Abri os olhos e a vi ofegar, mas seu rosto se tornou sério e parecia chateada.
— Quem colocou isso na cabeça foi você. Nunca disse que era inocente, posso ser jovem para seus padrões de “casos”. Mas não sou nenhuma menina, senhor. Se me der licença, tenho trabalho a fazer.
Antes de se virar, vi um sorriso em seus lábios. Com certeza estava rindo da minha cara de tacho. Notei algumas coisas que Dulce me disse.
Primeira: Ela sabia dos meus “casos”.
Segunda: Tinha certeza que Dulce estava aprontando. E já havia escolhido seu alvo.
Terceira: Ela iria infernizar minha boa vontade em deixá-la intacta.
Quarta: Eu estava fodido!
Abaixei a cabeça na mesa e bati a testa algumas vezes no vidro frio. Meu corpo estava entrando em combustão. Percebi que minha excitação não iria acabar tão cedo. O jeito seria ligar para a Angelique e marcar um encontro. Peguei meu celular ao lado do computador e apertei a discagem rápida.
Em três toques, ela atendeu com voz melosa.
— Humm, se tá me ligando é porque está em apuros.
Eu tinha esses encontros com a Angelique há mais de dois anos, ou seja, desde que perdi alguém importante em minha vida. Ela era como uma vazão à energia que havia em mim. A mulher era alguém agradável de conversar e bonita, esteticamente falando. Tinha por volta de seus trinta e cinco anos e divorciada. Não queria relacionamentos e isso era o melhor. Tínhamos um acordo de foder quando tínhamos vontade. Dona de uma das empresas que havia comprado um dos programas que criamos, a conheci por mero acaso. E assim começaram nossos “encontros”.
— Você não tem ideia.
— É ela de novo? A menina está mexendo com a sua cabeça, Christopher.
— E você acha que não sei disso? Mas isso não é o pior. Eu cedi e a provei. Estou em combustão.
Pude ouvir sua gargalhada do outro lado da linha. Provavelmente, ela estava em sua sala sozinha.
— Então, vou te ter com tudo hoje, como na sexta-feira. Nesses últimos três meses você tem se superado. Não quero nem pensar o que fez ou vai fazer com a menina.
— Não seja vulgar. Eu não vou ter mais nada com Dulce.
— Sei, você que pensa. Bom, mas eu vou aproveitar enquanto posso. Te encontro no mesmo hotel, às sete.
— Combinado!
Desliguei e encostei-me à cadeira, agora era só aguentar o dia todo a uma parede de distância da minha tentação.
Minha mente vagou para dois anos atrás, quando um acidente tomou de mim a pessoa mais importante da minha vida. Sempre fui um cara avesso a relacionamentos. Mas ela me tirou dos eixos, me colocou totalmente de quatro e babando. Até que me foi tirada abruptamente.
Até hoje, eu não sabia o que casou aquele acidente.
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Pecaminoso
Fanfiction[CONCLUÍDA] +18|Quando Dulce Saviñon foi trabalhar em uma empresa de processamento de dados como estagiária, não imaginou que, ao ser efetivada, passaria por uma situação tão inusitada... E deliciosa! Ela se deparou com um vício: Christopher Uckerma...