Capítulo 40

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"Um sorriso seu traz lembranças às quais gostaria de esquecer."

Anahí

Saí de casa contra a minha vontade, não gostava de deixá-lo sozinho por mais que soubesse que estava em boa companhia. Mas todos os anos os funcionários da On System eram “obrigados” a comparecer na festa beneficente, mas por ser uma boa causa faria esse sacrifício. E Dulce  insistiu para que eu a acompanhasse. Minha amiga era muito louca e confusa. Não entendia o motivo para se afastar de um cara tão gostoso quanto Christopher, mesmo sendo estúpido e arrogante.

Sei que as pessoas têm seus motivos para se negar certas coisas, mas que mal faria algumas noites de sexo? A não ser que estivesse envolvendo algo mais, aí a coisa mudava de figura.

Encontrei-a na porta do meu prédio, me esperando dentro do carro, olhando para frente com a cara emburrada. Dul estava assim há alguns dias e eu não sabia o porquê. Na verdade preferia me manter na ignorância. Abri a porta, ajeitei meu vestido preto e a observei.

— Boa noite pra você também, Dulce.

Ela se virou e sorriu sem graça, estava linda como sempre em um vestido tomara que caia rosa-claro, que deixava sua pele ainda mais brilhante.

— Nossa, Any, me desculpe. Nem ouvi você entrando, estava perdida em pensamentos. Desculpa, amiga. Tá linda, hein.

— Obrigada, você também. Essa cor é perfeita para você, em mim ficaria igual uma criança.

— Dificilmente, querida. Com esse corpo maravilhoso, a última coisa que vai aparecer será uma criança.

Sorri envergonhada, quase não me sentia feminina ou bonita. Tinha coisas demais para me preocupar do que pensar em me arrumar. Às vezes esquecia que era uma mulher e tinha minhas necessidades.

— Ok, Dul, mas me diz, por que está distraída assim? Está com receio de encontrar o chefe gostosão?

Ela apertou os lábios e respirou fundo, percebi que se recusaria a responder. Dei de ombros, não podemos forçar uma cabeça-dura como a Dul dar o braço a torcer.

Infelizmente terá que quebrar a cara para aprender. Mas, olha a vantagem, seria divertido ver aqueles dois caidinhos um pelo outro.

Chegamos onde estava rolando a festa e Dul achou uma vaga bem no final do estacionamento.

Saímos e fomos em direção ao salão. Passamos pela portaria e levamos uma cantada de um cara, ficamos rindo pela originalidade dele, para não dizer ao contrário. Foi bem tipo aquela: você se machucou quando caiu do céu? Ok, querido, passa amanhã.

Assim que pisamos no salão eu senti uma energia diferente, parecia algo forte e elétrico.

Quando Dul parou de rir e falar, eu me virei e a encontrei estacada no meio da festa, segui seu olhar e dei de cara com Christopher, que a encarava com tanta intensidade que fiquei envergonhada por estar presenciando esse momento deles.

Ele se levantou, e eu me preparei para uma cena daquelas. Duas coisas podiam acontecer: Dulce ser uma vaca como às vezes era, ou eles pararem com esse jogo e admitir que fossem loucos um pelo outro, porque estava mais do que óbvio para qualquer um que os observasse.

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Essa história tem um pouco de narração Ponny...

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