"A melhor parte de mim também é sua."
Anahí
Eu não sei se fiz certo ou errado, talvez esteja me precipitando em me entregar ao que havia em meu peito. Mas já foram tantos anos de solidão e saudades que não conseguia me controlar, ser orgulhosa e teimosa por algo que aconteceu sem que os dois tivessem culpa, seria apenas perda de tempo e adiar o inevitável, trazendo apenas sofrimento e complicações desnecessárias.
Estávamos a caminho da minha casa com Miguel no banco traseiro cantando musiquinhas que aprendeu na escola. Foi então que Alfonso desviou o caminho e parou em frente a um prédio na zona norte da cidade. Olhou para nós e sorriu, mas percebi a tensão em seu corpo.
— Espera aqui que eu não demoro.
Franzi a testa e assenti. Miguel pediu para que o soltasse da cadeirinha e veio para o banco da frente. Mexeu no volante e brincava de dirigir. Fazia barulhos com a boca, e muito concentrado olhava para a rua fazendo desvios e manobras imaginárias. Deixei-o se distrair e me estiquei olhando para o prédio. Era uma construção imponente e bem conservada, parecia de classe média alta.
O que será que Alfonso foi fazer nesse lugar?
Passaram-se alguns minutos e o avistei na porta do prédio ao lado de um cara robusto e careca, além de muito mal-encarado. Despediram-se com apertos de mãos e as expressões muito sérias. Alfonso se virou, aproximando-se do carro com um envelope nas mãos. Ele se aproximou e sorriu ao ver Miguel no banco da frente.
— Tá dirigindo aí, garotão?
Miguel sorriu e seus olhinhos brilhavam de felicidade.
— Sou um ótimo motorita. — Fez barulhinho com a boca.
— Que bom, agora dá licença para o papai dirigir?
Ele assentiu e se levantou, o ajudei a ir para o banco traseiro e afivelei seu cinto novamente.
Voltei-me para Alfonso e ele estava inclinado sobre o banco colocando o envelope no porta-luvas.
— O que é isso, Alfonso?
Ele olhou pra mim e sorriu. Mas percebi seu desconforto.
— Uma bomba das grandes, que vai explodir em breve.
— Ai, credo. Mas é com você?
— Indiretamente sim. Mas não vamos falar disso. Agora minha prioridade é encher a barriguinha daquele pequeno ali. O que vão querer comer?
Miguel, ouvindo que estávamos falando dele e comida juntos, gritou:
— Xuxi.
Alfonso franziu a testa, espantado com a convicção do meu filho por um dos seus pratos preferidos.
— Ele adora comida japonesa, faz um bom tempo que provou e não fica uma semana sem.
— Sério? Nossa, eu também gosto muito. Então, próxima parada comida japonesa.
Deu partida e no caminho indiquei o restaurante que costumávamos comprar.
Alfonso pegou nosso jantar e partimos animados para casa. Ao chegar, Miguel correu para o quarto pegando seus brinquedos que “comiam” conosco. Vi-me junto com dinossauros, dragões e dois príncipes à minha frente.
Sentada naquela mesa, observando aqueles dois homens lindos e tão importantes em minha vida, percebi que não era nada sem eles. Talvez tudo devesse ter acontecido exatamente daquele jeito. O tempo se encarregou de tudo.
Separamo-nos e agora, enfim, estávamos juntos. Como uma família devia ser. O sorriso no rosto do Miguel ao olhar seu pai era o prêmio que qualquer mãe zelosa podia pedir. E o amor que
Alfonso tinha pelo nosso filho me conquistou completamente. Eles me tinham cativa e eu não queria sair.
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Pecaminoso
Fanfiction[CONCLUÍDA] +18|Quando Dulce Saviñon foi trabalhar em uma empresa de processamento de dados como estagiária, não imaginou que, ao ser efetivada, passaria por uma situação tão inusitada... E deliciosa! Ela se deparou com um vício: Christopher Uckerma...