Capítulo 10

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Cheguei à empresa meia hora atrasada. Por ficar uma noite de merda pensando naquele cara, dormi muito tarde. Quando, enfim, consegui pregar os olhos tive sonhos nada ortodoxos com muito suor e gemidos.


Quando entrei no prédio, Zoraida, a recepcionista, chamou minha atenção com um aceno; fui até lá sabendo que vinha fofoca. Não sei por que, mas ela sabia de tudo que rolava na empresa.


— Bom dia. O que foi, Zo?


— Menina, se prepare. Você ganhou uma promoção!


Franzi a testa, confusa. Não estava entendendo o que ela estava falando.


Promoção? Como assim?


— Não entendi, explica melhor.


— Parece que alguma coisa tocou o coração gelado do Brutus e ele te transferiu para o RH. Sabe o que significa, né?


Provavelmente ela estava se referindo ao aumento de salário, já que pela minha graduação, a função no RH seria maior. Mas eu sabia o que isso significava realmente.


Desgraçado ardiloso.


Forcei um sorriso para Zoraida.


— Obrigada por me avisar, Zo.


— Tchau, querida. E parabéns pela promoção.


Assenti e caminhei para o elevador. Ao fechar as portas, deixei todas as minhas frustrações se esvaírem. A vontade que tinha era de gritar e espernear, mas como tinha câmeras por todo lugar não dava, permaneci uma dama por fora, mas em meu interior me descabelava de raiva.


O carrasco não havia me promovido por boa vontade, ou pelo meu incrível trabalho, mas para se livrar de ver o seu erro todos os dias. Só que se ele achava que iria me descartar tão facilmente mais uma vez, estava completamente enganado.


Quando cheguei ao andar, saí com uma missão a cumprir. Ao passar por minha mesa tinha um rapaz juntando minhas coisas dentro de uma caixa. Coloquei minha bolsa por cima das suas mãos.


— Se não quer perder seus dedinhos, querido, sugiro que deixe minhas coisas no lugar.


Ele arregalou os olhos e largou a caixa na hora. Sei que fui grossa, e o rapaz não tinha nada a ver com a situação. Só estava cumprindo ordens. Mas não conseguia me conter.


— O Sr. Uckermann já chegou?


— Sim, há mais de uma hora.


Ah, então o engraçadinho chegou cedo para preparar o bote. Idiota, não sabia no que estava mexendo.


— Obrigada, pode ir. Se precisar, eu te chamo.


O rapaz saiu o mais depressa possível. Eu esperava que o cachorro estivesse sozinho, pois iria sobrar para quem estivesse no caminho. Pensando bem, a noiva cadáver podia estar por ali, iria adorar dar um corretivo naquela ridícula.


Abri a porta e entrei. Nem me dei ao trabalho de bater.


— Que porcaria é essa de promoção? — esbravejei sem nem olhar para os lados. Christopher estava ao telefone e observava-me com um sorriso no rosto e os olhos semicerrados.


Ai, minha Nossa Senhora dos homens extremamente safados e sexy, dai-me forças para resistir a esse cafajeste. Por Deus, isso iria se tornar difícil. O cara era simplesmente delicioso!


— Poncho, te ligo mais tarde. Agora tenho um infortúnio para resolver. — Sorriu com o fone no ouvido. — É por aí...

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