Capítulo 07

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E imagina o meu susto ao estar de frente com a sósia da minha noiva?


Mas as semelhanças terminavam por aí. Dulce era forte, decidida e provocante. Maite era tímida, no sexo foi um custo até que me deixasse tê-la com as luzes acesas.


O que me incomodava tanto era a semelhança física. Não queria descontar em alguém a saudade de outra. Ela não merecia isso.


Angelique era diferente, pois sabia de todo o caso e gostava assim. Disse que era um fetiche louco que tinha, eu estar com uma mulher pensando em outra a excitava. Não iria questionar, estava bem pra mim. Desde que pudesse fodê-la sem nenhum compromisso. Não saí da minha sala durante o expediente. Resolvi tudo por telefone. Sei que não podia continuar assim. A garota era minha secretária e não tinha alternativa senão vê-la todos os dias.


Pensei em mudá-la de setor. Isso, essa seria a solução perfeita!


Como ela era graduada em Administração, pensei em remanejá-la para a seção de RH e contratar uma senhora casada e com netos para ser minha nova secretária.


Não queria correr mais riscos. Se bem que nenhuma mulher me deixou maluco daquela maneira. Nem mesmo Maite. Droga! Não podia pensar mais nela, tinha que deixá-la descansar em paz.


Esperei o máximo possível. Provavelmente Dulce já teria ido embora e não teria problema em esbarrar com ela. Suspirei aliviado ao constatar que realmente já tinha saído.


Ei, não me ache um covarde! Apenas não quero tentação para acabar com a minha noite.


Pretendia fazer coisas que Angelique não iria esquecer.


Porém, ao chegar ao elevador vi que ela estava com Anahí, a secretária de Everaldo. Droga, minha paz foi pra merda! Aproximei-me devagar e as cumprimentei com um aceno. Prendi os braços nas costas para me impedir de tocá-la. Meus olhos se fixaram no display que marcava os números dos andares. Quando o elevador chegou, dei passagem a elas e apertei o térreo.


O perfume de Dulce me invadiu mais uma vez.


— Então, Dul, como foi? Aquele gostosão te ligou? O do final de semana? — Anahí tinha uma voz fina e tentava falar baixo, mas eu captei. E tinha uma vontade imensa de saber quem era o tal cara.


— Não Any, ele me dispensou. Fiquei na expectativa de repetir a dose, porque, como eu te disse, foi bom pra caramba! Mas parece que pra ele não foi. Acho que vou ter que partir pra outra.


Dulce não teve a decência de falar baixo. Disse em alto e bom som. E, então, percebi que falava de mim.


— Azar o dele, amiga. E sortudo será o outro.


— Com certeza!


Droga! Esse andar que não chegava. E eu me corroendo de raiva por imaginar Dulce nos braços de outro cara. Tudo bem que naquele instante eu estava indo encontrar outra mulher.


Enfim, chegou o térreo e dei passagem novamente para as damas. Anahí saiu na frente e, em seguida, Dulce. Mas ela não ia passar por mim assim. Agarrei-a pelo braço e puxei seu corpo de encontro ao meu.


Nossos corpos foram feitos para serem moldados um no outro, pois nos encaixávamos perfeitamente.


— Se você está querendo me provocar, Dulce... Conseguiu! Só aguente as consequências depois.


Ela arqueou uma sobrancelha e sorriu.


— Promessas, promessas... — Ainda tinha a audácia de me provocar.


Beijar! Era só o que eu pensava. Mas estávamos no saguão do prédio com sua amiga a apenas um metro de distância, por isso a soltei e ela foi andando. Quando chegou à porta, olhou sobre o ombro e sorriu maliciosamente.


Porra de mulher!


Peguei o celular e disquei.


— Angelique, desmarca tudo. Não estou com ânimo. Perdi a vontade até de conversar. — Desliguei.


A maldição vestida de secretária tinha acabado de me estragar para todas as mulheres.


Maldito dia que fui cair na besteira de comer a carne onde se ganha o pão.

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