Passar um fim de semana com imagens em sua cabeça não é bom para a libido.
Ainda mais quando elas são tão reais que sentia tudo de novo. A cada movimento que fazia era como se ele estivesse dentro de mim. Ainda bem que eu sempre soube cuidar de mim mesma. Fiquei longe do celular para não cair em tentação e fazer um disque-foda. Tinha certeza que seria muito bom para o ego excessivamente grande do Christopher ter uma louca querendo sexo por telefone.
A segunda-feira chegou e eu estava uma pilha. Dizia a mim mesma para manter a calma e ignorá-lo. Fingir que nada aconteceu.
Cheguei ao prédio meia hora adiantada, não queria ser surpreendida. Christopher havia se tornado presença constante em meus pensamentos e queria ter tempo de me preparar.
Usar a indiferença seria a melhor estratégia.
Respirei fundo e coloquei o trabalho em dia, tudo bem que depois eu ficaria com o tempo ocioso, mas agora precisava ocupar minhas mãos. E deu certo. Distraí-me e não pensei demais.
As horas passaram e notei que Christopher ainda não tinha chegado. Não que eu estivesse vigiando.
Então, vi com o canto do olho o cachorro andando em minha direção. Meu coração trovejou no peito e minha respiração acelerou.
Cara, não queria sentir essas coisas. Mas meu corpo, o traidor, não me obedecia.
Cada passo do Christopher era um pulsar em minha pele, um flash de imagem da nossa transa, um cheiro, uma respiração. E quando ele parou em frente à minha mesa com os olhos semicerrados — como eu agora conhecia bem — e cheio de desejo, segurei-me para não pular em seu pescoço.
Pigarreei tentando limpar a garganta. Ele sorriu. Maldito, sabia muito bem o que causava em mim.
— Bom dia, senhorita Saviñon, quero café em minha sala, daqui a cinco minutos. Nada de atrasos. Ah, e traga o contrato da academia, preciso analisar o programa que será entregue hoje.
Fiquei ali parada olhando para ele como uma pateta, que acenou e saiu andando todo onipotente em direção à sua sala. Sério isso? Sem nenhuma palavra? Nada?
Estreitei meus olhos e me dei conta. Ele estava jogando. E da pior forma. Filho da puta!
Enquanto meu corpo entrava em combustão totalmente espontânea, por que se eu pudesse escolher, não iria querer, Christopher se fazia de difícil. Enfim, voltou o carrasco de todos os dias e foi-se embora o amante gostoso das sextas. Sim, eu já tinha como certo esse dia para foder o cara.
Bem, com esse eu sabia lidar. Bufando, me encaminhei até a cozinha e me forcei a preparar o café como ele gostava. Bastardo! Se eu fosse seguir meus instintos assassinos iria colocar alguma coisa em sua bebida. Meus olhos se estreitaram e pensei em trocar o açúcar por sal. Rá, essa eu adoraria ver.
Porém, meu trabalho estava em jogo. Uma noite espetacular não iria me deixar escapar dessa traquinagem.
— O que você está aprontando aí, sua pervertida?
Levei uma mão ao peito e tentei acalmar meu coração. Mas que porra!
— Além de ser uma traidora sem escrúpulos que me deixou para o lobo, você quer me matar de ataque cardíaco?
Ela fez uma careta e sorriu piscando inocentemente.
— Para de drama, Dul. Sei que sua sexta foi bem... Vamos dizer assim, proveitosa.
Respirei fundo para não descontar na Any toda a minha frustração, porque, vamos ser sinceros, a melhor coisa que ela fez foi me abandonar na sexta-feira. Fiz sexo selvagem com o maior dos trogloditas. Ai, eu quero repetir. Mas antes, ele teria que suar.
Abri um sorriso amplo e peguei a bandeja.
— Any, meu amor, me lembre de te dar um presentão de natal. — Ela riu e continuou a preparar o café do seu chefe.
Passei por minha mesa e peguei o contrato, coloquei por baixo da bandeja e bati na porta.
Entrei e congelei. Será que um dia, meu Deus, eu iria conseguir me acostumar com aquele homem?!
Christopher estava sentado na beirada da mesa com um sorriso no rosto que denunciava seus pensamentos.
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Pecaminoso
Fanfiction[CONCLUÍDA] +18|Quando Dulce Saviñon foi trabalhar em uma empresa de processamento de dados como estagiária, não imaginou que, ao ser efetivada, passaria por uma situação tão inusitada... E deliciosa! Ela se deparou com um vício: Christopher Uckerma...