Quem ele pensava que era para vir tirar satisfações sendo que estava com aquela sua amiga de foda? Provavelmente estavam juntos o tempo todo que ele esteve fora. Nós não tínhamos nada, eu tinha todo o direito de sair com quem quisesse, assim como ele. E esse pensamento me deu forças para resistir. Pisei em seu pé e ele se afastou, mas não me soltou.
Nos encaramos. Naquele momento não éramos dois amantes cheios de fogo, mas dois inimigos.
Uma raiva se apoderou de mim e investi contra ele, socando seu peito e esbravejando.
- Babaca, filho da puta, desgraçado. Por que tinha que me tocar a primeira vez? Eu estaria bem e feliz com a minha vida. Por que tem que ser tão odioso? Por que eu tive que gostar de você? - Bati com força e ele deixou, meu coração esmurrava meu peito e meus ouvidos zumbiam, tamanha fúria que estava sendo descarregada.
Eu o culpava por tudo que me aconteceu. E por ter sido tão covarde vindo até minha casa, depois de ter fodido com a loira desgraçada.
- E ainda tem a coragem de vir até aqui depois de ter se esfregado naquela plastificada.
Christopher segurou meus punhos e olhou em meus olhos. O verde havia sumido, no lugar estava aquele mar revolto de raiva e desejo.
- Então estamos quites, pequena, pois você também acaba de voltar de uma foda com um estranho.
- Quem disse, seu desgraçado? Você prometeu que me estragaria para todos os homens e cumpriu, acha que consegui ir até o fim com ele? Eu queria transar com o Carlos, queria te esquecer, queria não sentir essa porra toda dentro de mim. Mas não deu, era outro toque, era outro homem que queria que estivesse ali. Você acabou com a minha vida, Christopher Uckermann - gritei descontrolada.
Ao ficar nua de frente para um cara que eu não estava a fim, eu me desesperei e não consegui ir adiante. Carlos ficou muito chateado, mas não forçou a barra. Eu estava descontrolada e chamei um táxi o tempo todo me lamentando que estava apaixonada por alguém que estava com outra e por minha culpa. Quando Christopher apareceu em minha casa, a tentação de feri-lo como eu estava ferida era grande demais e não resisti, mas ao ser provocada não segurei minha língua.
Meus sentimentos estavam em frangalhos e não conseguia raciocinar direito. Ou teria usado mais uma vez o sarcasmo como arma.
Ele me soltou e se afastou, passando as mãos pelos cabelos. Arregalou os olhos e respirou fortemente.
- Dulce, por que fez isso, por/ra? Eu te queria e você me afastou, você saiu com o cara e eu só podia pensar que estava na cama com ele. Por que fez isso com a gente?
Meu coração parou. Então era verdade, porque eu saí com o Carlos ele foi foder com a loira por vingança. Dei as costas para ele e me afastei, sentei-me no sofá de cabeça baixa. Fiquei mexendo nas pedrinhas em meu vestido rosa, distraidamente. Não conseguia pensar, levantei os olhos e parecia aterrorizado. Ele estava assustado e compreendi que ele havia se arrependido.
Desviei meu olhar e foquei numa foto em que eu estava com minha mãe, naquele momento lembrei-me de quando separei do Pablo. Não foi fácil me livrar dele. Ficou em minha cola e como uma sombra me seguia para todos os lados. Até que meu irmão deu um jeito, assustou-o e assim ele me esqueceu. Logo depois me mudei e fui cursar faculdade em outra cidade.
Eu me culpei por ter deixado minha vida naquela situação e o culpei também.
Então minha mãe, em seus poucos momentos gentis, me disse o seguinte:
Dulce, os seres humanos são imperfeitos, e cometem erros. Agimos por impulsividade, num momento de raiva podemos magoar alguém. Ou, como aconteceu contigo, nos deixamos levar em uma vida controlada cheia de barreiras e não damos valor a nós mesmos. Mas se existe um dom que há em cada um de nós, é só saber usar, e perdoar é libertador. Então, minha filha, para que seja feliz em seu futuro, liberte-se, perdoe ao Pablo e a si mesma. E também tem aquele ditado: "se um não quer dois não brigam". Cada um tem sua parcela de culpa. Agora me diz, o que é mais importante: sua felicidade ou guardar ódio e rancor por aquilo que não pode controlar?
Ao olhar para o rosto do Christopher percebi que nessa confusão toda que arrumamos ambos estávamos errados, cada um com sua culpa e erro. Eu não vou dizer que não fiquei magoada por ele ter ido até o fim com a loira pei/tuda. Eu não sou hipócrita de afirmar que não teria ido até o fim com o Carlos, simplesmente não consegui. Meu corpo pertencia a outro toque e se recusou a aceitar alguém estranho. E o cachorro ter conseguido, me doeu pra caramba. Mas na verdade, não tivemos nada mais que fodas ocasionais.
E perdoar é libertar-se! Tanto a si mesmo, quanto a quem te magoou. Eu não seria escrava de nada em minha vida, muito menos de rancor e culpa sem motivo.
- Vem aqui, Christopher - falei baixinho, quase sussurrando. Minha garganta estava seca e minha voz quase não saía.
Ele suspirou e percebi seu corpo tenso. Devia estar esperando um ataque muito louco vindo de mim. A contar pelo meu histórico isso seria possível. Mas existe um momento em nossas vidas quetemos que nos dar conta do que nos é importante.
Orgulho, medo, insegurança... Segurança?
Ou apenas, viver? Se deixar sentir?
Christopher parou à minha frente com a cabeça baixa e os olhos fechados, me levantei e coloquei as mãos espalmadas em seu peito musculoso. Seu coração batia tão rapidamente que quase podia sentir a vibração.
- Eu achei que você tinha ido dormir com aquele cara e nem pensei, apenas agi. - Sua voz saiu rouca e grossa.
Meu peito se apertou e tive vontade de fugir novamente da maneira que era acostumada a fazer, mas como eu já disse, quando eu tomo uma decisão dificilmente volto atrás.
- E eu iria mesmo, mas não suportei o toque de outra pessoa. O beijo não era de um filho da puta que me deixa doida. - Engoli em seco e levei minha mão até seu queixo, levantando-o. - Mas nós dois somos errados nessa história, Christopher. Somos vítimas de nossa própria idiotice. Eu estou chateada, mas entendo o que é ser cabeça-dura, afinal eu também sou e muito. Agora, a questão é: Está disposto a seguir em frente?
Fiquei ansiosa e nervosa. Eu não fazia esse tipo de proposta, não que eu tivesse pedindo o cara em casamento. Mas era algo importante, porque nas entrelinhas estava claro que eu queria mais que sexo sem sentido no escritório da empresa. Só que ainda não era muito corajosa para falar.
Christopher suspirou e seu coração bateu mais rápido em minhas mãos. Ele segurou meu rosto e encostou a testa na minha.
- Eu quero tudo com você, provocadora. É meu inferno particular, mulher. Você me enlouquece de uma maneira que achei não ser possível. Estou disposto a queimar em seu fogo o tempo que quiser.
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Gente e essa maturidade da Dul 😍
Finalmente juntos..Amanhã maratona a partir das 14h
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Pecaminoso
Fanfiction[CONCLUÍDA] +18|Quando Dulce Saviñon foi trabalhar em uma empresa de processamento de dados como estagiária, não imaginou que, ao ser efetivada, passaria por uma situação tão inusitada... E deliciosa! Ela se deparou com um vício: Christopher Uckerma...