Capítulo 11

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Desligou e prendeu seu olhar verde nos meus.


— Não entendi, Srta. Saviñon. Não gostou da promoção? O salário é baixo pra você?


— Não me venha com essa de senhorita. Você esteve dentro de mim em cima dessa mesa e te vi gozar. Acho que as “formalidades” acabaram quando você rasgou minha calcinha e a guardou no bolso.


Ele fechou os olhos por um momento, respirou fundo e falou com a voz grossa e rouca, deixando-me arrepiada.


— Não sei onde eu estava com a cabeça quando me entreguei a essa fraqueza, porque toda hora que olho para essa mesa, sinto seu gosto em meus lábios. 


Tive que contar até dez para resistir a essas palavras e não retrucar, ou quem sabe, pular no pescoço dele como uma samambaia trepadeira. Porém, no três, já tinha desistido. Fazer o quê?


Paciência não é uma das minhas virtudes.


— Não fuja do assunto, que merda é essa? — Droga, minha voz falhou um tom.


Christopher suspirou pesadamente, como se estivesse derrotado, e se levantou. Meu sinal de alerta começou a piscar. O homem era gostoso demais para o meu próprio bem. 


— Apenas um reconhecimento do seu trabalho, querida.


Ele já tinha dado a volta na mesa e estava de frente para mim.


— Se fosse, eu saberia. Mas nem uma semana se passou depois de ter me fodido em seu escritório. Está querendo se livrar de mim. Para que saiba, você não é tão irresistível assim. Eu não vou pular em cima do senhor a todo minuto. — Fiz uma pausa proposital e o medi de cima a baixo.


— Só quando eu quiser.


Ele sorriu amplamente, mostrando todos os dentes brancos. Aquela boca gostosa que podia me fazer ver estrelas era simplesmente tentadora, queria sentir seus lábios firmes e quentes nos meus novamente.


— Aham, sei. Acho que seu grito não mostrou isso.


— Isso não vem ao caso. O negócio é que quero ser promovida de acordo com meu trabalho e não por ter sido um erro de alguém. Não me venha com essa que eu não vou sair da minha mesa. E pode parar de mandar bombons com cartas eróticas para meu apartamento, se não pretende satisfazer minhas vontades.


Ele sorriu de lado e levou as mãos à gravata desfazendo o nó e a retirando completamente.


Jogou em qualquer lugar que não vi, pois estava estática no lugar.


Desabotoou três botões da camisa e andou devagar na minha direção.


— E quem disse que não vou? — Meu cérebro gritava a todo o momento: Corra, Dulce!  Perigo iminente. Mas quem disse que eu conseguia me mover? — É só no que eu consigo pensar. Perdi a vontade de me satisfazer em outro corpo. Só fico duro por você. Deixa eu te ter mais uma vez? Me deixa saciar a fome que minha pele tem da sua? Quero descobrir cada parte que ainda não toquei e me esbaldar em seu gosto. Só mais uma vez!


Pra quem estava determinada a fazê-lo sofrer, eu estava passiva demais.


— Se você quer tanto repetir, por que quer se ver livre de mim o mais rápido possível?


Ele se aproximou do meu pescoço, aspirou meu perfume fazendo minhas pernas ficarem bambas e sussurrou no meu ouvido:


— E quem disse que pra te comer, eu preciso te ver a todo momento?


Filho da puta!


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