Capítulo 46

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Depois de um banho restaurador, deitei em minha cama e apaguei, não antes dos pesadelos me acordarem às cinco da madrugada. Sonhei com o acidente de Maite, mas quem morria era Dulce e meu coração se quebrou em milhões de pedaços. Peguei o celular e enviei uma mensagem querendo ir ao seu apartamento. Precisava saber que estava bem.

Mas claro que ela não me respondeu, ainda era muito cedo. Às oito da manhã recebi uma resposta.

Christopher, eu não sei o que você fazia acordado às cinco da madrugada, mas já disse que preciso do final de semana sem você. Quero pensar e relaxar. Por favor, não insista.

Franzi a testa olhando para a tela até que se apagou. Dulce não era educada assim, e só havia um motivo para tal coisa. Ela estava muito magoada. Eu daria até o início da semana e logo a teria.

Ela não iria escapar!

E meu fim de semana foi um inferno, não o bom que eu costumava passar ao lado dela. Mas o tipo ruim, no qual me amaldiçoei por ter nascido com pênis e por não saber me controlar. Recebi várias ligações da Angel, contudo resolvi não atender. Não iria dar combustível para uma história que já havia terminado.

Talvez esteja pensando que eu sou bobo. Que não percebi a sua estratégia. Bem, após passar o domingo refletindo e recapitulando as duas últimas semanas, entendi o que a minha “amiga” fez. Ela usou de inteligência e artifícios, maquinou exatamente toda a situação. E eu caí como um patinho. Fui um idiota total!

Porém, o maior culpado era eu e mais ninguém. O não pode ser dito a qualquer momento.

A segunda chegou e, por incrível que possa parecer, perdi a hora. Acordei sobressaltado e atrasado, provavelmente pelas noites mal dormidas no fim de semana. Tomei um banho rapidamente e decidi tomar o café na empresa. A essa hora, Dulce já devia ter chegado.

Estava ansioso para vê-la novamente.

Sabe quando você passa pelas pessoas sem vê-las realmente? Foi assim que entrei naquele prédio, cumprimentei quem falava comigo, mas não os vi realmente. Se perguntar com quem eu falei não saberia responder.

Até que desci do elevador e aí tudo começou a correr vagarosamente. Assim que pisei na área em que ficava a mesa da Dulce, a vi se levantando e indo em direção à cozinha.

Preciso dizer o quanto estava linda? Sim, preciso. Ela usava uma saia creme colada no corpo que batia um pouco acima dos joelhos, uma blusa de botão azul-claro e seus cabelos estavam soltos exatamente como eu gostava.

Creio que ela não me viu, pois sua postura em nada mudou. Nem pensei duas vezes, larguei a pasta em cima da sua mesa e parti atrás dela. Não ficaria nem mais um dia sem provar dos seus lábios. Sim, aquela mulher tinha a boca mais gostosa que provei.

Dulce estava colocando café numa xícara quando a virei bruscamente quase a fazendo derrubar tudo no chão. Seu olhar assustado se suavizou ao me reconhecer, porém logo se transformou naquele desdém costumeiro que ela tinha. Sabia que minha safada provocadora estava de volta.

— Bom dia, senhor Christopher. Como passou o final de semana? — Sorriu maliciosa, arqueando uma sobrancelha.

Estreitei meus olhos e aspirei seu perfume, só o cheiro daquela mulher era capaz de me deixar duro. Desci meu rosto perto do dela, e acariciei seu pescoço com o queixo, sabia que ela gostava da minha barba e me aproveitei disso.

— Sabe que foi o inferno!

— Mas, se lembro bem, você gosta de estar lá.

Sua risada rouca provocou arrepios por meu corpo e a enlacei apertando-a mais a mim.

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