Quando retornei à fazenda já passava da hora do almoço. Entrei na casa e a mãe da Dul disse que ela ficou preocupada com o meu sumiço, mas que logo foi se distrair e andar a cavalo. Disse que, provavelmente, Dulce tinha ido para a nascente do riacho e me explicou onde era.
Eu sabia montar pelas aulas de equitação que tive, mas fazia tempo que não praticava. Mas uma vez aprendido, não se esquece. Montei num mangalarga marchador preto e a cada batida do casco do animal no chão duro de terra era uma trovoada em meu peito. Estava ansioso e inseguro mais uma vez, precisava ver sua reação ao que fiz.
Quando enfim a encontrei, sentada na beira do riacho fino que nascia ali, meu coração parou.
Desci do cavalo e o amarrei ao lado do dela, parecia tão imersa em pensamentos que nem notou minha presença.
Ajoelhei ao seu lado e só assim ela percebeu que não estava mais sozinha.
Retirou os fones de ouvido e sorriu.
— Onde você foi? Acordou cedo! Senti sua falta, e demorou pra caramba. Achei que tinha se assustado com a minha família louca — disse rindo docemente.
Levei a mão em seu rosto, e muito sério entrelacei meus dedos em seus cabelos.
A mulher não tinha a menor noção do quanto era importante para mim. Por mais palavras que eu usasse seriam poucas para expressar tudo o que sentia por ela.
— Eu fui fazer uma coisa, mas antes eu preciso que me responda algo. — Ela arqueou as sobrancelhas ainda sorrindo, mas assentiu freneticamente porque estava realmente curiosa. — A tatuagem no meu braço te incomoda, né?
Seu sorriso morreu na hora e ela tentou desviar o olhar, e como eu sabia que isso poderia acontecer forcei seu rosto para mim e a encarei vendo a resposta em seus olhos castanhos.
— Não precisa falar, sei que sim. Um tempo atrás te perguntei se queria que eu tirasse, você não quis.
— Não mesmo, é sua vida, seu passado. Não tenho o direito de interferir.
Sorri e aproximei meu rosto do dela roubando um selinho.
— E por isso eu te amo cada vez mais. Só que eu não achei suficiente. Quero que preste muita atenção no que vou te dizer, Dul. — Ela assentiu e continuei. — Houve três mulheres nesse mundo que eu amei. Minha mãe, Maite e você. Cada uma à sua maneira me marcou para sempre. O amor de mãe, que é maior do que tudo que existe. O amor de gratidão, já que fui salvo por um sorriso. E o amor mais intenso que pude provar, capaz de destruir ou me exaltar num piscar de olhos. Você sabe o que passei quando perdi Maite e não quero repetir. Este é o significado da tatuagem, e por esse motivo resolvi fazer algo na noite passada quando a vi se entristecer ao passar a mão no anjo em meu braço.
Olhei em seus olhos e me levantei, com sua atenção em mim eu podia mostrar o que queria, sem que ela se distraísse ou negasse o que era verdade. Retirei a camisa e virei o lado da tatuagem, percebi aquele incômodo retornando até que ela viu algo diferente. Levantou a mão e repousou-a em cima do plástico que cobria o que eu queria que visse.
Esperei que ela me encarasse novamente e respirei fundo.
— É isso que ela foi, uma redenção dos pecados que cometi. Por isso é um anjo, e quis deixar claro nessa tatuagem.
Ela voltou os olhos para o meu braço e os vi enchendo-se de lágrimas. Logo abaixo do anjo estava a seguinte palavra em inglês: Redemption. Virei o braço e do lado de dentro estavam as palavras, em letras cursivas: Mãe, Amor Puro e Eterno.
— Agora a mulher que me fez ser inteiro, pela primeira vez na vida. —Virei-me de costas e esperei sua reação já que não podia ver muito bem, mas decidi espiar por sobre os ombros.
Ela tinha os olhos arregalados e chorava copiosamente. Sua mão foi até o curativo e fechei os olhos apreciando seu toque. Em toda a extensão das minhas costas tinha a seguinte frase: Dulce, the sweetest torture. A mais doce tortura.
Juro que fiquei com medo do seu silêncio, pois ela não costumava ficar assim, era até complicado fazê-la se calar. O que queria dizer que ficou realmente abalada.
Então a mulher mais linda entrou em meu campo de visão novamente.
— Não acredito que fez isso. Você é louco, deve ter doído fazer de uma vez.
— Valeu a pena cada agulhada!
Ela mordeu os lábios e enlaçou meu pescoço, aproximou o corpo do meu e a prendi a mim num beijo faminto. E como sempre acontecia quando minha boca tomava a dela era com tanta intensidade que não sabia onde começava um e terminava o outro.
Não fui atrás dela com o intuito de possuir seu corpo, mas ter a mulher sensual que era em meus braços e não sentir tesão era impossível. Não percebi quando ficamos nus, acho que nem ela. Foi tudo tão rápido que não saberia dizer. Mas logo estávamos deitados na grama olhando-nos nos olhos um do outro enquanto explorava seu corpo com a mão, devagar e sensualmente.
Apoiei os cotovelos no gramado e com uma mão levantei sua perna encaixando-a em meu quadril. Nossos sexos se encostaram fazendo com que fechássemos os olhos com a sensação boa.
Nós nos encaixávamos perfeitamente.
Desci minha boca na sua e percorri a língua em seus lábios entreabertos, senti o sabor que ela tinha. Não me cansava de provar, era um vício que iria carregar para o resto da vida.
Por mais que minha vontade fosse foder até o esquecimento, o momento pedia amor e carinho e foi assim que uni nossos corpos, fazendo-nos um só.
Posicionei-me e abri sua carne devagar arrancando gemidos tanto de prazer quanto de ânsia, por ser tão delicado. Ela arqueou as costas colando os seios no meu peito e segurei sua perna com mais força para mantê-la quietinha, pois não aguentaria se ela se movimentasse demais e queria degustar do seu corpo como devia ser. Com adoração.
Sua carne quente me envolveu levando-me à loucura e precisava me mover.
Desgrudei nossos lábios e abri os olhos. Prendi-a com o olhar, não dando chance de ela desviar a atenção.
— Eu te amo, minha provocadora!
Ela sorriu e segurou meus cabelos em punho, fazendo me arquear e enterrar mais um pouco.
— Eu também, carrasco safado. — Ri gostosamente, estava em êxtase pelo simples fato de pertencer a ela.
Estava entregue e rendido. Manejei seu corpo com perfeição, era como tocar um instrumento musical. Doce e delicadamente.
Naquele campo lindo, com o som das águas correndo no riacho e o corpo de minha mulher embaixo de mim, percebi que a vida não podia ser mais bonita e plena. O que eu mais temia me fez alguém melhor e digno de ser chamado de homem. Antes eu era só uma metade, um pedaço frio e sem emoção.
Em seu corpo pecaminoso entrei no paraíso, não havia mais inferno para nós. Só se fosse regado ao prazer absoluto. Aí sim seríamos cativos dessa doce tortura.
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😭 Chegamos ao fim...
Amanhã posto o Epílogo 💕
Deixem nós comentários o que acharam da história e seu final...
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Pecaminoso
Fanfiction[CONCLUÍDA] +18|Quando Dulce Saviñon foi trabalhar em uma empresa de processamento de dados como estagiária, não imaginou que, ao ser efetivada, passaria por uma situação tão inusitada... E deliciosa! Ela se deparou com um vício: Christopher Uckerma...