Capítulo 35

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Uma semana já havia se passado desde que vi Christopher pela última vez. Falávamos apenas por e-mail daquele jeito frio e impessoal. Não conseguia fazer mais nada do que esperar por notícias suas.

Às vezes ficava me esgueirando pelos corredores tentando ouvir alguma conversa do Alfonso sobre ele.

Ah, e por falar nisso, acabamos ficando amigos. Ele parou de flertar comigo e eu até gostei, porque só podia pensar em certo carrasco de olhos verdes enlouquecedores.

E lá estava eu em uma situação precária de carência provocada por mim mesma. Ninguém era culpado a não ser minha insegurança e o medo de ser escrava de um sentimento novamente.

Em anos não corri esse risco e isso me apavorava.

Já estava quase na hora do almoço quando o telefone tocou. Estendi a mão e preparei minha voz de secretária.

— On System, escritório de Christopher Uckermann. Bom dia.

— Oi, bom dia, queridinha. Aqui é Angelique falando. É a Dulce? — Uma voz estridente falou do outro lado.

— É sim, senhora. Em que posso ajudá-la?

— Ah, por favor, não me chame de senhora. Sinto-me uma velha assim, bem é que o Christopher me pediu um favor.

Meu coração gelou. O que aquela mulher tinha para me pedir, a mando do Christopher? Ao forçar minha memória me lembrei dessa Angelique, era uma cliente e foda do senhor Uckermann.

— Ok, pode falar — pigarreei levemente pelo fato da minha voz ter saído esganiçada. E a vaca riu.

— Bom, ele pediu para que você montasse uma planilha de todos os programas desse ano, não conseguiu falar contigo porque a internet dele está com sinal baixo e o e-mail não foi enviado. Mas solicitou para que enviasse depressa.

— Sei, se a internet dele está fora. Como vou enviar para ele?

— É... Só um minuto — ela falou alguma coisa baixinho e uma voz do homem que eu conhecia muito bem respondeu: — Manda pra mim, querida, que eu dou um jeito.

— Uhum, tudo bem.

— Tchau.

Desligou, não antes de ouvir mais uma das suas risadinhas estridentes e um resmungo masculino. Cara, alguma coisa estava muito errada nessa porcaria.

O filho da puta já deve ter voltado e não tinha vindo à empresa, e estava mandando a vaca da amante plastificada dele me telefonar.

— Desgraçado, covarde de uma figa.

Bati com a mão na mesa e amaldiçoei todas as gerações da sua família novamente. Sim, eu sei.

Havia se tornado um hábito, mas que se danasse. Não tinha nenhum remorso quanto a isso.

Passado o choque de tudo, senti meu coração se apertando até quase querer parar. Era como se uma mão invisível esmagasse meu peito e mal consegui respirar.

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Capítulo curtinho, mas prometo postar 4 amanhã.

Será que o Christopher voltou?

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