Capítulo 14

968 70 8
                                    

E o maldito bug se recusava a sair, por isso Poncho era o melhor nessa área.


— Pode deixar, crianças. O papai aqui resolve tudo.


E ninguém conseguia medir o tamanho do ego do cara.


— Ok, até segunda, Alfonso.


— Até, Don Juan.


A ligação foi cortada e os caras começaram a sair. Fiquei ali por um momento. E sim, eu estava fugindo. Quando percebi, Everaldo ainda estava na sala também.


— Christopher, recebi um pedido de promoção, mas já foi retirado.


Suspirei e revirei os olhos. Nem quando eu queria me esconder conseguia.


— É, a senhorita Saviñon resolveu ficar como minha secretária por enquanto. — Provocadora dos infernos! , tive vontade de acrescentar.


— Entendi. Vou cancelar.


Ele já ia saindo quando me lembrei da sua última exigência.


— Mantenha o aumento.


Ele assentiu e saiu sorrindo. Pelo jeito a empresa inteira já estava sabendo do meu “caso” com Dulce.


Meu celular vibrou no bolso do paletó, peguei desbloqueando a tela e vendo uma mensagem de texto. Era o investigador do caso da Maite. Ele pedia para que entrasse em contato assim que possível.


Prontamente, disquei o seu número.


— Christopher, tenho novidades. — Senti um frio na barriga e meu coração parou. — O acidente foi criminoso.


Respirei fundo e fechei os olhos. No fundo eu sabia disso, pois o carro da Maite sempre passava por revisões periódicas e ela era uma motorista cuidadosa. Quando estava indo para o litoral visitar os pais, perdeu o freio numa curva e eu enlouqueci. Nem pude me despedir. Eu a amava, ela era uma mulher doce e generosa com todo mundo. Fiquei revoltado e recluso por um período, o que me deu tempo para pensar.


Percebi que alguém tinha mexido em seu carro, só não podia provar. Depois de dois anos e muito trabalho minucioso estava aí a minha resposta.


— E por que demorou tanto tempo?


— Foi algo muito bem feito, cortaram uma ligação num lugar que não imaginávamos. Então, foi profissional.


Pecaminoso Onde histórias criam vida. Descubra agora