Capítulo 76

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Abrir os olhos e me deparar com aquela beleza descabelada, foi incrível, no bom sentido. Mas também, depois de uma noite movimentada como aquela, não tinha como acordar inteiro. Decidi me levantar e tomar banho antes da Dul, precisava relaxar o corpo. Estava todo dolorido e tenso.

Ao chegar ao banheiro e olhar no espelho, encarei o reflexo de um cara feliz e sorridente.

Imaginei que carregaria aquela cara de idiota por um bom tempo. Fizemos amor à tarde e a noite inteira. Após dispensar Angelique da minha vida fui recompensado da melhor maneira possível.

Escutei um barulho na porta e olhei pelo vidro do boxe. Dulce havia se levantado e me surpreendeu no chuveiro. Fizemos amor mais uma vez debaixo d’água. E eu que achei que não aguentaria mais nada, mero engano.

Tomamos café e partimos para a empresa. Eu não tinha intenção nenhuma de esconder minha provocadora. Então entramos no prédio de mãos dadas, trocando beijos leves e palavras sussurradas.

Até que um grito nos chamou a atenção.

— Você foder com a secretária, eu até entendo Christopher, mas demonstrar publicamente que anda com essas vadias, aí já é demais.

Deparei-me com Belinda toda desgrenhada. Na verdade estava do mesmo jeito que no dia anterior.

Será que havia dormido na rua? Ou sei lá onde aquela doida andava.

— Não fale assim da minha mulher, Belinda. O que você está fazendo aqui? Eu confisquei suas ações, até que seja processada está proibida de entrar na On System.

— Eu quero ver quem vai me barrar.

Sorri cinicamente e arqueei uma sobrancelha. A meu ver ela já havia sido impedida de subir, ou não estaria ali plantada no hall de entrada. Bom, mas vamos aos fatos que culminou a ação mais linda da minha Dulce. Depois dessa minha olhada sarcástica, Belinda enlouqueceu e se aproximou dela, olhando-a acusadoramente, cuspiu seu veneno querendo me atingir.

— Além de vadia é burra, né, garota?

Dul apertava minha mão até então, soltou de súbito e cruzou os braços em frente ao corpo.

— Melhor ser vadia e burra do que apaixonada pelo irmão, sua louca.

Arregalei os olhos e vi o quanto Belinda ficou vermelha de ódio.

— Você sabia que ele foi noivo? E que a falecida se parecia com você? — Droga, ela devia estar guardando isso por muito tempo, só esperando a hora certa para dar o bote.

Dulce jogou a cabeça para trás gargalhando a plenos pulmões. Naquele instante agradeci a Deus por ter contado a ela antes que a bomba explodisse. Não contive o sorriso e cruzei os braços assistindo minha mulher acabar com a mesquinha da minha meia-irmã.

— Você é engraçada. Acha mesmo que nós estamos apenas transando? Saiba que o que temos é muito mais. Christopher já me contou sobre isso, e sinceramente eu não me importo. Ela já morreu mesmo. Agora você, queridinha, devia procurar um hospício e se internar. Além de louca é uma ridícula que gosta de se humilhar correndo atrás de um cara que é muita areia para o seu caminhãozinho e é seu irmão... de sangue.

Belinda estreitou os olhos, furiosa, e me encarou.

— Você é tão burro quanto seu pai. Não resiste a um rabo de saia, vai cair, Christopher, e quando se espatifar no chão eu serei a primeira a rir da sua cara. Não espere nem pena de mim, terei apenas a felicidade de te ver sofrendo como há dois anos, quando Maite morreu.

Não entendi muito bem, mas logo me bateu o que a doida insinuava. Peguei-a pelo braço e puxei encarando-a.

— O que você quer dizer com isso, sua vagabunda? O que fez?

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