Capítulo 61

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Depois de algum tempo e outras posições em frente à lareira, tomamos um banho quente, fomos para o quarto e nos enfiamos debaixo das cobertas. Estávamos deitados e conversando até que Dulce pediu para fazer uma massagem em minhas costas.

E suas mãos eram mágicas, pois estava num torpor de sonolência que me deixou em transe.

Quando parou, eu mal conseguia manter meus olhos abertos. Pareciam pesar umas dez toneladas.

Senti-a se deitando ao meu lado e me observando atentamente.

— O que significa a sua tatuagem?

E, então, meus olhos se abriram prontamente e o sono se foi, como se eu tivesse tomado um banho de água fria. Fiz o anjo de cabelos compridos quando Maite faleceu, na hora era a coisa certa a fazer. Ela foi como um bálsamo em minha vida. Apareceu num momento crítico e me apoiou completamente. E, sim, eu a amei muito. Mas não como era com Dulce.

Engoli em seco e me sentei. Peguei o queixo dela em meus dedos e me aproximei beijando-a delicadamente. Alguma coisa me dizia que não gostaria de saber que a tatuagem era da minha falecida e que ainda se parecia com ela.

— É só uma coisa que sempre quis fazer, nada importante.

Ela estreitou os olhos e torceu a boca de lado não acreditando muito no que disse.

Mas logo revirou os olhos e sorriu.

— Já sei, você sonhou comigo uma vez e quis fazer uma homenagem.

Se ela soubesse...

— Pode ser, provocadora, mas agora vem pra debaixo da coberta que quero te aquecer um pouco mais.

Ela deitou e ficou me encarando, fiquei observando seu rosto e imaginando onde eu vi que ela se parecia com Maite? Eram totalmente diferentes.

Adormeci com ela nos braços e aquele sonho maluco em que ela morria no lugar da minha noiva me atormentou novamente. Acordei e a vi deitada ao meu lado serena e linda. Respirei profundamente e passei a mão pelo rosto tentando espantar o terror que foi aquele pesadelo. Meu peito doía e tentei aliviar o incômodo esfregando o local. Mas não passava.

Levantei-me e me aproximei da janela, abri e senti o vento gelado acalmar meu coração dolorido. Fechei os olhos e tentei esquecer de todo aquele horror, porém a imagem só se repetia em minha cabeça. O aperto no peito foi tanto que senti meus olhos se enchendo de lágrimas. Deixei -as cair sem reservas, porque perder Dulce era insuportável até mesmo em sonho.

Como uma mulher pôde tomar conta de mim assim tão facilmente?

Senti mãos quentes em volta da minha cintura e não perdi tempo. Virei-me e a beijei ferozmente tomando tudo o que podia. Não me importei se Dulce notasse minhas lágrimas, precisava reafirmar que ela estava ali comigo e muito bem. Caminhamos grudados até a cama e me sentei de pernas abertas com ela de pé à minha frente.

— Por que você está chorando, Christopher?

Sorri tristemente e senti mais lágrimas deslizando por meu rosto, um nó se formou em minha garganta e só havia uma maneira de desfazê-lo.

— Vem, Dulce. Toma tudo de mim, ame meu corpo como só você sabe.

Ela balançou a cabeça afirmativamente e escarranchou em meu quadril. Nem nos preocupamos com preservativo dessa vez, e na verdade eu precisava assim. Sentir o calor do seu corpo. Exorcizar todos os fantasmas que me assombravam.

Ela encaixou em meu pênis e começou a se movimentar. Eu abracei sua cintura e deitei a cabeça em seu peito ouvindo as batidas do seu coração enquanto ela subia e descia em mim.

E a cada impulso ficava desesperado por mais. Dulce me amou, e naquele momento percebi que ela estava tão apaixonada por mim quanto eu por ela.

Quando chegamos ao clímax, nos rendemos um nos braços do outro. Porém, um sentimento cruel de perda se apossou do meu coração.

Senti que após essa calmaria que vivíamos viria uma tempestade.

Só teria que estar pronto para qualquer porrada que a vida fosse me dar, desde que não fosse perder a minha mulher.

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