Capítulo 66

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"E como diz o ditado: O que não te derruba, te faz forte!"

Christopher

O final de semana foi incrivelmente perfeito. Dulce estava doce e despreocupada. Nada nos atingia naquele pedaço de paraíso, estávamos em nosso próprio céu. O clima da serra ajudou um pouquinho no meu modo romântico, mas o sentimento que havia em meu peito era o maior responsável e, claro, a mulher linda ao meu lado.

O banho de banheira foi regado a muito carinho, conversas íntimas e brincadeiras. Eu contei mais da minha vida pessoal para ela do que qualquer pessoa sabia. E ela falou um pouco sobre o ex-controlador que namorou e o que passou com o cara foi o que a fez tornar-se quem era. Não sabia se tinha vontade de bater no babaca ou abraçá-lo, porque Dul era perfeita daquele jeitinho.

Na noite de sábado não tivemos nenhum tipo de contato físico sexual, apenas curtimos a presença um do outro e aquela intimidade era mais importante que sexo. Porém, na manhã seguinte, eu amei seu corpo com calma e carinho. Naquele domingo frio nós fizemos amor em sua mais pura definição.

Mapeei cada pedacinho de pele macia e cheirosa com carinho e devoção, sabia que Dulce sentia por mim o mesmo que eu por ela. Só que por medo e insegurança não colocava em palavras, porém demonstrava em atitudes e sinceramente, no meu modo de ver as coisas, isso é muito mais válido porque palavras banais e sem importância podem ser jogadas fora, mas gestos e atitudes ficam marcados em nossa alma.

Um pequeno sorriso pode valer muito mais que qualquer coisa, e a intensidade que aquela mulher me observava enquanto eu amava seu corpo era de arrepiar.

Nosso domingo foi recheado de saudade. Ali seria nosso refúgio, um lugar para nos esconder de todo estresse e qualquer coisa que nos incomodasse. Almoçamos animados, um dando comida para o outro. Pude perceber que Dulce era uma ótima cozinheira. E no final da tarde nos despedimos do nosso cantinho do paraíso, como resolvemos chamar a cabana.

Quando chegamos à cidade já estava anoitecendo e não queria me despedir da minha provocadora, porém ela insistiu que precisava descansar, porque por mais que a noite passada tivesse sido light, a manhã foi movimentada. Eu desconfiava que ela fugia dos sentimentos. Contudo eu podia esperar, tínhamos muito tempo para curtir.

Mas foi horrível passar a noite sem seu calor junto ao meu. Rolei na cama como um doido e só fui pregar os olhos por volta das cinco da manhã. Levantei as sete, louco para chegar à empresa. Só que ao pisar na On System percebi o clima estranho e confirmei que viria merda ao ver Poncho parado em frente ao meu escritório com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa. Parecia  tenso e pensativo.

— Qual é a bomba, Poncho? — disparei assim que cheguei mais perto.

Ele levantou a cabeça e me encarou fixamente. Sinalizou para que entrássemos na sala e o acompanhei, já previ uma porra de uma tormenta. Sentei-me aguardando.

— Está na hora de fechar a conta dos malfeitores. Eu desativei o bug na sexta antes de ir embora, e quando voltei ele estava no lugar, ele foi filmado.

Respirei fundo e balancei a cabeça.

— O meliante já está na empresa?

— Chegou há meia hora e foi direto para a programação, deve estar por lá ainda.

— E o outro?

— A caminho, mandei mensagem que precisava da sua presença urgente.

Passei a mão pelo rosto já cansado. O final de semana foi perfeito, lógico que a segunda começaria uma merda. Alegria demais dura pouco. Levantei-me num impulso e resolvi acabar logo com a encenação toda.

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