Capítulo 77

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— O que essa boneca de plástico está fazendo aqui? Eu disse para o Christopher cortar ligações com ela — bufei de raiva.

— Deve ser algo de trabalho, Dul. Ela é cliente da empresa. Bom, tenho que ir, muito trabalho me espera. Mudar de setor não é fácil. Beijos.

— É bom mesmo que seja sobre trabalho. Ok, depois nos falamos mais. — Olhei para a porta, ainda desconfiada.

Anahí se despediu e foi trabalhar, e fiquei ali sozinha morrendo de raiva e curiosa para saber o que estava rolando naquela sala. Maldita mulher ardilosa.

Resolvi voltar ao trabalho e tentar me concentrar. Não passou nem cinco minutos que a plastificada entrou, saiu bufando de olhos arregalados, nem olhou em minha direção. Levantei-me e fui até a sala, queria saber o que estava acontecendo. Quando me aproximei, ouvi Alfonso falando com Christopher:

— Deixa ela ir, Christopher. Agora tá tudo certo, temos gravado e a polícia vai tomar conta.

— Cara, eu não consigo acreditar que ela foi a causadora desse bug. Só não entendo o motivo.

— Eu sei, vou te explicar.

Eu não fiquei para ouvir. Virei-me e saí correndo atrás da vaca. Ela não iria se safar assim.

Filha da mãe siliconada, não satisfeita de foder com o dono da empresa, ainda queria acabar com a carreira dele.

— Vagabunda, você não me escapa.

Tirei os sapatos e desci as escadas rapidamente querendo alcançá-la no estacionamento. Como o elevador tinha muitas paradas era possível eu me adiantar. Finalmente cheguei à garagem e tentei encontrá-la. Acho que acabei chegando tarde. Droga!

— Está me procurando, sua putinha?

Virei-me ao som daquela voz fina e me deparei com a loira plastificada de uma figa.

— Você faz merda e acha que vai sair ilesa? É a mandante de todo o esquema do bug! Vai para cadeia responder direitinho.

Ela sorriu e jogou os cabelos descoloridos para trás.

— Você não sabe de nada, garota. Ingênua e burra. Se fosse inteligente não teria se metido com o Christopher, para começar.

Engoli alguns mil xingamentos e a encarei.

— Eu não vou deixá-la fugir. Vai esperar a polícia chegar.

— Burra mesmo, não sabe de nada. Eu não vou pra cadeia. E nem você vai voltar para o seu Christopher.

— Ah, é? E quem vai me impedir?

Ela enfiou a mão na bolsa e retirou de lá uma arma apontando-a para a minha cabeça.

— Eu mesma! Você fez muito mal de ter entrado no meu caminho, assim como a outrazinha que se parecia muito com você, aliás, isso é meio doido. Não acha que ele tá com você pensando na falecida? — Jogou a cabeça para trás rindo histericamente. — Só que ela foi mais fácil de lidar, Christopher ainda não me conhecia e agi tudo por baixo dos panos. Quando ela se foi, eu entrei em cena e fodi aquele corpo gostoso... até você entrar na minha vida e estragar tudo. Vai pagar bem caro!

Arregalei os olhos e avaliei a situação. Que a plastificada era louca, eu já sabia. E ter aquela arma apontada para mim deixou-me nervosa, ela não tinha nenhum problema em matar, pois já havia feito com a noiva do Christopher. Oh, meu Deus! Será que ele já sabia disso?

Provavelmente não. Ou não a teria deixado sair tão facilmente do escritório. O jeito era fingir que estava com medo e desarmá-la.

Teria que tomar cuidado.

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