Norman
Desde que a encontrara, Norman tinha a impressão de que todas as situações o levavam aquilo. Sorrir. E o engraçado era que ela não parecia se esforçar para provocar aquilo; era algo tão espontâneo que ele não podia nem explicar.
De qualquer forma, ele gostava de ficar perto dela, porque ele sempre sorria perto dela.
Era como uma caixinha de surpresas. Você nunca podia saber realmente o que viria a seguir, mas era extremamente harmônica aquela imprevisibilidade toda, porque aquilo só o impulsionava a querer saber mais sobre ela.
E no fim das contas, ele estava feliz que ela tinha superado Will. Ele estava feliz por aquilo não ser mais uma das coisas que pareciam pesar seus olhos; mas mesmo assim, ele sabia que ainda havia algo.
Mas no momento em que ele dançou com ela e eles estavam tão próximos um do outro, especificamente naquele momento, ela não parecia chateada; ela não parecia ter algo travado em seus ombros; Olivia lhe pareceu extremamente límpida.
A sintonia entre eles foi algo muito puro naquele momento. Tingido de tons suaves, parecido com os do vestido que ela usava naquela noite.Quando Olivia veio a curtos passos na sua direção naquelas poucas luzes, só o faziam pensar como ela conseguia ficar ainda mais bonita?
O cabelo longo e liso dela, tinha as mechas levemente onduladas para aquela ocasião. Os olhos verdes dela pareciam ainda mais intesos, contornados por cílios que os fazia parecer que podiam ler qualquer coisa em sua mente. O rosto claro dela, tinha as linhas finas e límpidas com as bochecas claramente rosadas. Coisa bem pouca.
O vestido florido que ela usava a caía tão bem que parecia ter sido desenhado no corpo dela.
Olivia não era uma daquelas garotas que tinham volumes exagerados em um ponto específico do corpo; e na verdade, ela nem usava roupas que pudessem revelar muita coisa, mas naquela noite, Norman pôde notar que sua cintura era fina e havia uma bela curva no que dizia a respeito do quadril para baixo.
Ela não parecia uma daquelas garotas exageradas que usava silicone. Ela era magra. E simples. E seu aspecto a dava uma impressão de ser tão frágil quanto porcelana.
Aquilo sinceramente só a fazia ser mais linda ainda.
- Você está me ouvindo, Normie?
- Sim, mãe. Estou. - ele acordou para a vida naquela momento que sua mãe o chamou.
- U-hum. E sobre o que mesmo eu estava falando? - ela alfinetou.
- Ah, mãe...
- Onde está sua cabeça, Norman Redwater?
- Sinceramente? Em Olivia. - respondeu, porque ele não podia mais fingir que não estava acontecendo nada demais.
Porque era algo definitivamente demais. Os últimos sentimentos e emoções dele eram exagerados e mistos. Ele nunca conseguia acompanhar o ritmo do que estava acontecendo. Olivia estava movendo tudo dentro dele de forma sequencial; cada dia ele se sentia mais diferente, porém ela fazia isso de uma forma original. Quando ele pensava sobre, parecia tão turbulento e louco, mas a verdade é que tudo ocorria de maneira gradual e era tão bonito se sentir daquela forma. Ele nunca havia sentido algo tocar sua alma de uma forma tão delicada, tão cativante.
Boa parte dele não sabia o que estava acontecendo. Ou boa parte dele, ainda não queria saber o que estava acontecendo:
- Essa é minha nora? - mais uma vez, sua mãe o acordou.
- Não. Nós estamos nos tornando amigos. - respondeu, bem sério.
- Nós vamos nos antecipar na parte de você negar que sente algo por ela ou você quer continuar com o processo de deixar a ficha ir caindo aos pouquinhos? - ela usou seu tom de humor.
- Eu não sinto algo por ela. - a mulher revirou os olhos nesse momento. - Eu sinto muitas coisas por ela. Ela me causa coisas novas o tempo todo e na maior parte das vezes, ela nem parece estar tentando.
Sua mãe sorriu, se levantou, recolheu as xícaras de chocolate quente e foi até a cozinha.
Norman se levantou e foi atrás, porque sabia que ela ia falar alguma coisa:
- A forma mais sólida de amor, é quando as coisas começam a se construir natural e gradualmente.
Ele não pôde evitar de se assustar com o comentário dela:
- Mãe, está dizendo que eu a amo?
- Não. - ela respondeu com toda a paciência do mundo, enquanto reunia os pratos dentro da cuba da pia. - Só estou fazendo um comentário solto, que algum dia será importante para você.
- Não gosto quando a senhora começa a agir de forma enigmática. - comentou, a auxiliando com a louça.
- Às vezes, é necessário, Normie. - e isso era tudo que ele conseguiria desvendar.
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EAT ME
AcakComo é desenvolver uma doença que não pode ser vista fisicamente? Como é saber que está doente e ao mesmo tempo não ter ciência disso? Como é achar que isso está sendo algo bom quando está destruindo o seu corpo? E o seu psicológico? Como é estar t...