73 - Graduação

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    Um   Ano  Depois

     Era incrível como em um ano as coisas mudaram tanto.
     Eu estava realmente empolgada, enquanto Tonya me maqueava no vestiário da escola.
     Geralmente eu detestava eventos como aqueles, mas eu estava estranhamente animada.
     - Você acha que vai dar tudo certo?
     - Desde que você não tropece na barra da beca. - mas algumas coisas de fato, nunca mudam. - Se você cair, eu vou rir, já vou avisando. - eu não consegui segurar o sorriso. - Prontinho. - me olhei no espelho.
     Graças a Deus, ela seguira minhas orientações e deixara um tom leve no meu rosto. Das últimas vezes, ela não havia sido tão obediente assim e como eu não sabia me maquiar, tinha que contar com sua infinita boa vontade.
 

   - E a festa, vai acontecer mesmo? - eu questionei, enquanto soltava os bobs do meu cabelo.
     - Bom, Joshua é um chatonildo e não deixou eu convidar todo mundo, mas pelo menos para a gente vai ter sim.
     - Para mim é o suficiente.
     - Já preparou seu discurso de um milhão de páginas? - ela me perguntou enquanto fazia babyliss.
     - Eu não. Não serei a oradora da turma.
     - E quem vai ser? A Clarisse? - ela explodiu em uma risada maldosa e eu dei um sorrisinho:
     - Acho que ela não leva jeito para tal coisa.
     - Meninas, está quase na hora. - uma professora apareceu e nos avisou.
     Pegamos nossos capelos e saímos andando para a cerimônia.
     Nós nos sentamos nas cadeiras colocadas no campo de futebol da escola e voltamos nossa atenção para o prqueno palco que havia sido montado logo a frente, para a celebração da formatura.
     Havia muita gente ali. Achei haver mais gente do que geralemnte havia em todo o ensino médio.
     Alguns rostos eram bem conhecidos, outro eu raramente vira em algum momento naqueles anos, mas os que realmente me importavam, eram o de Tonya e o de Norman.
     - Meninas, estão ansiosas? - e falando nele, ele chegou e se sentou ao meu lado.
     - Não. Vai ser um saco. Podia ter uma pipoquinha, né? - nós rimos. - Por mim, nós já iríamos para a festa.
     Eu ia fazer uma consideração, mas o diretor começou a se pronunciar e eu abri a boca para a fechar de volta.
     Muitas palavras bonitas sobre o orgulho da escola pelos seus alunos e também palavras motivacionais sobre o futuro foram proclamadas naquele momento.
     Na prática, não havia aquele carinho e afinco todo, mas a cerimônia e as fotos tinham que estar bonitas.
     Tonya tinha razão. Estava sendo bem entediante. E o pior é que parecia que ia demorar.
     Olhei pra Tonya e ela estava jogando um joguinho no celular:
      - Confesso que estou sentindo inveja de Tonya nesse momento. - comentei para Norman.
      - Os nossos nomes são de letras sequenciais. Se quiser, podemos fugir e voltamos quando formos ser chamados. - Norman encarou minha melhor amiga. - Ela com certeza nos ajudaria.
     - Não, ela com certeza iria junto.
     - Não. Ela não ia querer ficar sendo um 'candelabro'. - ele citou e eu sorri, voltando os olhos para o palco improvisado.
     Dessa vez, quem estava lá me chamou a atenção. Era Tatiana e ela estava até que sorridente.
     O diretor a deu a deixa e ela começou o seu discurso sobre a importância do trabalho que começara a ser feito no colégio sobre saúde mental.
     Antes de inciar, ela me de uma olhadela lá de cima.
     Nós continuaríamos nos vendo ainda, porém não na mesma frequência. Como meu tratamento avançara bem, eu só fazia terapia agora uma vez por mês.
     - Tonya, - a cutuquei
     - Graças a Deus, você disse alguma coisa, o discurso de Tatiana tá me dando vontade de ir fazer terapia e eu não tenho dinheiro para isso. - a marca de riso estava rondando meus lábios. Ela estava mais engraçadinha que o normal naquele dia:
     - Vai chamar o Lawrence para a festa?
     - Por que eu deveria?
     - Porque ele é seu namorado? - eu disse com o senso de obviedade que eu havia desenvolvido com ela nos últimos meses.
     - Mas ele não está se formando. - contra atacou.
     - E nem nossos pais, nem seu irmão, nem Ian...
     - Nosso pais são os adultos supervisores, Joshua mora na casa, eu infelizmente não tenho como o expulsar, e as crianças são as crianças.
     - Credo, Tonya. Ele é seu namorado. - relembrei.
     - Eu sei, mas ele não dividiu o lanche dele comigo semana passada.
     - Tonya, ele comprou um combo inteiro pra você. O lanche era dele.
     - E daí? Jesus não fala para compartilhar o pão? - eu só neguei com a cabeça, inconformada. - Estou brincando, eu já chamei ele.
     Não demorou muito depois disso para começarem a chamar os nomes dos formandos.
     Era o padrão: você ia até o palco, pegava seu canudo, cumprimentava os professores e pousava para as fotos dos pais alucinados.
      - Norman Redwater! - uma série de aplausos e assovios seguiram, enquanto ele andava para receber seu canudo.
      Confesso que meu coração disparou um pouquinho mais quando ele sorriu para as fotos. Eu o amava em cada átomo meu. Um sorriso seu me lembrava de cada detalhe disso.
      - Olivia Forbes! - assim que ele desceu, eu fui caminhando até o pódio:
      - Parabéns, amor. - ele comentou quando nos encontramos no caminho. Eu já subi lá, sorrindo.
      Ian pulava incessantemente e papai estava fingindo ser um fotógrafo profissional. Detalhe que ele comprara aquela câmera só para a minha formatura.
      Peguei meu canudo, cumprimentei meus professores e também Tatiana, depois voltei para o meu lugar. 
      Houveram mais algumas pessoas, e Tonya estava quase pondo um ovo por não ser chamada logo.
      - Eu quero ficar livre disso logo. - ela cochichava.
      - A próxima é...
      - Tonya Ervergreen.
      - Aleluia. - e foi, toda estonteante.
     Ela estava seguindo o roteiro, mas o sorriso que ela deu foi mais falso do que Clarisse em suas virtudes. Quando ela retornou, seu rosto estava fechado:
      - O que foi?
      - Advinha quem está aqui?
      - Clarisse?
      - Não, Olivia! Meu pai. - ela parecia irritada, mas não era comigo.
      - Seu pai? - Norman ecoou.
      - Exatamente.
      - Se você quiser a gente vai lá e chuta a canela dele. - eu encarei Norman, surpresa com seu comentário.
- Jesus, é brincadeira.
      - Não rouba minhas frases de efeito não. - ela protestou. - Quero saber o que esse babaca quer?
      - Tente não ir já no ataque. - tentei a  aconselhar. 
      - Ollie, ele só aparece para piorar as coisas. É sério. E isso aqui já está bem ruim.
      Embarquei no silêncio e esperei pelo fim da cerimônia.
   

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