Olhei a hora no meu relógio e suspirei. Estava frustrado e só de pensar no motivo de eu estar assim, ficava pior. Ainda era quarta-feira e minha alma implorava por uma sexta-feira e com urgência. E daí que a empresa era do meu pai? Eu não podia me dar um dia de folga por não estar trabalhando bem. Ele não fazia isso. Por que eu faria? Recostei-me contra a cadeira, enquanto fitava a tela do computador. Parecia que ela ria de mim. Ou melhor, da minha frustração. Por que eu estava assim? Tive um casamento. Mas o problema não foi exatamente o casamento e sim, com quem me casei. Crystal. Uma mulher controladora, de temperamento difícil, completamente egoísta. Foi por esses e outros motivos que chegamos ao divórcio, no fim de tudo. Eu estava precisando de algo que alegrasse a minha vida, a minha alma. Precisava de alguém que fizesse eu me sentir vivo. Coisa que eu não sentia há muito tempo. Mas, eu sabia que não ia conseguir. Então, o jeito era eu me entregar a essa situação em que eu me encontrava. Passei as mãos nos cabelos, levantei da cadeira e fui em direção à porta.
Ao abrir, deparei-me com uma garota. Talvez ela tivesse dezoito anos ou no máximo, vinte. Seus cabelos eram castanhos e estavam presos num coque formal. Ela usava um terninho preto, a calça marcava bem a sua cintura e ela tinha um sorriso formidável. Seus olhos eram escuros e pareciam brilhar. A pele de um moreno tentador. Ela segurava uma pasta.
— Desculpe. — Pediu ela. — Não imaginei que o senhor estivesse...
Ela se interrompeu, esperando que eu falasse alguma coisa e eu até queria, mas não sabia o que falar.
— Tudo bem. — Foi o que saiu e eu me frustrei novamente. — Algum problema?
— Não. Eu apenas vim lhe entregar isso. — Ela ofereceu a pasta. — Seu pai pediu para entregar. Não vi sua secretária aqui. Desculpe. Já ia bater.
— Bem, obrigado.
Coloquei a pasta sobre a mesa e saí, indo quase ao lado dela. Entramos no elevador e eu apertei o botão para o décimo nono andar.
— Nunca te vi por aqui... — Comentei.
— Essa é minha primeira semana. — Ela quase murmurou.
— Ah, sim. — Enfiei as mãos nos bolsos. — Seja muito bem vinda.
— Obrigada.
— É estagiária?
— Não, senhor.
Saímos do elevador e ela parou na recepção. Continuei meu caminho até a mesa da secretária do meu pai e ela sorriu para mim.
— Boa tarde, senhor Jones.
— Boa tarde, Tiffany. Papai está ocupado?
— Só um segundinho. — Ela pegou o telefone e ligou. — Senhor Jones, o seu filho se encontra aqui... Certo. — Ela desligou. — Pode entrar.
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...