Capítulo 37

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Paty.

When I met you in the summer

Took my heart beat sound

We fell in love.

Eu cantava, enquanto Dakota apenas se balançava no ritmo de Summer, do Calvin Harris. Eu já havia bebido cinco taças de cosmopolitan de morango e estava de bexiga cheia. Avisei a minha amiga que ia ao banheiro. Ela até tentou me acompanhar, mas eu recusei, combinei de encontrá-la no bar em quinze minutos, já que eu não sabia como estava a fila e caminhei em meio a tantas pessoas.

Passei o que considerei uma eternidade na fila, me concentrando em não fazer xixi ali mesmo. Finalmente entrei, apressei-me até a cabine e esvaziei a bexiga. Saí aliviada, lavei as mãos, sequei e retoquei o batom. Estava colocando-o na bolsa e saindo, quando alguém segurou meu antebraço com força e me puxou contra o seu corpo, fazendo-me soltar o batom. Olhei o homem, assustada e tentei me soltar. Nunca o vira na minha vida.

— Vem cá, princesa — disse ele, embriagado.

— Me solta! — gritei.

— Não faça charme. Vi você me seduzindo.

— Ficou louco? — Meu tom ficou mais agudo do que deveria, queimando minha garganta.

— Escuta aqui, sua vadiazinha.

— Vadia é a sua mãe! — Eu o empurrei.

E ele ergueu a mão e até cheguei a me preparar para a bofetada que estava por vir, fechando os olhos.

— Você não vai encostar um nela — disse outra voz masculina, mais grave e eu a reconheci.

Abri os olhos de imediato e me deparei com o blazer azul-esverdeado.

— Tirem-no daqui — continuou. — Não quero ver esse verme na minha boate nunca mais.

Dois homens imensos tiraram-no e então o homem de olhos incríveis me olhou.

— Você está bem? — perguntou, preocupado.

— Estou, mas perdi meu batom. — Fiz beicinho. — Muito obrigada.

— Tudo bem. Ele te machucou?

Toquei onde ele apertara quando me puxou e senti uma pontadinha de dor, mas optei por omitir e neguei com a cabeça. Segurando minhas lágrimas, fui em direção ao bar, sentindo o homem em minha cola. Dakota já estava lá e com alguns rapazes, inclusive Matt.

— Paty. — Ele se colocou de pé e sorriu. — Quem é esse? — E olhou para o homem atrás de mim.

— Dakota, eu já vou — disse, ignorando-o.

— Por quê? — Ela me olhou. — O que houve?

— Eu estou cansada. — Suspirei e passei a mão nos cabelos.

— Quer que eu te leve? — perguntou Matt.

— Eu a levo — disse o homem.

Dakota o olhou e então para mim. Ela me abraçou.

— Amiga, ligarei dentro de trinta minutos. Se ele tiver feito algo a você, diga: eu preciso do Paul — murmurou em meu ouvido.

— Mas eu preciso dele.

— Eu sei, amiga, mas se eu ligar, e estiver em apuros, diga isso e eu levo a polícia lá.

Eu apenas concordei, abracei-a, acenei para o pessoal e segui em direção à saída. A porta de uma pequena limusine foi aberta pelo motorista e eu entrei. Coloquei o cinto, sem me importar se ele ia fazer algo a mim. Quem sabe assim eu não estaria livre desse sofrimento, dessa incerteza e dessa merda que havia se tornado a minha vida.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora