— Você está chateado comigo? — questionou Patricia.
Eu simplesmente meneei a cabeça, enquanto descíamos as escadas do tribunal, após o julgamento do responsável pelo seu acidente na sexta-feira da semana passada. Foi algo breve, felizmente, pois eu já estava cansado mentalmente, depois de ter suportado uma reunião matinal dos infernos e outra com o advogado antes de chegarmos aqui. Patricia conseguiu convencê-lo de fazer com que o culpado pagasse uma quantia generosa para um instituto de crianças com câncer e prestar serviços comunitários por um determinado tempo. O advogado da outra parte aceitou sem pestanejar.
Por mim, seria outra pessoa na mesa de acusação. Ninguém menos que o maldito David Grey. Só que a ideia de ter que passar meia hora olhando para a cara dele sem poder quebrá-la em mil pedacinhos não me agradou. Apoiada em mim, ela seguia em silêncio, mas eu tinha noção do que a estava incomodando.
— Deveria ficar satisfeita com o resultado — disse, abrindo a porta do carro para ela. — Não queria que o culpado pagasse?
— Sim, Baby. Claro que eu queria. Esse tipo de pessoas, que não medem as consequências dos seus atos, não me agradam. Ele fez isso comigo, poderia fazer algo bem pior e com outra pessoa.
— Sem sombra de dúvidas.
— Senhorita Mackenzie? — questionou o culpado e nós viramos, vendo-o descer as escadas rapidamente. — Senhorita Mackenzie. Muito obrigado por ter me livrado da cadeira.
— Eu não fiz isso pelo senhor — disse ela. — Ir para lá não ia fazê-lo pensar no que fez de errado.
— De qualquer maneira...
— Sem agradecimentos, senhor. Se me dá licença... — Ela entrou no carro e eu fechei a porta.
— Tenha um excelente dia. — Sorri para o homem loiro, aparentemente desnorteado e fui ocupar o meu lugar no interior do meu carro.
— O que falou com ele? — ela questionou, enquanto eu colocava o cinto.
— Nada. Só lhe desejei um excelente dia. — Dei a partida e nos tirei dali.
Não demorou para o meu smartphone tocar e eu o peguei do bolso interno do blazer e ofereci a Patricia.
— É o seu pai — disse, ao pegar.
— Fala com ele. Kevin só quer saber como fomos.
— Oi, Kevin...
Eu me desliguei totalmente do que eles poderiam conversar e decidi focar minha atenção na estrada. Não demorei a estacionar na garagem do meu galpão e Patricia me olhou.
— O que foi? — questionei, enquanto pegava meus pertences por ali.
— Nada. Estou te achando estranho.
— Eu estou preocupado com você, apenas.
— Eu estou bem, Baby. — Ela afagou o meu rosto. — Só vamos subir e descansar um pouco.
Concordei e saí do carro, enfiando tudo no bolso e ajudando-a a sair em seguida. Paty e eu subimos a escada lentamente e ao entrar na cozinha, fomos surpreendidos por Dexter, Dakota, Joanne, Donny, Kevin, Christie, Sebastian e Louise com um pequeno bolo.
— Qual o motivo da comemoração? — questionei.
— Patricia está bem, conseguiu fazer com que o culpado pagasse pelo erro... — Mamãe deu de ombros. — E estamos vivos.
Eu peguei uma taça de vinho e beberiquei de imediato. Estava precisando demais relaxar, já que, desde sexta-feira, eu tenho me sentido uma pilha de nervos. Com motivo para isso. Qualquer pessoa, poderia fazer qualquer coisa comigo. Torturar, cortar pedaços de mim, qualquer porra comigo. Mas com Patricia, não. E eu tinha certeza de que ainda encontraria David Grey por aí novamente, e acertaria as contas com ele de uma vez por todas.
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...