Capítulo 7

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O táxi parou diante do prédio onde Joanne morava e eu saí, mantendo a porta aberta para Patricia. Ela pegou a mão que eu oferecia e saiu, sorrindo imensamente para mim.

— Estou começando a me acostumar com o seu cavalheirismo — disse, divertida.

— Falei a você que sou velho demais. Sou antiquado.

— Ora, não comece com essa bobagem.

Ela me puxou para dentro do prédio. Cumprimentamos o porteiro e enquanto esperávamos o elevador, Patricia batia o pé, me parecendo impaciente. As portas se abriram e ela me puxou novamente. Quando se fecharam, ela apertou o botão para o andar da minha irmã, me trancou na parede e começamos a nos beijar. Agora a sua impaciência estava explicada. As portas se abriram e ela se afastou, a contragosto.

— Garota. Você tem brincado e muito com o fogo.

— Não tenho medo de me queimar. — Ela me deu uma piscadela e nós saímos do cubículo de metal.

Patricia abriu a porta do apartamento da Joanne e entrou, me puxando junto. Ela foi de imediato ao sofá, enquanto chamava a minha irmã.

— Vocês estavam juntos? — perguntou Jo, aparecendo na sala.

— Não — disse Paty. — Eu o encontrei no térreo.

— E onde você dormiu? Nem se deu ao trabalho de me ligar, mandar uma mensagem de texto ou talvez um sinal de fumaça.

— Desculpe.

— Onde dormiu? — insistiu Jo.

— Eu... — A hesitação de Patricia me assustou. — Eu encontrei... O Matt. — A última palavra parecia o que ela mais queria nesse mundo.

— Mas, o Matt não estava viajando? — Minha irmã franziu o cenho e eu fiquei aliviado de saber.

— Estava... — Paty mordeu o lábio inferior.

— Ei, levante-se, moça. — Ordenou Jo e Patricia fez, assustada. — Tem algo de diferente com você. Você transou?

Eu arregalei os olhos. Não. Joanne só pode estar brincando. Não é? Eu sentei na poltrona azul com renda preta e observei o diálogo entre elas.

— O quê? — perguntou Paty, franzindo o cenho. — Ficou louca? Eu estava apenas conversando com o Matt.

— Onde você o encontrou?

— Na boate.

— E onde eu estava?

— Nos braços do Donny. — Paty revirou os olhos.

— E como foi? — Minha irmã a puxou para sentarem. — Vocês se entenderam? Vão voltar? — Ela parecia esperançosa.

— Não. Nos entendemos, mas não vamos voltar.

— Por quê? Vocês formavam um casal tão lindo...

Revirei os olhos, mesmo sem saber que era esse Matt.

— Joanne, por favor, pega a chave do meu carro. Tenho que ir — disse, seco.

— Espera um pouco — disse ela, sem me olhar.

— Não. — Meu tom de voz as assustou, sem dúvidas, pois ambas me olharam surpresas. — Eu quero a chave do meu carro. Tenho muito que fazer em casa.

— Você vai mesmo embora? — perguntou Patricia.

— Sim — disse, seco.

— Que tal irmos à sorveteria? — Continuou.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora