Qual era o tempo certo para uma noiva se atrasar? Eu não portava um relógio e isso estava me massacrando. Porém, eu tinha ideia de que já havia se passado mais de quinze minutos desde que o último casal de padrinhos entrou. Eu não queria me desesperar, porém, eu me sentia fracassar miseravelmente. Olhei aflito para a minha irmã e ela desviou os olhos dos meus. Ela estivera com Patricia um pouco depois de Blake ter aparecido e a mãe dela ainda estava lá quando Joanne se afastou. Eu lutava contra a vontade de caminhar de um lado para o outro.
As batidas do meu coração chegavam a doer em meu peito. Será que eu tinha algum médico por aqui? Porque eu sentia que ia ter uma parada cardíaca a qualquer instante. Ah, mas mamãe trabalhava em hospital e sabia fazer compressões torácicas, caso eu viesse a realmente passar mal.
A marcha nupcial ecoou pelo interior da Igreja. Eu gostaria de ter casado na beira do mar, porém, o estilo de vestido que minha noiva escolheu não cairia bem e eu queria realizar o seu sonho. Eu foquei meus olhos na entrada e senti-os marejaram no exato momento em que Patricia apareceu ao lado do meu pai. Eu achei que ela escolheria o irmão para acompanhá-la, porém, permaneceu firme quanto à sua primeira escolha.
Ela estava deslumbrante. Linda. Incrível. Perfeita. Surreal. Peguei o lenço que havia colocado no bolso da calça exatamente para esse momento e sequei as minhas lágrimas. Patricia também chorava e eu queria poder secar cada uma delas com suaves beijos, enquanto afagava o seu rosto e lhe confortava.
Eu não conseguia desviar os olhos dos seus, mas, quando finalmente obtive sucesso, analisei o seu vestido. Ele arrastava suavemente pelo chão, com mangas três quartos, completamente branco e com renda. Sua maquiagem apenas realçava a sua beleza natural, mas ainda assim, estava de tirar o fôlego.
Quando, enfim, ela parou diante de mim, eu desci o degrau do altar e parei diante dela, fazendo o que queria: beijando suas lágrimas. Patricia sorriu para mim, radiante e foi impossível não retribuir. Beijei sua testa e afaguei o seu rosto.
— Cuide bem dela — disse Kevin, me abraçando em seguida. — No primeiro vacilo, você vai se ver comigo.
— Não precisa se preocupar, pai. — Afastei-me e segurei a mão da minha futura esposa. — Fazer Patricia mais feliz, a cada dia que se passa, é minha meta de vida.
— Você já me faz muito feliz, Baby. — Ela afagou ternamente o meu rosto.
Kevin beijou a testa da minha noiva e ocupou o seu lugar ao lado da Christie. Paty entregou o buquê com rosas vermelhas e brancas à minha irmã, que usava um vestido de frente única malva. As demais damas usavam um vestido de mesmo modelo, porém, rosa claro.
Voltamo-nos para o pastor e iniciou-se a cerimônia. Tudo corria muito bem. Patricia e eu assinamos o livro de casamento civil, com os nossos padrinhos, dando o meu sobrenome a Minha Garota.
— Se alguém é contra esse casamento, que fale agora, ou cale-se para sempre — disse o pastor.
— Eu.
Eu senti meus músculos se retesarem ao ver Grey se levantar. Patricia segurou firme em minha mão, pois ela sabia que eu estava prestes a avançar em direção a ele.
— O que faz aqui? — questionou ela, com a voz carregada de fúria. — Não basta ter estragado a felicidade da minha amiga? Ter me prejudicado ao ponto de eu sofrer um acidente? Alguém tira esse homem daqui, por favor.
— Patricia, eu te amo.
— Ama coisa nenhuma. Se manda da minha vida e vê se me esquece. Eu amo o Paul e é com ele que eu vou viver a minha vida.
Como eu havia imaginado que isso ia acontecer, contratei alguns seguranças, que logo se apressaram em tirar o desgraçado do Grey.
— Patricia! — exclamou e em seguida, as portas da Igreja foram fechadas.
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...