Capítulo 55

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— O quê? — A pergunta de Patricia ecoou pelo galpão, machucando meus tímpanos. — Baby, ele está falando a verdade? — Ela me olhou, perdida.

— Sim, Minha Garota. — Eu a abracei. — Ele está.

Patricia começou a chorar, fazendo meu coração se quebrar em milhares de pedaços. Eu não podia fazer absolutamente nada com relação a isso. O cara simplesmente apareceu aqui, jogando-me inúmeras informações sobre o passado dos pais da Patricia e o que mais me surpreendeu foi que tudo o que ele disse se encaixou com o que se sucedeu e que ela me contou. Eu afaguei suas costas, enquanto Paty soluçava baixinho.

— Espera. — Ela se afastou. — O que você veio fazer aqui? Como soube onde eu estava? O que aconteceu com... Com minha mãe?

— Calma, Baby — murmurei para ela.

— Ah, meu Deus! — exclamou. — Seu corte. — Ela me olhou e depois voltou à atenção para o rapaz. — E por que você deu um soco no meu noivo? Ficou louco? — Patricia foi em sua direção e com a fúria que eu sentia que emanava dela, ia acertar outro soco no rapaz. Eu a segurei a tempo.

— Baby, olha para mim. — Pedi, mas ela não fez. — Paty, eu estou te chamando. — Eu sentia sua respiração ofegante. — Patricia.

Ela se sobressaltou e me olhou. Parecia perdida e eu a abracei novamente.

— Eu o soquei porque ele tirou sua virgindade.

Patricia me afastou bruscamente.

— Desculpe, querido, mas é tarde demais para você vir bancar o irmão defensor — disse, seca. — Eu me entreguei ao Paul por livre e espontânea vontade e nada do que você faça ou diga trará o meu hímen de volta.

Eu ergui as sobrancelhas de imediato e involuntariamente, mas preferi ficar na minha.

— Não deveria falar assim comigo. Sou seu irmão mais velho. — Ele a repreendeu.

— Que não estava ao meu lado quando meu mundo desabou. — Rebateu. — Pois é. Depois da morte do meu pai, minha vida se transformou num verdadeiro inferno e onde você estava? Em qualquer lugar do mundo, menos ao meu lado. Então, não venha exigir um direito que você não tem. E se quer saber, Paul e eu vamos nos casar em breve.

Era estranho ouvi-la chamar meu nome, quando eu estava acostumado com todos os apelidos que ela me dera, mas quando ela gemia...

— Isso deve ser consciência pesada por ter tirado a virgindade de uma garota — disse ele, despertando-me do devaneio.

— Opa. — Intrometi-me. — Ei, cara, você não sabe de absolutamente nada do que eu e Patricia vivemos desde que nos conhecemos, então, quem você pensa que é para chegar à nossa casa e vir falando esse tipo de merda?

— Casa? — Sebastian riu. — Chama isso aqui de casa?

— O que você quer? — indagou Minha Garota, impaciente. — É dinheiro? — Ela abriu sua bolsa, onde pegou a carteira e dela, retirou uma boa quantidade de dinheiro, jogando na cara do irmão. — Cata isso tudo e some da minha frente, antes que eu faça algo da qual você se arrependerá pelo resto da sua vida de ter entrado na minha dessa maneira. Não quero ver essa sua cara nunca mais. Sai da minha casa.

— Eu não quero o seu dinheiro.

— E o que você quer? Bancar o irmão mais velho perfeito? Já te disse, tarde demais.

Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos, sentando em seguida.

— Desculpa. Eu perdi a cabeça quando seu noivo começou a te chamar de minha. — Sebastian a olhou. — Eu sei que é tarde demais para fazer qualquer coisa. — E secou o canto do seu lábio, onde a linha de sangue estava secando. — Mas, mamãe ficou completamente sem chão quando soube que papai havia morrido há anos. Essa informação só chegou a nós essa semana... Apesar das discussões, eu sei que nossos pais se amavam muito, Patricia.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora