Enviei a última planta para o e-mail do meu pai, desliguei o computador e então, comecei a arrumar minha mesa. Estava louco para ir embora, mas quando eu pensava que não ia fazer nada, eu ficava com vontade de permanecer aqui o restante da noite. Eu tinha que procurar algo para fazer além do trabalho. Talvez se eu grafitasse... Não custava nada eu passar num armazém e comprar alguns sprays. Os outros dois quartos do galpão anda precisando de vida... Arrumei a bolsa carteira, levantei, vesti o paletó com risca de giz, apaguei a luz e saí do escritório. Acenei para a minha secretária e fui ao elevador. Apertei o botão para o estacionamento no subsolo e lá, caminhei até o meu carro.
Saí da garagem, buzinei em agradecimento e ao passar pela entrada da empresa, encontrei a garota chamando um táxi. Ela me olhou e deu um aceno discreto. Retribuí e voltei minha atenção à estrada. Eu realmente estava aliviado por meu pai ter feito a planta.
Acionei o portão automático do galpão, entrei e estacionei. Saí do carro, subi a escada e entrei na cozinha. Sim. Eu morava num galpão. Mas havia reformado antes de voltar. Eu mandei a planta de como queria e meu pai cuidou disso. Eu gostava daqui. E cada dia que passava, eu gostava mais. Era meu.
Minha cozinha estava bem arrumada. Havia uma pequena ilha e tudo era contemporâneo. Passei até o meu quarto, onde retirei a gravata, o paletó e comecei a desabotoar a minha camisa.
Então a garota me veio à mente. Seus lindos olhos escuros, os lábios rosados, pele morena. Os lindos cabelos castanhos e o rosto levemente corado após quase esbarrar em mim. Mas onde eu estava com a cabeça para ficar pensando nela? A menina devia ter dez anos a menos que eu. Retirei o restante da roupa, os sapatos e fui até o banheiro. Regulei para a água fria e me coloquei sob a cascata. Estava precisando despertar para a minha realidade.
Quando terminei, vesti uma t-shirt, uma bermuda e peguei a chave do carro, fazendo uma careta ao lembrar que deveria ter ido ao armazém. Se eu deixasse para amanhã, teria algum problema? Larguei a chave sobre a cama e a mim, um pouco ao lado.
O toque da campainha me fez despertar. Sentei na cama e suspirei. Eu só queria dormir até amanhã. Sonolento, caminhei, ou melhor, cambaleei em direção à sala de estar e abri a porta, encontrando minha mãe.
— Oi, mãe.
— Oi, querido. — Christie beijou minha testa e entrou. — Como está?
— Cansado. Apesar de não ter feito absolutamente nada. — Suspirei e puxei-a até o sofá. — Quer alguma coisa?
— Quero saber o que está acontecendo com você.
Balancei a cabeça.
— Não é nada, mãe.
— Querido, você está cabisbaixo desde que chegou.
— Estou assim desde que descobri quem era a Crystal. Mas, não quero falar sobre isso.
Ela suspirou e arrumou os cabelos castanhos e ondulados atrás da orelha. Eu não sabia mais o que falar. Apenas não queria, de maneira nenhuma voltar a falar da minha ex-esposa. Eu já não estava com o melhor humor, tocando no assunto, sem dúvidas, ia ficar bem pior. Levantei e fui até a cozinha.
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...