Capítulo 15

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Depois do almoço, Patricia e eu descansamos na varanda. Ela estava sentada ao meu lado, enquanto eu tocava violão para ela.

— Você falou o que para os seus tios? — questionei, depois de um tempo. Nem tínhamos falado sobre isso.

Observei-a prender os lábios numa linha rígida. Paty sentou em meu colo, de frente para mim, colocando meu violão no chão ao meu lado.

— Antes de qualquer coisa, quero te pedir desculpa — murmurou.

— O que houve? — perguntei, preocupado.

— Quando eu estava no elevador e sozinha, saindo do apartamento da Jo, meu tio me ligou, dizendo que ele e a família estavam indo aos Hamptons e que eu não podia ir ficar com eles, já que o cliente convidou apenas a família. Eu já imaginava que seria excluída e fiquei sem saber aonde ir. Eu não queria viajar com sua família, para que não acontecesse o mesmo.

— Paty, você já era da minha família antes mesmo de começarmos a namorar. Meus pais jamais fariam isso com você.

— Eu também não queria deixar você, mas não queria pedir. Fiquei com vergonha.

Eu a abracei.

— Independente, eu te pediria para ficar e aquele galpão também é seu. Eu dei a chave e você pode ficar lá o tempo que quiser, Minha Garota. E eu jamais te deixaria sozinha.

— Desculpa por ter mentido. Prometo não fazer mais.

— Está desculpada. — Beijei sua testa. — Mas saiba que sempre que quiser, pode aparecer lá.

Ela concordou e me deu um beijo.

— Por que os seus tios te excluíram?

— Porque eles não gostam de mim. Só não sei o motivo. Se é que existe. Eles moravam aqui e eu lá. Então eu vim e assim que minha amizade com Jo iniciou, eles se foram, me deixando. Minha sorte foi ter conhecido sua família. Do contrário, nem sei o que seria de mim.

— Ainda bem que os conheceu. Eu não seria tão feliz sem você. — Rocei meu nariz o seu.

Patricia me deu um sorriso maravilhoso e eu a beijei cheio de amor por essa garota. A cada instante ela me conquistava e o que eu pensei que jamais sentiria, voltou a surgir em mim. Beijei seu pescoço e ela deu uma risadinha.

— Você trouxe a sua fantasia? — Brinquei.

Paty riu alto, o que me contagiou.

— Claro que não. — Ela tocou a ponta do meu nariz com o seu dedo. — Aquilo foi apenas para ontem.

— E se eu disser que trouxe? — Provoquei.

Ela arregalou os olhos.

— Mentira. Eu escondi bem. — Paty fechou a cara.

— Quer ver? — Ergui as sobrancelhas.

— Você não se atreveria. — Ela cruzou os braços.

— Por que não trouxe? — Foi minha vez de fechar a cara.

— Momentos especiais e de repente. Quero surpreendê-lo, senhor Jones. Agora vamos fazer amor?

— Não. Eu vou tomar banho de mar.

Paty semicerrou os olhos de maneira ameaçadora, mas saiu do meu colo.

— Você, cada dia que se passa, está mais sedenta. Não vai demorar para virar ninfomaníaca.

Mais uma vez, Paty riu alto e me contagiou. Levantei, peguei meu violão, em sua mão e nós entramos. Fomos direto ao meu quarto e ela pegou um biquíni preto. Fui ao banheiro trocar a roupa pela bermuda de surfista que ela me fez comprar para não usar sunga. Diante do espelho, vi que não foi um boa ideia.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora